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O Informador

E os salários?

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Existem pontos do decreto sobre a quarentena quase obrigatória que não estou a entender e que parece que metade da sociedade ainda nem se preocupou. As medidas de prevenção foram lançadas, os pedidos para se ficar em casa reforçados, estabelecimentos foram encerrados para só ficarem os necessários para o abastecimento alimentar, farmácias e serviços. E a questão que se impõe recai sobre os ordenados de quem foi enviado para casa sem perceber em que condições é que isso acontece.

O Governo mandou os patrões enviarem os funcionários para casa mas não explicou como é que os mesmos vão pagar os ordenados aos colaboradores. Todos sabemos que existe uma grande parte das empresas nacionais que vivem com a prestação de serviços diários onde o dinheiro roda de forma rápida. Serviço feito, serviço pago, dinheiro para poder pagar gastos e ordenados. As coisas funcionam em muitos casos assim. Então agora com o país parado, como é que essas empresas conseguem ter fundos para que os ordenados não faltem?

Quem fica responsável pelo financiamento rápido das empresas que vão passar dificuldades? De onde vem o dinheiro? Vamos todos para casa em que condições? Férias? Ordenados a serem pagos de forma normal sem surgir lucro? Em que ficamos num momento em que além da saúde, também nos sentimos frágeis em termos económicos sem saber que garantais o país nos fornece para acreditarmos que estar em casa além de nos proteger do coronavírus também nos fornece garantias que daqui a umas semanas o poder de compra de bens essenciais para sobrevivência não falta?

Oficialmente desempregado

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Mês e meio após o início do processo de despedimento por falta de pagamento, eis que finalmente consegui ter luz verde dada por parte da Segurança Social que me contactou via carta a informar que estou oficialmente desempregado e com a atribuição de Subsídio Desemprego para Trabalhadores com Salários em Atraso. 

Sinceramente não sabia que existiam várias formas de desemprego e com títulos, mas pronto, não muda muito, somente que no lugar dos vinte meses que tinha direito se tivesse sido despedido normalmente, terei acesso a dezasseis, mas sinceramente não conto utilizar grande parte deste período, começando agora o novo ciclo à procura de emprego. 

Impérios com baixos salários

É uma realidade sobre a qual todos temos noção, mas quando é contada na primeira pessoa acaba por ter outro sentido. Um trabalhador com mais de seis anos de casa numa grande cadeia de supermercados nacional ganha praticamente o mesmo hoje que há seis anos, tendo sido aumentado somente por obrigação e estando agora a receber pouco mais de treze euros que os seus colegas que entraram há meses com as mesmas funções. Assim se percebe a ditadura da liderança dos grandes que reinam sobre tudo e todos com preços baixos e com salários também baixos. Escravidão e sentimento de falta de consideração e valorização das pessoas que se esforçam no trabalho para não verem uma recompensa lhes bater à porta. 

Trabalhar praticamente todos os fins-de-semana, receber quase o ordenado mínimo, horários diários trocados e perceber que não existe futuro num dos grandes que supostamente deveriam formar pessoas para que ano após ano se sentissem bem onde estão parece não ser a ideia das empresas que lideram o mercado e deitam abaixo os mais pequenos em busca dos milhares que poderiam dividir com quem dá o litro por pouco. 

É uma completa vergonha perceber isto de forma real e em conversa num corredor de supermercado, quando os anos passam, a vida se vai alterando e é necessário mais para seguir em frente. Mas que mais quando o empregador não valoriza os seus funcionários que tenta manter mas para os quais não olha ao final do mês. Todos não passamos de peões neste mundo de cifrões onde os mais ricos continuarão sempre a rebaixar as classes mais baixas que dificilmente conseguem dar a volta enquanto dia após dia necessitamos de ser consumidores, gastando o pouco que se ganha em empresas que não praticam o bem. 

Promessas! Promessas!...

Será que tudo o que se promete é para cumprir? A bem da minha pessoa espero que o prometido pelas últimas horas seja mesmo para entrar em vigor já este mês e que tenha uma validade sem fim à vista! A carteira agradece e a boa disposição laboral aumenta!

Dá para acreditar? Só no final de cada mês!

Como falar de aumentos?

Preciso de ajuda! Estou há seis meses a desempenhar novas funções na empresa para a qual trabalho há mais de oito anos, tendo agora uma maior responsabilidade. Na altura do convite logo me foi dito que iria ver o ordenado aumentar passados uns meses. Só que até agora nada! Toquei no assunto há umas semanas e como as coisas andavam calmas foi-me dito para aguardar mais uns tempos! Agora volto a perceber que preciso mesmo de ver o tal aumento acontecer para conseguir na verdade exercer a função que me foi atribuida, mas tem estado díficil!

Pode-se dizer que o dinheiro não é tudo e bla bla bla, no entanto o que é certo é que neste caso sei que ter um aumento de ordenado, aquele que me foi prometido em Outubro irá fazer com que mude de comportamento e forma de estar perante o cargo que tenho neste momento. Comecei bem quando fui convidado a subir na empresa, mas com o tempo e por perceber que responsabilidade não foi ainda sinónimo de mais dinheiro, tenho acabado por perder o entusiasmo sentido pelos primeiros tempos desta nova tarefa.