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O Informador

O arraso de Rita Pereira

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Só quem viu a última gala do Dança com as Estrelas, no passado Domingo, 15 de Janeiro, consegue perceber quando digo que Rita Pereira conseguiu no espaço de pouco mais de duas horas arrasar e olhem que não falo somente da sua indumentária. 

Se quando estreou esta nova temporada do programa de dança a dupla Rita Pereira e Pedro Teixeira apareceu formatada e com a lição estudada sobre o que tinham de fazer quando começaram a perder, aos poucos a dupla tem vindo a melhorar e a ganhar bastante confiança perante as câmaras no campo da apresentação. Se de semana para semana o formato subiu e tornou-se de novo líder, no passado Domingo as coisas ainda melhoraram mais e além de continuarem a conquistar o top das audiências, a dupla conseguiu transmitir a ideia, principalmente a Rita, que é na apresentação que tem de continuar a ser aposta.

A atriz e agora apresentadora enfrenta tudo a que se propõe com ambição de conseguir fazer mais e melhor e por estes dias foi isso mesmo que acabou por demonstrar. Com garra, os passos certos, as dicas e tiradas certeiras e diretas para a imprensa e não só, um decote bem generoso e um à-vontade incrível onde até deu para improvisar em vários momentos e muito bem. Nesta última gala Rita foi a verdadeira estrela que brilhou, deixou brilhar e fez com que todos à sua volta sentissem a sua boa vibração e capacidade para ser a estrela que fez todo um programa de dança arrasar com a ajuda de concorrentes, jurados e Pedro Teixeira, mas onde a atriz deu tudo e conseguiu o que queria.

Liliana Queiroz atriz no México! Ahahah!

Liliana Queiroz afirma-se uma atriz nacional! Eu vejo uma ex-modelo que não tem jeito para a representação, ao contrário de outras que conseguiram triunfar com algum trabalho e mérito. Agora a Liliana, aquela que esteve no Big Brother Vip e que desistiu, afirma ter sido convidada para a ficção internacional.

Se a moça por cá não dá uma para a caixa no que toca às artes representativas, será pelo México que irá revelar tal aptidão? Dúvido muito! A Liliana também ainda não revelou que estilo de personagem irá fazer, só se sabendo que o convite foi feito para integrar o elenco de uma novela, o que foi aceite. 

Há que concordar...

Confesso que não gosto e que também não sou assim um apreciador do trabalho do ator Jorge Corrula, talvez pelos seus comportamentos tantas vezes relatados para com a imprensa e fãs e também por não o achar com um talento assim tão bom como muitos afirmam. No entanto, ao ler uma recente entrevista que deu à revista GQ tenho que confessar que estou plenamente de acordo com várias respostas dadas, sobretudo com a que passo a citar sobre o estado do mercado das contratações de atores.

Está difícil porque há dez anos surgiu um número de pessoas insuportável para o mercado. E são sobretudo pessoas com pouco talento, deslumbradas pela televisão e que acham que ter olhos claros serve para serem atores. Isso é também culpa das produtoras, que privilegiam algumas caras que sabem que vão vender, independentemente da sua performance. Isso faz com que muitas pessoas talentosas, que investiram na sua formação e talvez não tenham o tal palmo de cara, não consigam trabalho há muito tempo. Neste momento as próprias produtoras estão a perceber que o público se tornou mais exigente e precisa de mais qualquer coisa.

Sim, concordo do início ao fim com a resposta dada por Jorge Corrula ao jornalista Manuel Arnaut! Com a fase Morangos com Açúcar, muitos foram os rostos que apareceram sem formação, tendo a sua escola passado pela série da TVI onde foram tendo alguma formação com os atores com quem contracenavam dia após dia e também com as várias horas que tinham livres para aulas específicas oferecidas pela produtora para colmatarem as suas maiores falhas. Muitos dos rostos das primeiras temporadas da série continuaram a integrar as seguintes produções e se por um lado alguns, poucos, optaram por seguir com a formação para conseguirem seguir os passos certos como atores, já outros deixaram-se guiar ao sabor da maré, seguindo o caminho que os canais e produtoras lhes foram dando até hoje. 

Existem de facto caras larocas que conseguiram chegar ao estatuto de atores cedo demais, sem estudos para tal e muitas vezes sem o fator certo para seguirem as linhas retas da representação, mas na altura a televisão vivia muito da aparência e de quem aparecia pela imprensa, como agora ainda acontece, mas com a tendência para a diminuição de tal situação a acontecer. Não podemos dizer que certos atores que estão no topo das preferências do público e que apareceram através da série juvenil que vão perder o seu lugar, passados todos estes anos, em detrimento dos outros, o que digo é que existe uma possibilidade de maior escolha e o público já quer ver o talento impresso nas cenas que vão para o ar, existindo cada vez mais uma união entre os atores com bastante formação e talvez poucos dedos bonitos de cara com os meninos bonitos que foram adquirindo conhecimentos pelos seus trabalhos e sem pensarem realmente em adquirirem numa fase inicial conhecimentos para seguirem a carreira da representação.

O mercado do audiovisual está a mudar, estando o público com uma maior exigência sobre o que lhe é servido de manhã à noite pelo ecrã com cada vez mais escolhas também. Ser ator não é debitar palavras bonitas e fazer poses sensuais com um bom corpo para mostrar, ser ator é ter o conjunto perfeito consigo para daqui a uns anos conseguir manter-se pela profissão e também poder passar aos mais novos o que realmente importa na arte de representar que, tal como todas as outras especialidades, tem e terá sempre os seus «sssss» com podres, mal achados e caídos em graça pelo meio!

A Noite

A noiteParticipei num passatempo do site Propagandista Social e fui um dos vencedores para ir até ao Teatro da Trindade, Lisboa, ver a peça A Noite. Claro que como apreciador de boa representação não podia deixar de ir e confesso que no início comecei por pensar que estava perante uma desilusão, no fim sai satisfeito com um bom trabalho de produção, atores e encenação.

Com Fábio Alves, Filipe Crawford, Joana Santos, João Lagarto, Paulo Pires, Pedro Lima, Samuel Alves, Sofia Sá da Bandeira e Vítor Norte em palco, José Saramago volta a ter destaque no teatro com o primeiro trabalho que escreveu para ser representado. Com uma redacção de jornal como fano de fundo na noite da revolução, todo o mote está dado para um desenrolar de emoções, intrigas e desentendimentos entre jornalistas de direita e esquerda, direcção e estagiários, colocando a guerra entre a verdade e a ofensa em riste. Na noite em que tudo mudou no país, os profissionais do mundo do jornalismo foram chamados ao trabalho porque no dia seguinte era necessário lançar as novas ao país e ao mundo e isso aconteceu, embora bem diferente do que muitos quiseram depois mostrar. Os defensores dos derrotados não quiseram acreditar e tal como em tribunal, tiveram que mostrar aos outros a razão que tanto contrariavam, a verdadeira notícia de que o poder tinha caído em busca da liberdade. 

Com o diretor excelentemente interpretado por João Lagarto e através do chefe de redacção, Vítor Norte, que se deixa guiar pelo poder político, a redacção entrou em polvorosa porque se uns estavam de um lado da barricada, os mais novos e os que acreditavam na mudança revoltaram-se e mesmo uma estagiária, Joana Santos, que podia ter um outro nível de interpretação, conseguiu destacar-se, mostrando os seus ideais do verdadeiro jornalismo, sem censura e medos. Fábio Alves, Filipe Crawford, Paulo Pires, Pedro Lima e Samuel Alves com excelentes representações, já no que toca a Sofia Sá da Bandeira, algo parece ter ficado por fazer.

Um trabalho bem encadeado que leva o espetador até ao seu intervalo com calma e sem grandes alaridos, deixando tudo preparado para o grande clímax da segunda parte que se desenrolou até ao final do espetáculo com o senhor diretor com o receio do que as mudanças no país lhe podiam fazer devido à luta do passado a favor de uma ditadura com muitas palavras curtadas.

Um espetáculo que vale a pena ver!

De 7 de novembro a 29 de dezempbro5ª a sábado às 21h30 | Domingo às 18h00 

Por ocasião do 15º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, 1998-2013Primeiro texto (1979) de Saramago para Teatro.

Todos faremos jornais um dia(autor desconhecido)

O ato passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974.Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente.(José Saramago) 

Na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 de Abril de 1974, a rotina vai ser interrompida pela discussão entre o Redator da Província, Manuel Torres, um jornalista de alma e coração que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o seu Chefe da Redação, Abílio Valadares, homem submisso ao poder politico, que aceita a cen­sura aos textos do jornal sem questionar e que conta com o apoio incondi­cional de Máximo Redondo, o diretor do jornal.

Manuel Torres, que não tolera a ideia do jornal ser constantemente mani­pulado por terceiros, esta em constante luta ideológica com a chefia do jornal. Torres é um idealista que vai lutar para que a verdade volte as páginas do "seu" jornal e terá como aliados Claúdia, uma jovem estagiária, e Jerónimo, o linotipista, chefe do turno da noite.

O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redação o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua. O Chefe de Redação proíbe que se publique qualquer notícia sobre o tema.

A agitação e o nervosismo crescem no seio do jornal, com Torres e Jerónimo a exigirem que se confirme a veracidade dos factos e que os mes­mos sejam notícia de primeira página no dia seguinte.

Do outro lado da "barricada", o Diretor e o Chefe de Redação tudo fazem para desvalorizar a alegada convulsão social, na certeza de que não irão imprimir notícia alguma, nem que para isso tenham de alegar uma avaria nas máquinas dos linotipistas.

Está instalada uma micro­revolução dentro da redação do jornal. A incer­teza cresce até que se consiga provar o que poderá estar a acontecer na rua. Mas mesmo depois de provados os factos, qual será a verdade que irá vencer? Haverá alguma notícia na primeira página da edição do dia seguinte?

Ao longo de toda a ação, o contínuo do jornal, Faustino, que sabe mais do que aparenta e tenta manter uma atitude neutra, vai desconstruir alguns dos conflitos vividos na redação. Faustino é coxo de nascença e o seu andar atípico, que lhe dificulta a atarefada profissão de contínuo, visa ironizar sobre o estado do país e a velocidade com que o mesmo avança. Faustino simboliza o "Zé povinho". Gosta quando o Torres o chama de Fastino que, segundo diz, era a sua alcunha quando "jogava futebol", por ser muito rápido... 

Com: Fábio Alves, Filipe Crawford, Joana Santos, João Lagarto, Paulo Pires, Pedro Lima, Samuel Alves, Sofia Sá da Bandeira e Vítor Norte

Adaptação: Paulo Sousa CostaEncenação: José Carlos GarciaDireção musical: Paulo BrandãoProdução: Yellow Star CompanyClassificação: M/12

Patrocínio: MontepioParceiro institucional: Fundação José Saramago

Teatro da minha vida

Andei a tirar workshops de representação há uns tempos, mas o que é certo é que depois o que aprendi nunca foi colocado em prática. Com a ida ao teatro com maior regularidade, a vontade de pisar as tábuas do espetáculo parece que borbulha em mim de vez em quando.

Tenho noções de representação, gosto de assistir a boas peças, tal como a produtos televisivos e afins, será que o sonho pelo mundo do espetáculo deverá ser levado em frente e enfrentar-me a mim próprio para arriscar?

Sempre senti medo de arriscar e dar o passo para tentar fazer algo como ator, mas o bichinho está cá dentro e de vez em quando belisca-me como se me tivesse a provocar para dar o passo que interiormente quero dar, mas que talvez a vergonha me puxa para trás.

Arriscar ou deixar o tempo continuar a passar sem nada tentar representar?

Atores ou aprendizes?!

Diogo Morgado faz sucesso entre nós e agora pelo mundo com a sua óptima prestação em A Bíblia. Mas o que quero comentar é o facto de ver alguns jovens aprendizes de atores, daqueles que começaram a sua carreira nos Morangos e não fizeram mais nada de jeito a dizerem coisas como estas pelas redes sociais... «Grande trabalho feito pelo colega Diogo Morgado».

Colega Diogo Morgado? Perdão, será que as pessoas não têm consciência que entre ser um grande ator e ser um aprendiz ou um jovem ator tem as suas diferenças? Por vezes parece que as pessoas que gravam uma cena numa novela ou série onde dizem algo como um «Olá!» já sentem que são atores. Existe muito que penar, estudar e trabalhar para se ser considerado como tal.

No nosso país existem muitos atores, mas ver pessoas a caracterizarem-se como tal quando a sua carreira é feita na moda com uma participação ou outra na representação é perceber que o bom senso não abunda pelos mesmos.

Ser colega de Diogo Morgado no que toca a representação não é para todos meus caros, é só para quem sabe, o que não é o caso!