Pandemia que tranca portas
Cheguei a casa perto do momento do horário de recolher obrigatório, estacionei na adjacente da rua onde habito, desliguei o motor e fiquei a olhar em diante, entendendo que numa avenida de aldeia onde dia e noite sempre ia existindo movimento, com ou sem viatura, tudo naquele momento noturno parecia deserto, como se todas aquelas ruas e mesmo casas estivessem abandonadas num mundo ao estilo da mítica série The Walking Dead.
Refleti por rápidos momentos na diferença, com um ano, entre o mesmo espaço e as mesmas pessoas, antes e após uma pandemia nos afetar e transformar pequenos pormenores em momentos distantes. A desvalorização que era atribuída a grandes feitos individuais e que agora são tão essenciais para que o discernimento pessoal continue a resistir a quedas sucessivas em depressões, afastamentos e ruturas.