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O Informador

La Casa de las Flores | T3 | Estranho final

Netflix

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A terceira e aparentemente última temporada da série La Casa de las Flores chegou e conseguiu ainda baralhar mais que o conjunto de episódios da segunda temporada. Após conhecermos a família De La Mora na primeira série e de acompanharmos na segunda o desaparecimento de Virginia e tudo o que foi alterado a partir daí, na terceira temporada somos convidados a recuar ainda mais no tempo, cerca de 40 anos, para percebermos como toda a vida de Virgínia foi moldada pela própria mãe Victoria, que regressa agora à vida dos netos. No passado Victoria tudo fez para que a filha atingisse estatuto com base nas aparências, afastando-a do namorado e das relações, não correndo o entrave como esperado pela mulher controladora e que não media meios para atingir os fins. No presente a sua aparição acontece com o mesmo predicado e as coisas voltam a não correr assim tão bem. 

Acompanhando Virgínia em 1979 aquando da gravidez da primeira filha, Paulina de La Mora, as escolhas e omissões da época foram fulcrais para todo o desenvolvimento familiar e do início ao fim da temporada somos convidados a revisitar todo o processo da vida de Virgínia, onde o parecer e as aparências são mantidas. Ao mesmo tempo, o presente sucede-se e o coma de Elena, após o acidente no final da anterior temporada, acontece, com uma gravidez planeada mas desconhecida perante a família. Já Paulina enfrenta os meandros da prisão e ao mesmo tempo tem de lidar com os problemas da sua relação com Maria José. E ficam assim apresentados os três pontos base deste conjunto de episódios que baralham tanto que podiam nem ter surgido.

Primeiramente tenho a destacar pela positiva o elenco que continua fantástico, até reforçado com bons atores e que mostraram que além de talento foram escolhidos para darem nas vistas nas cenas mais quentes que esta série continua a ter, principalmente o núcleo que dá vida às personagens de 1979. Os cenários continuam a seguir a mesma linha, com umas construções que por vezes parecem inacabadas, mas melhor conseguidas, embora pequem por excesso de efeitos e cores, dando um ar muito apimbalhado, mas que acaba por ir de encontro à história que já caiu no ridículo. O que não aceito é mesmo o desenrolar da história que tinha tanto para contar se tivesse seguido a linha do guião da primeira temporada, mas algo aconteceu e tentaram inventar que desmancharam por completo o fio condutor, parecendo que muito do que é contado agora de forma forçada aconteceu pela necessidade de existir um contrato e não conseguir desenvolver a mixórdia que fizeram na segunda temporada. Este terceiro lote de episódios poderia resultar sim numa outra série somente com as cenas do passado, explicando como tinha acontecido e tendo a evolução com o tempo, não o contrário sem explicação porque este retrocesso no tempo não era de todo necessário para criar produto. Seria tão mais interessante ver a evolução da família atual, com o recurso ao espaço da florista e mesmo do cabaré sem tanta salganhada onde até um tratamento pela cura gay ocupa parte de episódios numa história do século XXI. 

No Meu Bairro | T3

Netflix

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No Meu Bairro foi das séries juvenis que me conseguiu convencer logo na primeira temporada pelo seu lado critico e real de um grupo de jovens que vive num bairro problemático dos Estados Unidos, fugindo ao que é apresentado geralmente quando este tipo de produtos chegam ao público.

Embora tenha ficado um pouco reticente com o que se seguiria por existir alguma falta de investimento no campo da produção pelos primeiros episódios, a segunda fornada superou as expectativas pela capacidade de mudança e por existir claramente um melhoramento em, termos de investimento a nível de argumento e imagem. Renovando o sucesso, eis que surgiu em 2020 a terceira temporada e o que tem vindo a ganhar qualidade ainda conseguiu melhorar, alterando também, em certo ponto, o rumo das personagens. 

Continuando a debater as relações de jovens adolescentes entre si e em família num bairro onde o crime, o sistema da droga e os perigos são constantes, No Meu Bairro defronta o sonho e a criação de jovens com muito para ser vivido com os problemas de um local que não os deixa celebrar a juventude de forma livre e como merecem.  

Com jovens atores com talento e sem seguirem os estereótipos dos atores/modelos com corpos e rostos dentro dos ideais estéticos da beleza, o que ajuda esta série a funcionar melhor por não mostrar a suposta perfeição mas sim pessoas normais, embora com histórias que não são assim tão previsíveis e reais, este produto de entretenimento marca a diferença também por esse ponto.