Faz-te ao Largo
Carlos Cabral escreveu, Rui de Matos encenou e Alberto Villar e Carlos Quintas protagonizam a peça Faz-te ao Largo que se encontra em cena no Teatro Armando Cortez de 1 a 18 de Setembro, numa curta temporada por Lisboa a anteceder a digressão nacional que já começa a ficar agendada.
Um grupo de amigos decidiu avançar com um projeto para dar visibilidade aos autores nacionais que tantas vezes são esquecidos pelo nosso teatro em detrimento da aquisição de textos de sucesso internacional. Assim nasceu a peça Faz-te ao Largo, através do esforço de pessoas que acreditam que o teatro em Portugal está vivo e há que dá valor ao que é feito por cá do início ao fim.
Com um cenário simples, a pensar na digressão do espetáculo, e somente com dois atores em palco do início ao fim, esta comédia une dois antigos conhecidos de guerra num só espaço, um quarto alugado a uma senhoria que embora ausente também faça parte da história.
O convívio e conhecimento de outros tempos dão o mote para que tudo se inicie quando Zorba e Anselmo se encontram pela primeira vez em Lisboa, várias décadas depois dos contactos anteriores. Se de início as coisas não correm bem, ao longo da sessão o público é convidado a assistir a bons momentos entre os dois mas também a várias quezílias, tudo devido à insistência de Zorba para a falcatrua em forma de burla que ao ser confrontado com os cuidados de Anselmo percebe que não conseguirá dar o golpe do baú a mais um, como tem feito ao longo da sua vida. Vários momentos de brincadeira, conversa e discussão são vividos em palco através dum reencontro após quarenta anos da estadia por uma ex-colónia portuguesa.
Uma comédia da Jafes Produções com a ajuda da Yellow Star Company que viu assim a luz do dia e que convida o público a presenciar duas vidas tão distintas, a de Zorba que assim que vê algum dinheiro não resiste a esbanjar e a de Anselmo, o homem controlado nas contas e que não cai em armadilhas, mesmo de velhos conhecidos com olho para o engano.