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O Informador

Traumas

Os acidentes e acontecimentos do género sempre me ficam marcados pela mente por longos anos e os locais onde acontecem jamais são esquecidos, estando as imagens bem presentes quando passo pelo sítio onde algo de mau aconteceu. Agora foi o suicídio no Carregado mas antes já outros momentos do género marcaram a minha área traumática.

Lembro-me de quando tinha aí uns onze anos, mais coisa menos coisa, e ir a caminho da praia da Foz do Arelho com os meus pais e a estrada nacional estar cortada. Tivemos que fazer um desvio e uns quilómetros depois do início desse mesmo desvio o trânsito estava todo parado. Ficamos paralisados na estrada uns bons minutos até que o meu pai decidiu ir a pé ver o que se passava, já que nenhum carro circulava nem para um lado nem para o outro. Como sempre fui curioso em relação a tudo lá tive que ir também ver o que se passava e uns bons metros mais à frente um acidente... Uma senhora desmaiada, acho, cheia de sangue e com um aspecto terrível dentro de um carro esmagado! Hoje ainda me lembro daquela imagem, daquela mulher loura, com sangue pelo corpo e sei bem o local onde tal acidente aconteceu, não tendo mais passado no mesmo, felizmente!

Anos mais tarde, talvez aí há uns dois, a caminho de Lisboa pela auto estrada, quando a noite já se fazia sentir e o trânsito corria como se nada acontecesse nova peripécia do género aconteceu! A poucos quilómetros da entrada da capital passei por um corpo no meio da estrada, disseram-me no momento para não olhar mas não resisti porque tenho de ver sempre estas situações que me fazem mal. Olhei e vi um corpo decapitado chapado no meio da faixa de rodagem! No dia seguinte foi notícia que um motociclista tinha perdido a vida na A1, tendo o corpo perdido a cabeça com o embate. Hoje quando passo no local sempre me lembro do que vi!

Agora foi este suicídio no Carregado, num local onde passo praticamente todos os dias! Sei que não me irei esquecer do que vi e ouvi assim de forma tão rápida como desejado! Não consigo deixar de olhar por querer tentar perceber o que se passa com estas situações e depois fico com traumas para a vida que me fazem sentir mal e ter locais marcados de forma infeliz!

Sair de casa sem telemóvel? Proibido!

Um rapaz com 21 anos, um carro e um telemóvel que ficou em casa são os protagonistas deste texto. O que terão estes pontos em comum e que marcaram para sempre a vida de alguém? Poderiam não ter nada, não fizessem eles parte da história real que vos tenho para contar e que pertence a uma pessoa que ficou com um certo trauma, a tal ponto que a partir desse dia existe algo que tem de andar sempre no bolso... Um telemóvel!

Um certo dia, pela manhã, um jovem saiu de casa e pela primeira vez não levou o seu telemóvel porque este não tinha bateria e assim era inútil levá-lo porque não serviria para nada. O pequeno almoço foi tomado e o percurso até ao carro aconteceu. Motor a trabalhar, pé no acelerador e viagem a começar. Até que pouco mais de cinco minutos depois, o traseiro de um jipe meteu-se à frente do rapaz e fez-se chocapic. Um bom esmagamento de toda a frente do carro foi o resultado e o jipe nem um arranhão viu.

O primeiro acidente, uma nulidade para se desenrascar a preencher os papéis caso fosse necessário e um telemóvel que não estava presente para poder ligar a alguém. Uma aventura cheia de nervos e que hoje é recordada até com um certo humor, mas que deixou marcas!

Moral da história, a partir deste dia esse rapaz nunca mais saiu de casa sem levar o seu telemóvel consigo, esteja ele com ou sem bateria. Foi necessário sair uma única vez sem o aparelho das telecomunicações para aquilo acontecer... Será coincidência? Não me parece!

Um pormenor, este rapaz era eu!