Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Informador

Viajante à Luz da Lua [Antal Szerb]

viajante à luz da lua.jpg

Autor: Antal Szerb

Editora: Guerra e Paz

Lançamento: Abril de 2017

Edição: 1ª Edição

Páginas: 272

ISBN: 978-989-702-267-8

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Mihály, um homem de negócios de Budapeste, vai pas­sar a lua-de-mel em Itália com a mulher, Erzsi. Os pro­blemas começam na primeira paragem, Veneza, mas é em Ravena que um antigo amigo de Mihály perturba o casal com histórias do passado.

Ao perder o comboio para Roma, Mihály foge da mu­lher e vagueia pelo país, numa viagem de autodescober­ta. Dividido entre o desejo e o dever, o que quer e o que os outros esperam de si, a boémia da adolescência e as responsabilidades de adulto, Mihály reencontra os seus fantasmas e questiona o sentido da vida.

Amor e morte cruzam-se neste romance trágico-cómico de 1937, uma obra-prima do húngaro Antal Szerb, traduzida em diversos países, e que chega final­mente a Portugal.

 

Opinião: Viajante à Luz da Lua é um Clássico da Literatura Húngara e por ai já me fez ter interesse na sua leitura. Primeiramente porque é um clássico bem comentado e depois porque não estou habituado a ler autores húngaros e com este romance consegui fazer o dois em um. Mas no final da leitura fiquei com uma sensação estranha sobre a opinião que posso dar sobre a obra. 

De leitura fácil, recurso a um bom vocabulário que não necessita de ser elaborado para agradar ao leitor e com uma história fluída, no entanto e embora tenha acompanhado toda a narrativa que me prendeu, não consegui encontrar-me do lado de Mihály. O protagonista da história é um ser complicado, de baixa auto-estima e com um género bem individualista gerado também pela sua timidez e incapacidade de compreensão dos outros, no entanto o leitor entende estas descompensações mas não consegue encontrar um ponto com que se identifique para pegar na leitura e se ir debatendo por um final feliz. Percorremos Itália com uma visão de turista a descobrir o país e ao mesmo tempo em busca da perfeição que num ser complicado é difícil de alcançar. Fiquei com a sensação de uma boa história mas com uma grande falha quanto ao assumir a personalidade de cada personagem de forma direta, tal como o pouco cuidado de descrição para com os locais percorridos. 

Existe um fio condutor bem assente na estrutura que foi elaborada na obra, tal como personagens bem criadas, no entanto não consegui criar qualquer apego com estas individualidades que têm as suas presenças vincadas entre quem os rodeia. O que não existe em Viajante à Luz da Lua é a capacidade de atração do leitor para seguir as pisadas de Mihály mas existe vontade de ler, algo estranho que é raro acontecer-me numa leitura.

Fiquei com um sentimento ambíguo perante este livro, não sabendo ao certo se me conquistou ou se me ficará somente como mais um sem deixar marca. Existiu curiosidade ao longo da leitura, mas depois não me senti conquistado como gostaria. Como tal e porque analisando o que tenho lido, optei por assumir um razoável perante uma grande obra internacional. Mas atenção, do meu ponto de vista Viajante à Luz da Lua é daquelas obras que ou conquista totalmente o leitor ou passa-lhe um pouco ao lado, sendo um pouco o 8 ou 80, o que na minha balança ficou pelo meio mas a pender para baixo. 

 

Livro cedido pela editora Guerra e Paz.