Tudo o que sei sobre o Amor | Dolly Alderton
Título: Tudo o que sei sobre o Amor
Autor: Dolly Alderton
Editora: Cultura Editora
Edição: 1ª Edição
Lançamento: Abril de 2019
Páginas: 300
ISBN: 978-989-54374-7-4
Classificação: 2 em 5
Sinopse: Quando se trata das provações e triunfos da jornada até à idade adulta, a jornalista e ex-colunista do SundayTimes, Dolly Alderton, já viu e experimentou de tudo. Ela descreve-nos vividamente o processo por que passamos quando nos apaixonamos, a luta contra a autossabotagem, a procura de um emprego, o que é dar uma festa desastrosa cuja temática é o RodStewart, apanhar uma bebedeira, levar com os pés, perceber que o Ivan da loja da esquina é o único homem com o qual sempre pudemos contar, e descobrir que as nossas amigas estão sempre lá, no fim de cada noite de desgraça. Este é um livro sobre encontros para esquecer, boas amigas e – acima de tudo – sobre sabermos reconhecer que somos suficientes.
Dolly Alderton sobreviveu (à tangente) aos seus Vintes e, em Tudo o Que Sei Sobre o Amor, apresenta-nos uma descrição impávida dos encontros catastróficos e dos apartamentos miseráveis, dos desgostos de amor e das humilhações e, o mais importante, das inquebráveis amizades femininas que a ajudaram a aguentar-se. Cheio de humor, coração e perspicácia, este é um livro para dar a todas as mulheres que já passaram por lá ou que estão prestes a dar o primeiro passo rumo ao resto da sua vida.
Opinião: Numa fase inicial da leitura de Tudo o que sei sobre o Amor somos convidados a entrar na vida da própria autora e suas companheiras de juventude que se estenderam pelos primeiros anos de adulta e a nostalgia com diversas situações com que me fui identificando aconteceram. Só que e como nem tudo consegue fluir de forma a conquistar na sua totalidade, esta leve biografia acabou por cansar pela forma repetitiva com que os temas são retratados.
Os amores, as visitas aos pais, as conversas via telemóvel, festas regadas a álcool, drogas e sexo, a primeira vez, os encontros descomprometidos e os vários temas que invadem a vida dos jovens são comentados e partilhados nesta recriação de Dolly Alderton que dá aos seus leitores um pouco do que foi a sua vivência. Sim, todos conseguimos encontrar pontos em comum com estas vidas, como é o caso das memórias e amor que vamos criando para com os nossos amigos mais próximos ao longo da vida, partilhando, conquistando e tornando quem nos está próximo numa verdadeira família do coração.
Neste livro existem sentimentos verdadeiros e não senti em momento algum uma criação falsificada sobre uma realidade que existiu, o que não consegui encaixar foi a forma como tudo é contado, como se Dolly, a autora protagonista, fosse o centro do mundo de todos os que estavam consigo. Será que ninguém lhe disse que seria bem mais humilde se transmitisse aos leitores um grau de normalidade e não querendo ser o centro de tudo, dando a esta personagem real um papel que me irritou em certos momentos ao longo da leitura. A par disto a má caracterização que foi feita das suas amigas que vai ajudar ainda mais o sentido de protagonismo único que foi criado nesta biografia que não conseguiu hipnotizar e divertir em momento algum.
Notei ao mesmo tempo vários momentos em que existiram tentativas de criar um certo humor para suavizar as situações, o que comigo não funcionou e deixou até um certo estado no pensamento de que forçar o que não existe não resulta mesmo. No geral não gostei, tendo somente lembrado que todos nós passamos por situações semelhantes e que a amizade será sempre uma «história de amor preferida».