A Sala Azul do Teatro Aberto tem em cena a peça Boas Pessoas da autoria de David Lindsay-Abaire. Ao longo de uma hora e quarenta minutos o público é convidado a reflectir sobre um tema bem na moda entre nós, o desemprego. Acima do drama de se ficar sem emprego de um momento para o outro persiste o facto das escolhas que todos vamos fazendo ao longo da vida, sejam essas escolhas ajudadas ou não pela sorte. Conseguiremos optar pelo caminho que nos dará uma melhor vida daqui a uns anos sem a sorte fazer das suas também?
Margarida vive num bairro problemático com a filha. Enquanto isso Daniel, fruto do mesmo bairro, seguiu um percurso diferente, tendo-se formado como médico, alterando de forma total a sua vida e rejeitando um passado na sua mente, mas ignorado no presente. Será que as escolhas de hoje ditam uma outra fase daqui a uns tempos?
Seremos boas pessoas quando nos confrontamos com os problemas perante o triunfo dos outros? Ou em momentos de aflição conseguimos revelar atitudes recheadas de problemas? Ao longo de Boas Pessoas o público é levado pela vida de Margarida que se vê confrontada com a alteração entre o mundo laboral e o desemprego, enfrentando problemas e criando história entre quem não tinha contacto consigo ao longo de décadas.
Com Maria João Abreu no centro narrativo e com Irene Cruz, Pedro Laginha, Leonor Seixas, Sílvia Filipe e Luís Lucas Lopes a comporem o restante elenco, esta peça bem actual consegue chegar a vivências bem reais e que podem tocar em várias portas sem esperarmos, alterando vidas e futuros que iam andando sobre uma linha de sobrevivência e contagens diárias.
Margarida vive sozinha com a filha e trabalha na Loja de Tudo a Um Euro. A sua vida é dura, como é para a maior parte das pessoas que lutam dia-a-dia para pagar as contas.
Boas Pessoas é uma peça de gente comum, que sonha, sofre e se diverte, vive e trabalha numa grande cidade. Há quem se esforce para chegar ao topo, quem viva de caridade, quem não deva nada a ninguém e quem procure encontrar a sorte num jogo de azar.
O caminho de Margarida estará traçado à partida ou vai decidir-se num momento? As coisas hão-de melhorar ou piorar, fruto do seu esforço ou num golpe de sorte?
No fim de contas, a vida é feita de escolhas. Será?
FICHA ARTÍSTICA
ENCENAÇÃO | DRAMATURGIA | VERSÃO Marta Dias
CENÁRIO Catarina Barros
FIGURINOS Dino Alves
LUZ Alberto Carvalho | Marta Dias
VÍDEO Luís Soares
COM Irene Cruz | Leonor Seixas | Luís Lucas Lopes | Maria João Abreu | Pedro Laginha | Sílvia Filipe
ESPECTÁCULOS
4ª a Sábado às 21h30
Domingo às 16h