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O Informador

Vencedor do Prémio Leya 2018

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O vencedor do Prémio Leya 2018 foi conhecido hoje na sede do grupo editorial, em Alfragide, após decisão do grupo de jurados, que pela voz do presidente do júri, Manuel Alegre, deu a conhecer que Itamar Vieira Junior foi o eleito com o seu romance Torto Arado. 

Com o lote de jurados composto por Manuel Alegre, presidente do júri, pelo antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, Lourenço do Rosário, o professor de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, José Carlos Seabra Pereira, o escritor Nuno Júdice, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e critica literária Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, a decisão foi tomada entre 348 participações que surgiram de 13 países distintos, destacando-se Portugal e Brasil, mas de onde constam também a Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos da América e França.

O Prémio Leya além de distinguir a língua portuguesa num romance inédito que será publicado pelo grupo editorial, tem também um prémio monetário no valor de 100 mil euros e desde 2008 que o talento literário é assim distinguido. Nomes como Murilo Carvalho, em 2008, com O Rastro do Jaguar, João Paulo Borges Coelho, em 2009, com O Olho de Hertzog, João Ricardo Pedro, em 2011, com O Teu Rosto Será o Último, Nuno Camarneiro, em 2012, com Debaixo de Algum Céu, Gabriela Ruivo Trindade, em 2013, com Uma Outra Voz, Afonso Reis Cabral, em 2014, com O Meu Irmão, António Tavares, em 2015, com O Coro dos Defuntos e João Pinto Coelho, em 2017, com Os Loucos da Rua Mazur foram distinguidos ao longo dos anos com este Prémio Leya que promove a literatura em língua portuguesa. 

Este ano e através de Itamar Vieira Junior, surge Torto Arado onde, e destacando as palavras do júri, a «solidez da construção, o equilíbrio da narrativa e a forma como aborda o universo rural do Brasil, colocando ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência exercida sobre o corpo num contexto dominado pela sociedade patriarcal. Sendo um romance que parte de uma realidade concreta, em que situações de opressão quer social quer do homem em relação à mulher, a narrativa encontra um plano alegórico, sem entrar num estilo barroco, que ganha contornos universais. Destaca-se a qualidade literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor. Todos estes motivos justificam a atribuição por unanimidade deste prémio». Tudo isto fez com que o autor e a sua escrita chegassem à vitória do Prémio Leya 2018.

O autor que nasceu em Salvador, Bahia, já tem livros de contos publicados, como é o caso de Dias, editado pela Caramurê no Brasil em 2012 e A Oração do Carrasco, da Mondrongo, em 2017. Escritor, geógrafo e doutorado em Estudos Étnicos e Africanos, Itamar é colunista da São Paulo Review e este ano é um dos finalistas do Prémio Jabuti na categoria de conto

O romance vencedor do Prémio Leya 2018, Torto Arado, será publicado pelo primeiro trimestre de 2019 em Portugal.