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O Informador

O Pátio das Cantigas

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A crítica tem sido positiva para com o filme O Pátio das Cantigas de Leonel Vieira, no entanto e embora tenha gostado, várias falhas técnicas estão presentes na produção nacional que tem conquistado o público cinematográfico.

Com um elenco de peso, conhecido da maioria dos espetadores televisivos, O Pátio das Cantigas é um produto que consegue aliar seriedade com diversão num texto que podia ser mais corrido mas que não perde em momento algum o sentido. Notei que por ter várias personagens e todas terem o seu destaque, várias histórias vão-se perdendo ao longo do tempo e acabam por ficar com finais em aberto, parecendo que estamos perante um episódio de uma qualquer série ou novela que na próxima semana irá continuar no mesmo horário. Não existe um corte, um desfecho lógico no que vai sendo contado com praticamente todas as personagens que andam de um lado para o outro com as suas trapalhadas emocionais que acabam por não conseguirem chegar a lado algum.

No que toca ao elenco e tirando um excelente Miguel Guilherme pelo campo masculino, nota-se em geral que as moças estão acima dos atores escolhidos que fizeram mais do mesmo daquilo a que estão habituados, comédia, comédia e comédia. Elas sim, com personagens talvez mais normais, conseguem dar nas vistas com a sua representação que mostra que estão na profissão certa, ao contrário dos humoristas a que não acho piada alguma, mas isso já pode ser coisa minha por não simpatizar com grande parte daqueles cómicos. 

Enredo e elenco relatados, eis que em termos técnicos detetei algumas falhas, entre elas a luz das câmaras quando algumas personagens estão de óculos de sol e nota-se claramente que têm uma câmara à sua frente com a luz ligada em foco. Não custava nada ter retirado aquela situação de cena! Depois algumas sombras em determinadas cenas de pessoas que não estão em cena também vão aparecendo aqui e acolá como se a rua tivesse cheia de pessoas a passarem, o que não era o caso. E outra coisa... Qual a razão de recorrerem a uma Oceana Basílio para fazer de portuguesa que volta do Brasil passados quinze anos quando poderiam ter contratado uma atriz do outro lado do Atlântico que esteja a viver por cá, como é o caso das duas que entram no filme quase como figurantes? Não percebi, tal como não percebi aquela personagem falar claramente de modo brasileiro quando passou mais tempo em Portugal do que do outro lado do oceano, não se perdendo naquele tempo o sotaque como aparentou acontecer. 

Os ridículos de «Ruas Rivais»

https://www.youtube.com/watch?v=wvxrdHMmr24

O elenco mais novo é conhecido pelo seu sucesso pelos vídeos do YouTube e pelas redes sociais, os seniores são atores comediantes que têm integrado o elenco de vários programas e séries televisivas, no entanto os putos conseguem ser a surpresa do elenco do filme Ruas Rivais, que não me dá qualquer estímulo para ser visto.

Os «mais novos» estão como peixe na água, tendo existindo uma união dos maiores sucessos nacionais de partilha de vídeos para a integração neste elenco, agora qual a necessidade real de ter um Unas sem piada, o Franco Bastos sem qualquer pinta, o Manzarra, o Pêgo, o João Paulo e o Salvador que deviam deixar-se destas parvoíces e assumirem que podem ter um bom lugar televisivo no futuro sem este tipo de parvoíces e a Catarina, o Valsassina, o Raminhos e o Boinas que dão um completo tiro no pé ao integrarem este elenco?! Compreendo a decisão e convite dos dois primeiros, já que a piada ficas-lhe não sei onde, agora os restantes tinham alguma necessidade de entrarem nesta nódoa de filme?

Ruas Rivais pode ter uma grande história e ser um dos filmes nacionais do ano, mas eu não o irei ver porque para mim, só o trailer já mostra o mau trabalho que foi feito. Os putos autores e atores não podiam ter optado por ficarem com esta grande metragem com um elenco formado pelas suas idades sem terem que convidar as figuras que se acham de proa da comédia nacional e que não fascinam nada nem a ninguém?

Um elenco «mais velho» escolhido por ser a inspiração dos jovens youtubers! Gosto da maioria do jovens, não conhecendo o trabalho de todos, agora a alguns dos mais velhos, que insistem em fazerem fantasias cómicas, não consigo achar graça alguma, podendo muito bem ser feito um outro trabalho longe das piadas ridículas.

Um filme possível com a ajuda da NOS, pelo trabalho feito pelos últimos meses na rede WTF e que promete levar muitos fãs da comédia mal amanhada aos cinemas nacionais! Eu dispenso, não pelos putos mas por alguns dos convidados!

A «Dança do Campeão»

https://www.youtube.com/watch?v=mYUK7Ra71AM

Sim, já posso vir tarde, mas só hoje surgiu-me a curiosidade para assistir ao ridículo vídeo que o Rui Unas fez com a Luciana Abreu e os Mastiksoul intitulado de Dança do Campeão. Depois de ver os concorrentes da Casa dos Segredos armados em cantores é necessário aparecerem os já famosos a caminharem pela mesma via para darem nas vistas?

Não discuto a voz da Luciana porque a Floribella é cantora e sabe que tem valor nessa área... Agora o Rui Unas armar-se em cantador de esquina? Um tema péssimo, um vídeo horrível com a Luciana a dar nas vistas, tal como é pretendido, e um Rui Unas a tentar ter o seu jeito piadolas a que não acho graça nenhuma.

O que fica de bom na Dança do Campeão? Perceber que afinal os críticos que outrora mostraram desagrado por verem as figuras dos realitys shows a ganharem destaque pela representação e música através de presenças absurdas também conseguem fazer algo do mesmo género para serem falados.

O vídeo tem sido visto e bem comentado mas qual será a principal razão de tanta visualização? O bom senso e apoio à selecção não deverá ser de certeza e o talento dos seus intervenientes deixa muito a desejar com tal som e imagens! Enfim... O Youtube anda mesmo cheio de vídeos desnecessários!

Sei Lá

Sei LáMargarida Rebelo Pinto lançou o livro Sei Lá há quinze anos! Agora, em 2014, as palavras escritas deram origem ao filme com o mesmo nome e protagonizado por Leonor Seixas, Ana Rita Clara, Patrícia Bull e Gabriela Barros. Depois de gozar um pouco com este lançamento no cinema, não resisti e lá quis assistir ao produto cuja realização esteve a cargo de Joaquim Leitão. O que dizer assim por alto e desde já? Gostei!

Com uma obra literária de sucesso que colocou muitos autores já reconhecidos de parte e com certa inveja na altura, Margarida Rebelo Pinto criou as suas personagens femininas num forte enredo onde o amor e os homens são adereços que quebram corações, tendo conquistado os leitores desde cedo pelo seu fantástico poder descritivo e complexo sobre como o mundo feminino analisa as atitudes masculinas. Isto em Sei Lá, o livro!

Agora a adaptação para cinema saiu e não podia ter corrido melhor para uma produção nacional, onde o público é muitas vezes ignorante por achar que o que é feito em Portugal não pode correr bem. Foi bem feito e a prova está à vista! Uma década e meia depois do tempo em que os acontecimentos acontecem, Sei Lá vê a luz do dia na grande tela, já vindo tarde, isto porque o mundo mudou e as atuais produções cinematográficas e de televisão já correm em outros patamares, estando o tema das amizades femininas para enfrentarem os homens já fora de moda por já ser algo bem batido entre as criações audiovisuais de todo o mundo.

No entanto e porque há que falar do que foi visto, da produção ao som, dos atores à escrita, esquecendo que a história central já aparece tarde entre nós, tudo corre bem. Um texto fantástico e corrido, com alguns clichés bem característicos das personagens da autora que mostra como certas faixas sociais reagem ao mais ínfimo desaire da vida. Quatro mulheres diferentes entre si, com ideias fixas e com problemas bem vincados nas suas vidas cruzam-se com o amor e com os imprevistos que as relações sempre enfrentam ao longo do tempo. A separação, a traição, a busca, a crença, a amizade, as palavras, o carinho... Sei Lá é uma criação misteriosa que junta ao quarteto principal os atores Rita Pereira, António Pedro Cerdeira, Rui Unas, David Mora e Pedro Granger, tendo uma excelente banda sonora bem características do início do século e uma imagem excelente, embora com alguns deslizes que podem passar ao lado do público em geral.

Tenho pena somente por este filme aparecer fora do seu tempo, deixando-se comparar assim à banalidade do que tem aparecido ao longo dos anos porque na altura certa o sucesso estaria sem dúvida do seu lado por ser inovador e não apenas mais um, ou melhor, aquele filme que a Margarida escreveu e que o Leitão realizou!

Sei Lá é assim um bom filme fora de época!

Splash! sem Júlia e Unas

Splash! Celebridades é um formato que para mim não tem interesse porque passar um serão inteiro a ver famosos a contarem como foi a sua semana ao longo de quinze minutos e depois darem um salto de um minuto para uma piscina não me fascina, mas não critico o programa por existir e por ter sido trazido para o nosso país pela SIC. O que quero comentar é o facto de Júlia Pinheiro e Rui Unas não se encaixarem com este formato como uma dupla de apresentadores mais novos o poderia fazer!

Júlia Pinheiro já não tem trinta anos e na minha visão sobre o mundo televisivo esta grande aposta do canal deveria ter como apresentador principal outra pessoa mais nova que a Querida Júlia! Não que ela esteja mal na sua condução, no entanto saltos para uma piscina e Júlia não combinam! E depois a escolha de Rui Unas... Enfim! Enfim!

Para mim e dentro do lote de apresentadores e humoristas que existem dentro do universo SIC, César Mourão seria a aposta certeira para este formato como apresentador principal. Sabe bem o que faz, tem o seu público, é um bom comunicador e tem a sua piada na altura certa! Este programa vive muito da imagem fantástica do mega estúdio e da performance dos concorrentes, mas a escolha dos apresentadores também devia ter sido outra e aí César Mourão e Ana Rita Clara faziam bem melhor o papel de anfitriões deste Splash! Celebridades!

Ele é o humor em pessoa e já provou que na apresentação também se sente em casa e está na altura de dar um outro salto. Ela há muito que brilha no universo SIC nos canais de cabo, mas precisa de mais, porque das novas apresentadoras da estação é a melhor e a que mais merece, mas não tem tido essa oportunidade! O Splash! Celebridades devia ser do César e da Ana Rita!