Conhecido entre nós como O Quarto de Jack, devido ao livro que deu origem ao filme, esta película emocionante que relata a forma como mãe e filho vivem enclausurados num pequeno compartimento no jardim de um quintal que nem conseguem observar por não existirem janelas, tendo somente como ponto de referência para com o exterior uma clarabóia. Quarto não foi feito para ser considerado um dos melhores filmes do ano, mas a julgar pela linha narrativa, excelentes interpretações e cuidados com a sua produção, este é dos melhores trabalhos.
Sou um pouco suspeito ao admirar de forma excepcional esta película por ter devorado o livro de forma repentina, sendo a obra que mais choro me conseguiu provocar do início ao fim enquanto os serões passavam e as páginas iam sendo devoradas ao mesmo tempo que as lágrimas escorriam de emoção e envolvência com a vida do pequeno Jack, fechado entre quatro paredes que foram consideradas ao longo de cinco anos como o seu mundo, onde tudo cabia e era possível. Ao ver o filme recordei tudo o que li, percebi que na grande tela optou-se por destacar com maior duração a acção posterior à fuga, mas mesmo assim tudo conseguiu representar o que uma mãe passou ao filho ao longo do tempo em que estiveram fechados por oposição de um ser sem escrúpulos.
Agarrei-me mais uma vez a esta história comovente, emocionante e envolvente que do início ao fim consegue prender quem o vê por existir acção, tendo sempre algo a acontecer entre as poucas, mas boas, personagens que vão desfiando as suas vidas de forma a que tudo termine bem e longe das complicações de um mundo privado e imaginado por uma mãe de forma a conseguir proteger ao longo do tempo o seu maior presente de vida.
Além de tudo isto existe um pequeno ator, novato nestas andanças até, que merece todas as boas criticas que tem recebido. Jacob Tremblay é considerado neste momento a mais recente estrelinha de Hollywood e tem todo o mérito para tal distinção já que com Jack dá uma baile de representação do inicio ao fim do filme.