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O Informador

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As grandes marcas mundiais possuem grandes e boas equipas a trabalhar para que nada falhe, no entanto por vezes surgem fatores que sempre escapam e que a sociedade não perdoam, bastando que alguém se sinta melindrado com determinada situação para que seja necessário voltar atrás num trabalho de meses para não ferir suscetibilidades.

Há dias surgiu no site e na aplicação da conhecida marca H&M uma imagem publicitária de um menino negro que veste uma camisola com a mensagem «o macaco mais fixe da selva» e a partir daí a polémica instalou-se com a revolta nas redes sociais, acusando a marca de racismo. A par desta imagem, uma outra foi colocada pela mesma coleção onde um menino branco veste uma camisola onde se pode ler «especialista em sobrevivência». Se a primeira não caiu bem, quando colocada lado-a-lado com a segunda, só levou a que a situação piorasse.

Muitos foram os comentários reacionários que se fizeram desde logo sentir, com pessoas a rejeitarem um regresso às conhecidas lojas da marca, tendo já vários famosos também comentado estas imagens publicitárias como vindo de uma empresa com atitudes menos boas, cheias de insensibilidade, perante o consumidor e a sociedade em que vivemos. 

A indignação perante este anúncio publicitário foi tanta que a marca já tornou público um pedido de desculpas, admitindo o erro, tendo cancelado e retirado as imagens dos seus meios publicitários e lojas online para que a revolta instalada passe rapidamente. 

Não quero desculpar a marca por este ato, no entanto olho para estas reações também como um ato extremista da sociedade. Sim, comparando as duas camisolas e com crianças de cor de pele diferentes a darem a sua cara pelas mesmas, foi uma má opção, mas aconteceu, não querendo acreditar que tenha sido um ato propositado o da criança negra ter calhado com a camisola que poderia suscitar mais suscetibilidade, porque se lhe tivessem vestido a outra, falando da sobrevivência, tenho quase a certeza que a polémica estaria instalada também.

Ou seja, neste caso o que me parece é que tanto num caso como em outro, quem optou por comentar de forma negativa este erro da H&M mostrou que jamais vestia aos seus filhos uma camisola com aquelas frases, porque se analisarmos bem estão ambas no mesmo patamar, somente uma foi lançada com a imagem de um menino negro e a outra com um menino branco, mas não vejo grandes diferenças nas duas frases, estando ambas com capacidades para provocar a discórdia, em modos não tão distintos assim. 

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O Facebook parece ter uma balança com pesos bem diferentes para analisar as imagens que são divulgadas por todos nós! Se celebridades bem conhecidas, com corpos esculturais e que dão que falar podem publicar tudo e mais alguma coisa, já outras acabam por ser censuradas por não mostrarem nada mais que o seu corpo em biquíni!

Tess Holliday é uma modelo que faz campanhas publicitárias para marcas que se preocupam com as pessoas que vestem números maiores. E esta modelo viu a imagem que foi publicada através do mural da organização para a qual dá a cara, a Cherchez la Femme, na rede social a ser eliminada por, segundo os responsáveis pelo Facebook, não estar de acordo com a política de anúncios da empresa. A campanha publicitária pretende promover a positividade da mulher em relação ao corpo que não tem de ser escultural para a pessoa se sentir feliz, mas mesmo assim e sem chocar, a rede social acabou por colocar a censura na ordem do dia justificando a atitude por não cumprir a «política de saúde e fitness da rede social» e também porque mostrava partes do corpo «de maneira indesejável». A sério?

O Facebook foi mais longe e foi divulgado que «Estes anúncios não são permitidos porque fazem com que os utilizadores se sintam mal consigo próprios. Por isso, recomendamos o uso de uma imagem de uma actividade como correr ou andar de bicicleta».

Tess reagiu de imediato nas redes sociais, tal como Jessamy Gleeson, produtora da organização... «Fiquei absolutamente furiosa. Não conseguia compreender. A atitude do Facebook foi realmente horrível e alienante ... As mulheres gordas podem, naturalmente, ser tão desejáveis como as outras.»

Dias depois o Facebook lançou novo comunicado com um pedido de desculpas pelo ato, afirmando que afinal a foto cumpria as directrizes da empresa e que todo o processo de eliminação não tinha passado de um erro. «A nossa equipa processa milhões de imagens publicitárias por semana e pode acontecer a proibição de um anúncio de forma incorrecta. A imagem não viola a nossa política de anúncios. Pedimos desculpa pelo erro.»

No entanto a organização feminista não ficou satisfeita com as desculpas do Facebook e espera que a empresa faça uma revisão das políticas e da forma como analisa imagens e comentários, já que parecem existir diferenças na selecção e censura para com os corpos e patamares da fama. 

Ninguém nasce odiando uma pessoa pela sua cor de pele ou religião. Pessoas são ensinadas a odiar. Se aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar. 

Nelson Mandela

Hoje, 21 de Março de 2015, é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial! A sociedade afirma ter evoluido e existir um maior envolvimento de todos num só circuito, no entanto as coisas ainda não acontecem como todos pensamos que seria o mais correcto. A discriminação existe, seja ela sobre quem for!

Eu sou racista em determinados pontos, tu és racista nas tuas falhas e todos acabamos por o ser, mesmo aqueles que afirmam não suportar tais atitudes. Ao longo da vida todos acabamos por ter comportamentos discriminatórios perante o próximo e não venham com teorias de que isso é totalmente mentira!

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