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O Informador

Conhecido entre nós como O Quarto de Jack, devido ao livro que deu origem ao filme, esta película emocionante que relata a forma como mãe e filho vivem enclausurados num pequeno compartimento no jardim de um quintal que nem conseguem observar por não existirem janelas, tendo somente como ponto de referência para com o exterior uma clarabóia. Quarto não foi feito para ser considerado um dos melhores filmes do ano, mas a julgar pela linha narrativa, excelentes interpretações e cuidados com a sua produção, este é dos melhores trabalhos.

Sou um pouco suspeito ao admirar de forma excepcional esta película por ter devorado o livro de forma repentina, sendo a obra que mais choro me conseguiu provocar do início ao fim enquanto os serões passavam e as páginas iam sendo devoradas ao mesmo tempo que as lágrimas escorriam de emoção e envolvência com a vida do pequeno Jack, fechado entre quatro paredes que foram consideradas ao longo de cinco anos como o seu mundo, onde tudo cabia e era possível. Ao ver o filme recordei tudo o que li, percebi que na grande tela optou-se por destacar com maior duração a acção posterior à fuga, mas mesmo assim tudo conseguiu representar o que uma mãe passou ao filho ao longo do tempo em que estiveram fechados por oposição de um ser sem escrúpulos.

Agarrei-me mais uma vez a esta história comovente, emocionante e envolvente que do início ao fim consegue prender quem o vê por existir acção, tendo sempre algo a acontecer entre as poucas, mas boas, personagens que vão desfiando as suas vidas de forma a que tudo termine bem e longe das complicações de um mundo privado e imaginado por uma mãe de forma a conseguir proteger ao longo do tempo o seu maior presente de vida.

Além de tudo isto existe um pequeno ator, novato nestas andanças até, que merece todas as boas criticas que tem recebido. Jacob Tremblay é considerado neste momento a mais recente estrelinha de Hollywood e tem todo o mérito para tal distinção já que com Jack dá uma baile de representação do inicio ao fim do filme. 

Mas que vaga de frio é esta? Por aqui sente-se o mau tempo que se faz sentir lá fora, ouve-se uma tuna lisboeta a passar pelas ruas desertas da aldeia em modo festivo pela colectividade do sítio e espreitam-se as origens, as heranças e os amigos de José Sócrates que tem honras de capa da revista Visão desta semana.

A televisão faz companhia dentro de quatro paredes, no quarto ao lado assiste-se às novelas e reality shows da TVI e eu? Eu penso que amanhã estarei levantado pelas oito da manhã para mais um Sábado de trabalho, acreditando que após as dezoito chegam dois dias seguidos de descanso que desejo que não sejam acompanhados por este frio absurdo que congela qualquer mínimo de pele que seja deixado ao léu.

Pantufas de ogre nos pés, manta sobre o colo, cama à espera e um episódio de Família de Acolhimento nas gravações do MEO para arrancar a qualquer momento. Poderia pedir algo mais neste serão de repouso e aconchego em casa? Não! Porquê? Porque até o chocolate cá está por ser uma boa ajuda ao aquecimento físico, só mesmo por isso! 

Até já!

A televisão ligada e a transmitir publicidade que não consegue ser convincente ao ponto de vender os seus produtos!

A luz da mesa de cabeceira a meio gás para não derrubar o ambiente calmo e morno que habita dentro das quatro paredes!

Um computador ligado e com oito páginas abertas talvez sem nenhum significado aparente!

Um telemóvel com menos de metade da bateria, o que simbolizada que no dia seguinte terá que receber energia a meio da manhã, e que nada faz a não ser ocupar um pequeno espaço na cama!

O rato, aquele pequeno aparelho que não consegue viver sem a sua ligação a um computador!

Uma garrafa de água que poderia estar a ocupar um lugar ao lado do candeeiro a meio gás e que fica somente no pensamento!

Três livros por terminar no topo do móvel que se encontra ao lado da cama de corpo e meio e de dois metros de comprimento!

A carteira cheia de cartões e com pouco dinheiro porque esse é cada vez menos usual andar pelas mãos, optando-se por passar o plástico para efectuar os pagamentos!

Um cinto à vista do olhar, uma camisa pendurada, um casaco por vestir, uma cadeira desarrumada, uma impressora desligada, um telefone inútil, um relógio adiantado, uma carrinha de oferta, um retrato especial, um presépio anual, uns discos antigos, um caderno usado, uma mesa arrumada, três tapetes alinhados, uma pulseira de cabedal, um candeeiro tricórnio, uma paisagem num quadro... Um chão, cinco paredes, um tecto...

É este o meu quarto!

Os exames do quarto ano estão aí e não critico a sua existência, o que me deixa um pouco surpreendido é com as regras que estão à sua volta fazendo parecer que as crianças vão fazer estes testes dentro de uma prisão onde só podem escrever e respirar porque o pensamento na maioria dos casos deve ficar fora da porta da sala devido a todo o stress que está a ser criado em volta destes exames. 

Não poder levar os telemóveis ainda vá lá, embora não ache assim tanta necessidade que isto aconteça, uma vez que os podiam simplesmente desligar e estava o assunto arrumado. As novas tecnologias vivem com todos nós no dia-a-dia, porque as temos que ignorar e fazer as coisas como se estivéssemos a viver há vinte anos atrás?

Depois a questão da junção das escolas de todo o agrupamento num só local... Uma coisa são os alunos do secundário que já têm capacidade para ausentarem dos seus pensamentos os momentos de pânico quando vão para os exames, agora estes pequenos alunos vão mais que nervosos e ainda por cima vão para uma escola que não conhecem. Não tornará as coisas mais complicadas? Parece-me bem que sim porque quando não se conhecem as coisas e se vai a algo para ser avaliado, ficasse com um nervoso maior do que se o local fosse o da nossa rotina escolar!

Escrever com caneta preta é outra das regras dos exames de quarto ano! Se os adultos se esquecem muitas vezes desta regra a preencher certos formulários para si próprios por obrigação, quanto mais um pequeno ser com dez anos que está habituado a ter em mãos uma caneta azul ou um lápis. Acho melhor que se comece a ensinar que a cor principal de escrita deve ser a preta e não a azul, uma vez que os exames e formulários pedem geralmente para serem preenchidos a preto.

Depois, as três semanas que parecem ser de castigo que se seguem a quem tiver má nota nos exames! Pronto, as três semanas são para se poder melhorar os conhecimentos e só serão frequentadas pelos pais que achem necessário, mas para quem só pensa nas férias é um grande castigo que lhes é colocado e ir com isso em mente quando se vai prestar provas não é assim tão bom! O bom será que vão poder repetir o exame se chumbarem no primeiro que fizerem!

Este ano estes exames de quarto ano valem 25% para a nota de final de ano, sendo que para o ano já contará com 30%. Várias pressões estarão presentes já neste relançamento dos famosos exames de quarto ano que os meus pais também fizeram, mas as regras agora são em demasia e mostram que se quer levar as crianças para as salas com o stress redobrado como acompanhante. Não havia necessidade!

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