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O Informador

silêncio por favor.jpg

Custa-me a perceber que existem cidadãos desta nossa sociedade que compram bilhetes para assistirem a espetáculos onde tem o dom de destabilizar quem está ao seu redor simplesmente porque não conseguem fechar a matraca ao longo do tempo em que deviam de manter o silêncio, respeitando os artistas e o restante público.

Há uns dias fui a um espetáculo teatral e tive que calhar com um vizinho da fila de trás que não se calou ao longo da sessão, sempre a tentar falar com o seu familiar ou amigo do lado que pouco lhe respondia. Falou, comentou, riu, voltava a puxar assunto... Na fila da frente olhei, abanei a cabeça, revirei os olhos, mostrando várias vezes desagrado, até que por algumas vezes uma das companheiras do grupo do dito senhor o avisou do incómodo que estava a causar a quem não o conhecia de lado algum. Cheguei mesmo a pensar se não deveria deixar a irritação que me estava a causar falar por si a dado momento e expressar-me de outra forma, dizendo-lhe que se queria conversar devia ter ficado na esplanada mais próxima, já que não conseguia respeitar os artistas e quem estava ao seu redor e queria simplesmente desfrutar do momento.

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O respeito por todos e mais alguns é fundamental nos tempos que correm, mas existe tanta boa gente que se esquece que nas mais variadas áreas profissionais existem pessoas, sim, todos são pessoas, que merecem os «bons dias» e o «até amanhã».

É tão comum ver em centros comerciais os clientes a ignorarem os senhores da limpeza das mesas onde os que se acham mais que qualquer um comem. Será que custa assim tanto, quando existe intenção, proferir o cumprimento diário a pessoas que estão a fazer o seu trabalho, por vezes a levantarem a mesa enquanto esperamos para a utilizar? E quem está na caixa de supermercado, o cliente deposita as suas compras e nem consegue dar um sorriso com quem lhe vai prestar, durante uns rápidos minutos, um serviço. Naquele momento são cliente e funcionário de supermercado, podem falar, mesmo que pouco, mas a simpatia nunca matou ninguém. E fundamental é dizer que após as horas laborais aquela pessoa que vos está a atender pode também vir a ser vosso cliente perante o serviço que estão a prestar, podem deitar-se ao vosso lado na praia a aproveitar o bom tempo ou usufruir de um café de balcão onde vocês também estão.

Custa assim tanto olhar para determinadas profissões e desvalorizar essas pessoas? Será que a simpatia lhes fica cara? Ou será que quebram um dente se disserem mais de cem vezes por dia um «Olá»?

biblioteca fábrica das palavras.jpg

Frequentar uma biblioteca tem como característica encontrar algum silêncio para que a concentração seja exata, já que o local não é um centro de convívio nem uma parque de diversões. Geralmente nas entradas existem avisos para ser mantido o silêncio, só que por vezes o problema não vem dos visitantes mas sim dos próprios funcionários.

Há uns anos, quando era adolescente, para fazer tempo até apanhar o autocarro que me levava do centro do concelho para a aldeia, acabava por ficar um pouco na biblioteca pelos computadores municipais, aproveitando também para ler alguma da imprensa que estava exposta. Já na altura lembro-me de ver os bibliotecários responsáveis pelo espaço a andarem constantemente atrás das pessoas a pedirem silêncio e com o típico som «xchiuuuu». Hoje, mais de quinze anos depois, a história continua a mesma e os pensamentos que tenho também se mantém.

Se formos analisar, o que aquelas pessoas que estão como responsáveis não fazem, é que pedem silêncio aos visitantes da biblioteca, no entanto depois estão atrás do balcão ou andam pelos corredores, a falarem uns com os outros em alto e bom som, como se não estivessem dentro de um local onde os próprios pedem para as pessoas falarem baixo para que não perturbem os outros. Afinal em que ficamos? É que quem devia dar o exemplo acaba por mostrar exatamente o contrário e por vezes dá vontade, mesmo que o barulho dos outros não me perturbe, de perguntar aos funcionários se as regras que tentam impor não se aplicam aos próprios.

Incrível como ao assistir a um espetáculo de teatro com vários convidados do mundo da representação se consegue perceber facilmente em como existe uma grande falta de respeito das pessoas que fazem aos outros o que não gostam que lhes façam a si enquanto estão em cima do palco!

Como os famosos, neste caso os atores, conseguem estar na plateia, com tudo desligado e o espetáculo a ser representado de telemóvel ligado, com o ecrã a ofuscar quem está ao seu lado?! No início de cada sessão sempre é dito e pedido para que os telemóveis sejam silenciados ou mesmos desligados. Os atores em cima do palco incomodam-se e com razão ao verem o público com luzes aqui e acolá ligadas ou com o som de chamadas a fazer-se ouvir de vez em quando. Depois esses mesmos atores, quando estão sentados pelas cadeiras como público, conseguem ter a falta de caráter a tal ponto de cometerem exatamente as falhas a que não gostam de assistir. Isto é normal? Não, nada normal!

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