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O Informador

Quando os Rios se Cruzam | Rita da Nova

Manuscrito Editora

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Título: Quando os Rios se Cruzam

Autor: Rita da Nova 

Editora: Manuscrito Editora

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Abril de 2024

Páginas: 240

ISBN: 978-989-9181-17-5

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Para Leonor, ir de Erasmus significava começar de novo. Onde ninguém a conhecesse, poderia ser quem quisesse.

Na cidade italiana, ela descobre partes de si que ignorava existirem, muitas delas novas e entusiasmantes. Mas há um outro lado de si que se revela, uma parte que a envergonha e amedronta — atitudes em que não se reconhece e cujas consequências vão ficar consigo para sempre.

Dez anos depois, mais uma vez a adiar o reencontro com o passado, Leonor dá por si a revelar a uma estranha tudo o que aconteceu naqueles meses — e de que forma o fogo, até então tão inofensivo, acabou por lhe deixar marcas eternas.

 

Opinião: Leonor é a estudante que parte para Erasmus livre, pronta para viver a experiência fora do seu país, dando espaço a uma total liberdade, num local onde ninguém a conhece e onde para além de encontrar uma cidade nova e que vai conhecer, tem também as expetativas em alta com tudo o que o processo desta experiência trás consigo. Novos conhecimentos, amores, noitadas e muita diversão a par dos estudos que tendem a ficar para segundo plano na sua lista de afazeres durante este período de tempo.

Com Leonor conheci vários recantos de Turim e nesse campo Rita da Nova está de parabéns por me ter levado para fora do país sem me fazer sair do sofá. No entanto Quando os Rios se Cruzam não é de todo aquele romance que possa dizer que me tenha arrebatado do início ao fim. Aqui é contada a história de Leonor com tudo o que esperava do seu plano para os tempos de Erasmus, no entanto senti que o fio condutor que devia ter sido criado de início não existiu, tendo sim encontrado uma história que foi feita ao sabor da corrente, talvez entre as correntes de rios e vidas que se cruzam, começando a história central na protagonista, passando por um romance mal conseguido e terminando com a perda de uma pessoa importante para si, mas onde o ego acabou por falar sempre mais alto. Senti ao longo desta leitura uma incapacidade de unir os três pontos que destaco num só, como se as coisas tivessem a ser contadas por partes e não fazendo parte de uma história corrida e como um todo. 

As Coisas Que Faltam | Rita da Nova

Manuscrito

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Título: As Coisas Que Faltam

Autor: Rita da Nova

Editora: Manuscrito

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Fevereiro de 2023

Páginas: 256

ISBN: 978-989-9087-58-3

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: Quando tinha oito anos, Ana Luís pediu pela primeira vez para conhecer o pai. Era muito comum a mãe dizer-lhe que não a tudo - não, não podia ir para casa das colegas porque tinha de estudar; não, não podia comer gelados porque eram só gelo e açúcar. De todas as respostas negativas que estava habituada a receber, porém, aquela foi a que doeu mais.

Ana Luís cresce a sentir que lhe falta algo e que não pertence a lado nenhum. A convivência com a mãe, uma mulher fria e dominadora, aprisiona-a num lugar solitário.

É na figura do pai que deposita todas as suas esperanças: ele é a peça do puzzle que falta e, quando o conhecer, a sua vida vai finalmente fazer sentido e sentir-se-á completa.

As Coisas Que Faltam, o tão aguardado romance de estreia de Rita da Nova, traz-nos a história de uma mulher à procura do seu lugar no mundo.

Numa trama de densidade emocional crescente, a autora explora com destreza a complexidade da identidade humana, a importância do círculo familiar e as histórias que se repetem, às vezes de geração em geração.

 

Opinião: Ana Luís cresceu sem a presença da figura paterna e quando somos convidados a conhecer esta figura solitária encontramos uma história de tristeza que consegue partir corações. É através da procura do que nos faz falta e que acreditamos que possam ser pontos essenciais para atingir a felicidade que percorremos o caminho desta jovem mulher, do seu passado conturbado a um presente onde várias respostas acabam por ser dadas pelas piores razões.

Em As Coisas Que Faltam a procura da verdade revela toda a essência que Rita da Nova colocou na sua escrita quando deixou que a simplicidade das palavras cresça perante a emoção que vai sendo relatada num enredo vulgar valorizado pela dimensão que é criada em torno dos sentimentos de perda e frustração pela procura de respostas de uma criança que se tornou mulher e que sempre se sentiu diferente de quem tinha mãe e pai presentes.

A terapia, o sexo e os olhares

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Imagina-te num espaço Drive das conhecidas cadeias de comida pronta e rápida com as várias etapas do processo desde o pedido, passando pela janela do pagamento até ao momento da recolha. E foi neste momento que tive uma situação assim que meio estranha!

Estava eu em espera, de podcast ligado no carro e a beber água do meu cantil portátil que me acompanha quase para todo o lado, acabando por me distrair da janela de onde surgiria o meu pedido quando do canto do olho percebo que tenho uma pequena e roliça rapariga, de olhos esbugalhados com o braço a ser espetado com o copo da bebida em direção à minha cara. Olhei assustado quando vi algo a surgir na minha direção mas a moça tinha um ar tão de desenho animado incomodado que pensei se eu próprio teria feito ou dito alguma coisa sem me aperceber para suscitar espanto do outro lado ao ponto de ver uns olhos arrebitados, meio que esbugalhados, na minha direção, como se tivesse de frente aquela pessoa um ser alienígena.