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O Informador

A Célula Adormecida | Nuno Nepomuceno

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Título: A Célula Adormecida

Autor: Nuno Nepomuceno

Editora: Topbooks

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Outubro de 2016

Páginas: 592

ISBN: 978-989-706-050-2

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: «Assim queira Deus, o Califado foi estabelecido e iremos invadir-vos como vocês nos invadiram. Iremos capturar as vossas mulheres como vocês capturaram as nossas mulheres. Vamos deixar os vossos filhos órfãos como vocês deixaram órfãos os nossos filhos.» Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, 2014.

Em plena noite eleitoral, o novo primeiro-ministro português é encontrado morto. Ao mesmo tempo, em Istambul, na Turquia, uma reputada jornalista vive uma experiência transcendente. E em Lisboa, o pânico instala-se quando um autocarro é feito refém no centro da cidade. O autoproclamado Estado Islâmico reivindica o ataque e mostra toda a sua força com uma mensagem arrepiante.

O país desperta para o terror e o medo cresce na sociedade. Um grande evento de dimensão mundial aproxima-se e há claros indícios de que uma célula terrorista se encontra entre nós. Todas as pistas são importantes para o SIS, sobretudo, quando Afonso Catalão, um conhecido especialista em Ciência Política e Estudos Orientais, é implicado.

De antecedentes obscuros, o professor vê-se subitamente envolvido numa estranha sucessão de acontecimentos. E eis que uma modesta família muçulmana refugiada em Portugal surge em cena.

A luta contra o tempo começa e a Afonso só é dada uma hipótese para se ilibar: confrontar o passado e reviver o amor por uma mulher que já antes o conduziu ao limiar da própria destruição.

Com uma escrita elegante e o seu já tão característico estilo intimista e sofisticado, inspirado em acontecimentos verídicos, Nuno Nepomuceno dá-nos a conhecer A Célula Adormecida. Passado durante os 30 dias do mês do Ramadão, este é um romance contemporâneo, onde ficção e realidade se confundem num estranho mundo novo e aterrador que a todos nos perturba. Um thriller psicológico de leitura compulsiva, inquietante, negro e inquestionavelmente atual.

 

Opinião: Uma grande surpresa foi o que pensei praticamente logo quando iniciei a leitura de A Célula Adormecida! Já tinha o livro em espera há mais de um ano mas o seu volume, perto de seiscentas páginas, fez com que ficasse em espera mais tempo do que o previsto, no entanto quando iniciei a sua leitura logo percebi que foi um erro este tempo de hesitação porque a sua história fez com que o tempo voasse quando tinha o livro em mãos. 

Envolvendo ficção e realidade, unindo política nacional com terrorismo através do auto proclamado Estado Islâmico num thriller emparelhado com um bom policial com vários pontos virados para o romance, Nuno Nepomuceno tem em A Célula Adormecida não só uma história mas também umas boas aulas culturais, onde o leitor é conduzido por caminhos informativos sobre determinados meandros políticos e também seguindo os caminhos bem pesados do terrorismo. Debatendo o que pode acontecer mesmo com pessoas que conhecemos e que são absorvidas pelo poder de forças maiores que manipulam e conduzem até chegar ao ponto alto que culmina em fortes atentados contra uma sociedade que paga por guerras territoriais e de crenças. Fazendo-se valorizar por factos e situações reais, o autor criou situações, elaborou estratégias, relatou pormenores que por vezes escapam neste tipo de narrativas e venceu através do ritmo imposto, da surpresa e perante a expetativa do que irá acontecer ao virar de cada página. 

Através de personagens bem criadas e com consistência, capítulos rápidos e diretos, com boas descrições espaciais e explicativas, um enredo bem trabalhado e onde tudo se conjuga, esta é daquelas histórias que de início logo se tenta perceber onde cada ponto se consegue unir ao que se segue. No final, tudo é bem explicado, fazendo o leitor toda uma análise ao longo do que vai lendo sobre as perigosas ligações com os contornos sobre comportamentos a serem revelados através da demonstração de factos tão bem trabalhados pelo autor. 

Londres e o Mundo, de novo em alerta!

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Londres está de novo debaixo de fogo com os terroristas a darem sinais de vida com um novo ataque junto ao parlamento britânico. Cinco mortos e quarenta feridos através de atropelamentos e esfaqueamentos entre a ponte de Westminster e o parlamento. 

Sempre iremos viver com o medo instalado. Outrora volta e meia éramos aterrorizados com atentados de forma espaçada, de anos a anos, e com menos gravidade, mas agora e desde que o 11 de Setembro aconteceu que o Mundo mudou. Consecutivamente somos atingidos com homicidas em série que estudam pormenorizadamente o que fazer para causar o terror com várias mortes num só local para que todos fiquem em alerta.

Estes momentos cada vez mais constantes voltam sempre a colocar o sensor pessoal em alerta, pelo menos é assim que funciono, com estas notícias. Os receios de frequentar locais com uma maior quantidade de pessoas e propícios a que este tipo de atentados aconteçam voltam a surgir e quando tudo parece começar a ficar esquecido lá voltamos a ser confrontados com algo do género.

Estamos em Guerra!

França, Turquia e Alemanha foram alguns dos últimos países a serem alvo de ataques terroristas e com pouco tempo de diferença entre cada movimento terrorista contra a sociedade. Estamos oficialmente em período de guerra sem que os países que estão a ser atacados ou na linha de futuros ataques quererem admitir o que está cada vez mais perante o olhar e pensamento verídico de todos nós?!

Medo do Terrorismo

Com os mais recentes atentados na Europa começo a dar por mim a chegar a locais mais movimentados e a pensar que na verdade não devia ter seguido aquele caminho, devendo sim ter optado por um programa mais pacato e solitário. Das primeiras vezes o medo apareceu mas o pensamento de que poderia chegar junto de nós não existia com tanta densidade porque foram casos mais isolados. Agora as coisas estão a ficar tensas e os mais recentes atentados têm vindo um após outro sem grande espaço de tempo de separação, causando um maior impacto em todos nós. 

Até ao momento Portugal tem estado num cantinho isolado e muitos dizem que os terroristas não se lembrarão de nós por estarmos quietos e pacatos. No entanto não consigo ter tal pensamento e acredito que mais dia menos dia o nosso cantinho será também alvo de algum atentando porque a missão de quem destrói e causa o pânico é só uma... Conquistar e causar o terror entre os povos que não estão do seu lado! Nós podemos não ser uma oposição direta mas também não estamos do mesmo lado da barreira islâmica!

O que acontecerá? Muito provavelmente uns ataques bem planeados em locais de maior movimento da nossa capital. Sei que poderemos estar atentos ao que poderá andar por aí mas também já está provado que por muita atenção que se tenha, o controlo não é total e a tragédia poderá acontecer.

Continuamos em Paris

Neste momento assistir aos principais noticiários que passam pelos canais generalistas torna-se complicado! Os atentados em Paris estão em destaque, como é evidente, e a cada hora que passa novas imagens e pormenores macabros têm sido revelados, recontando a história trágica que pode bater à porta de qualquer um!

Enquanto se toma o pequeno-almoço, almoça ou janta, as noticias vão passando, deixando o garfo estático por uns tempos enquanto se assistem a imagens de luto, ouvem-se histórias macabras do fatídico serão e recontam-se aqueles momentos de várias perspectivas, acrescentando novos pormenores que revelam como tudo aconteceu. Ataques terroristas que podiam apanhar qualquer cidadão comum sem culpa alguma das decisões dos líderes da nação que acabam por mexer com um mundo em reboliço, cada vez com uma maior vontade de ter um pequeno ponto para tocar no inimigo que tantas vezes mora ao lado. 

O que pensar agora sobre frequentar locais públicos onde aglomerados se concentram? Tenho a confessar que com estes recentes atentados penso ao longo do dia-a-dia que uma bomba poderá explodir numa sala de cinema, num centro comercial, supermercado, teatro, sala de espectáculos, casino... onde poderei estar! Estamos seguros em algum lado? Não, para mais quando estamos num país onde a segurança parece existir porque não têm existido acidentes do género. Se os mesmos atracarem em Portugal é bem previsível que não exista uma preparação de acção imediata.

França

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As primeiras notícias surgiram ao final do jantar e agora, quando o dia já estava praticamente terminado e preparava-me para deitar após um pouco de leitura e televisão, eis que os diretos televisivos começaram a surgir sobre o estado de emergência na capital francesa. Ataques em salas de espetáculos, centros comerciais, restaurantes e pelas ruas sucedem-se, causando o pânico e aglomerando mortos e feridos por toda a cidade de Paris. Como tudo pode acontecer de um momento para o outro numa sociedade onde se assistia ao jogo França X Alemanha, uma banda atuava e o cidadãos viviam as suas rotinas como todos nós.

Estou um pouco em choque, lembrando-me neste momento do fatídico 11 de Setembro, quando após o almoço me preparava para sair de casa e fiquei agarrado ao que estava a acontecer ao longe e foi sentido por todo o mundo.

Neste momento os olhos estão postos em França e acredito que estes atentados terroristas tão conectados entre si não se ficarão por aqui, trazendo várias consequências consigo para os próximos tempos para os franceses e para todos os europeus que voltam a ganhar novos medos.