Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

Regresso tranquilo

008BEE23-1BC3-432A-BFA4-54C41A37B744.jpeg

Regressei à rotina mas sinto que estou em modo botija de gás a ficar vazia e a precisar de viver em tranquilidade. Sem entusiasmo acima da média, pouco falador e sem me importar se o tempo faz chuva ou sol, sinto que estou no meu canto, a cumprir funções, a seguir caminho mas com calmo, pedindo que o percurso siga sem oscilações e sem que criem problemas onde eles nem existem.

Junho alentejano

1CCE58CA-6C44-4325-BE10-C1E73AD602CD.JPG

 

Junho ao que parece será o último mês de lay-off e aproveitei para fugir até ao Alentejo e aproveitar o sossego onde os silêncios e o campo só ajudam a um descanso preparatório para reiniciar atividade. 

Por aqui os casos de Covid19 praticamente não existiram, a população anda tranquila seguindo as regras e ao mesmo tempo a possibilidade de andar na rua de forma mais descontraída existe. A oportunidade de se poder sentar à porta de casa ao fresco, ir dar um passeio após o jantar pelas ruas da aldeia, conhecer um pouco das redondezas que ainda não foram visitadas e sem aqueles medos que alguém venha contra nós, sem máscara e ainda com os seus jeitos arrogantes de detentor do universo.

No Alentejo encontro paz e sossego que se transformam em descanso, embora sinta que por aqui quando me canso é a valer, parecendo que o corpo fica pesado de forma mais rápida e a necessidade de dormir é maior, deixando afazeres de tempos livres um pouco para trás por ficar muito mais tempo sem fazer nada mas bem, sem sentir aquela necessidade de estar sempre ocupado a querer fazer tudo e mais alguma coisa.

O Alentejo

Deitar cedo num serão pacato no seio alentejano é sinónimo também de acordar pelas primeiras horas da manhã, com o sol a espreitar e os animais, principalmente os galos e rolos, a lembrarem todos os humanos, que se encontram pelas suas proximidades, de que já é dia e horas de levantar.

Um acordar preguiçoso, com olhos meio abertos, esticar pernas e braços antes de dar o pulo para poder calçar chinelos e começar a fazer a primeira e rápida higiene diária. Tudo aqui tem o seu tempo, nada exige pressa, para mais quando a juntar ao espírito de paz e sossegado ainda existe o fator férias a completar o ramalhete. Pequeno-almoço é preparado enquanto as novidades pelas redes sociais e também pelas aplicações da imprensa vão sendo obtidas. Existe tempo para comer com calma, sentar e desfrutar de uma tigela de flocos de cereais e umas torradas, o que no dia-a-dia acaba por ser uma perda de tempo para quem abre os olhos e faz tudo a correr para ir trabalhar logo de seguida. No Alentejo isso não acontece! Tudo tem o seu tempo, não importa se o pequeno-almoço é mais demorado ou não, o que importa é ficar de estômago cheio e confortável para umas horas de descanso, com um passeio matinal pelas ruas pacatas da aldeia e onde o «bom dia» não é deixado de lado. Aqui, todos se cumprimentam, residentes ou visitantes, nacionais ou estrangeiros. Existem boas maneiras entre a população que gosta de receber quem por cá passa.

Um bom descanso é feito numa aldeia alentejana sem pressões, sem trânsito e com as correrias distantes. Mesmo de férias pelos centros urbanos todos andam a correr, não se conseguindo ter um verdadeiro momento de paz e reflexão para que se consiga desfrutar do momento. Aqui não, tudo é feito com tempo, com calma e existe verdade através de palavras que são proferidas porque estão na educação das pessoas, não por qualquer ato de obrigação para com o próximo.

Manhãs de folga

A idade avança e aos poucos noto que a moleza e vontade de ficar por casa são cada vez maiores! A par dos serões em que sinto necessidade de ficar mais pelo recato do lar, também nas manhãs de folga sempre gostava de levantar cedo para aproveitar aquelas primeiras horas do dia pela rua. Agora isso não acontece mais e além de andar a acordar mais tarde acabo por me deixar ficar por casa após tomar o pequeno-almoço!

Levanto-me a meio da manhã, despacho-me, como e volto ao aconchego da cama para passar um pouco do tempo que resta antes do almoço na manha onde a leitura e a televisão acabam por ser a principal companhia caseira. As manhãs de folga já não são mais o que era... Uma questão que chega com o peso da idade? Acredito cada vez mais que sim!