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O Informador

Poluição sonora

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Uns gabam-se que o supermercado do rés-do-chão do seu prédio fechou para obras e que antes disso ofereceram bolachas, compotas e sumo de polpa como que um pedido de desculpas pelo barulho que irão fazer pelos próximos dias. Já por estes lados nem aviso nem comunicados e muito menos ofertas...

O café do rés-do-chão, vivo no primeiro andar, tem estado com serviço à janela, mesmo com a abertura possível de portas há umas semanas, e agora que pensam em voltar a abrir portas aos clientes estão a fazer algumas alterações interiores e o barulho das brocas e batucadas ao longo da tarde e pela noite dentro acontece sem um ai nem ui. A verdade é que de dia ainda se suporta, mesmo tendo vizinhos que têm de dormir de dia porque trabalham de noite, o pior é mesmo quando passam as 21h00, as 22h00 e mesmo as 23h00 e por três dias seguidos ouves o barulho dos buracos a serem feitos, dos armários a serem mexidos, das louças a serem lavadas e o eco das conversas a surgir no silêncio da noite.

A música do vizinho da cidade

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É sabido que vos escrevo de uma aldeia, geralmente quando não ando por outras paragens para uns dias de pausa e fora da rotina. Aldeia geralmente significa sossego e silêncio, mesmo que seja na zona de Lisboa, no entanto nem sempre isso acontece. 

Aqui pela aldeia existem casas que são habitadas como moradas de fim-de-semana, no entanto em tempos de pandemia, um vizinho lisboeta decidiu assentar a sua vida por uns meses por aqui, numa casa de família, devendo estar a trabalhar a partir de casa, e não é que a falta de noção para com o barulho existe? O rapaz, já com idade para ter um pouco de juízo e bom-senso, não deverá ter horários, existindo dias que as batidas musicais soam bem alto pela rua para lá das 02h00, como se não estivéssemos em horário noturno e em que o silêncio é exigido por respeito a todos para bem da comunidade e de um bom ambiente social. 

Certo que não me incomoda, já que quando é para dormir adormeço sem qualquer problema, com ou sem barulho, no entanto percebo quem já se ande a queixar pelo barulho da noite, já que no silêncio da aldeia, ouvir heavy metal até altas horas quando se quer descansar para se acordar cedo, acaba por se tornar complicado. 

Ruído na Biblioteca

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Frequentar uma biblioteca tem como característica encontrar algum silêncio para que a concentração seja exata, já que o local não é um centro de convívio nem uma parque de diversões. Geralmente nas entradas existem avisos para ser mantido o silêncio, só que por vezes o problema não vem dos visitantes mas sim dos próprios funcionários.

Há uns anos, quando era adolescente, para fazer tempo até apanhar o autocarro que me levava do centro do concelho para a aldeia, acabava por ficar um pouco na biblioteca pelos computadores municipais, aproveitando também para ler alguma da imprensa que estava exposta. Já na altura lembro-me de ver os bibliotecários responsáveis pelo espaço a andarem constantemente atrás das pessoas a pedirem silêncio e com o típico som «xchiuuuu». Hoje, mais de quinze anos depois, a história continua a mesma e os pensamentos que tenho também se mantém.

Se formos analisar, o que aquelas pessoas que estão como responsáveis não fazem, é que pedem silêncio aos visitantes da biblioteca, no entanto depois estão atrás do balcão ou andam pelos corredores, a falarem uns com os outros em alto e bom som, como se não estivessem dentro de um local onde os próprios pedem para as pessoas falarem baixo para que não perturbem os outros. Afinal em que ficamos? É que quem devia dar o exemplo acaba por mostrar exatamente o contrário e por vezes dá vontade, mesmo que o barulho dos outros não me perturbe, de perguntar aos funcionários se as regras que tentam impor não se aplicam aos próprios.