Protesto dos taxistas
Custa-me um pouco comentar e ficar a favor dos taxistas quando os seus comportamentos numa manifestação são tão irreais que conseguem estragar tudo o que podem pretender com o protesto.
Primeiro conseguem mostrar claramente que o que os anda a importunar não são as leis diferenciadas entre os táxis e a Uber, mas sim a concorrência que não querem ter de todo. É bem visível que para os irritantes taxistas lisboetas, que conduzem a pensar somente no seu veículo e na pressa que têm em arranjar clientes a todo o custo, que tudo o que são empresas de transporte de passageiros os incomoda. Autocarro, metro, tuk tuk e mais recentemente a Uber são sistemas que concorrem com os taxistas que só pensam no seu umbigo, com ou sem leis semelhantes. A verdade é que a maioria dos taxistas da capital não conseguem respeitar sequer o cliente, quanto mais a concorrência. Pessoas que incomodam enquanto vão ao volante, condutores que enganam o cliente e que sempre que podem optam por aumentar a distância de uma viagem para que possam receber mais e quando o passageiro entra num táxi e mostra que o seu trajeto é rápido, então ai ainda conseguem praticamente expulsar o cliente do interior do veículo porque só querem rotas de longa distância, de preferência com pessoas que não conheçam bem a cidade para que o engano aconteça.
Vejo os taxistas como um grupo laboral ultrapassado, de pessoas que querem tudo para si, não deixando que o mercado cresça com a evolução da sociedade. Os taxistas têm que se mentalizar que nos dias que correm o cidadão comum não pretende alugar um serviço por um certo tempo para se deslocar onde apanham um condutor mal disposto, que afirma comentários menos positivos, tem um carro a cheirar a tabaco e bancos desconfortáveis. Querem os mesmos direitos dos outros, mas apresentam as mesmas condições? Nem de perto!