Distantes vontades
Perante as últimas tempestades que se têm feito sentir na minha pessoa, com alguma instabilidade psicológica a criar desalinho na minha vida, recorri a uma primeira consulta de psicologia como forma de ajuda a delinear um novo caminho na arrumação interna que tenho de fazer comigo próprio. Foi quase uma hora de sessão, onde me deixei estar livre para deixar fluir o que me transtorna, mas existe um apontamento que posso partilhar aqui contigo e que perante o qual muitas vezes não nos damos conta.
A diferença na forma como nos exprimimos através de certas palavras faz alguma diferença entre o que nos vai na alma, delineando o caminho entre o desejo com vontade e uma certa obrigação. Dou o exemplo da utilização das formas verbais Dever e Querer, existindo uma diferenciação entre ambas como se de um fosso se tratasse. Não nos damos conta, mas o certo é que mentalmente entre o quero e o devo existe um espaço enorme, já que o quero tem que surgir por uma vontade própria, como que um desejo, um sonho, e o quero é como se existisse como que uma obrigação ou imposição que nos fazemos a nós próprios, por vontades que muitas vezes nos ultrapassam ou pela pressão social, o que não transmite o que realmente sentimos, mas o que tem de ser feito.