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O Informador

A Cristina contra o Preconceito

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No mês de Julho a revista Cristina volta a arriscar e surpreende com duas capas que pretendem mostrar a luta contra o preconceito onde, como diz a descrição no portal da publicação, «celebram o amor, vivido da forma que cada um sente».

A apresentadora da TVI e a sua equipa editorial arriscaram e chegaram onde em Portugal nenhuma publicação conseguiu tocar, estando «Cientes da probabilidade de existirem alguns comentários menos felizes, a equipa Cristina soube, desde logo, o quão importantes estas capas poderiam ser, ao tornarem vidas mais felizes e vividas em liberdade. Este é assunto que ainda é tabu. Há quem diga que é mais fácil aceitar a manifestação de amor entre duas mulheres, do que entre dois homens. Afinal, o que é que choca mais?», partilharam. 

E como esperavam, os comentários são tão distintos como a sociedade. Se uns aplaudem estas duas capas, muitos há que deitam abaixo e mostram que por detrás de um teclado são muito mais diretos que diretamente, tal como pode ser visto pela imagem que se segue. As opiniões dividem-se e entre a capa de dois homens a beijarem-se e a de duas mulheres, as críticas negativas e preconceituosas recaem essencialmente na dos homens. Será assim tão diferente para as mentes retrógradas verem dois homens e duas mulheres a beijarem-se?

Quem é quem?!

Encontro familiar e o programa do Goucha a decorrer! A conversa surge até ao ponto de se falar do Rui, o companheiro do apresentador de televisão. Uns dizem que «aquilo não tem jeito algum», outros optam por serem ainda piores e questionar sobre quem é a mulher entre os dois. 

Será mesmo necessário ter cabeça dura para não se perceber que por seres dois homens ou duas mulheres que se amam as coisas não se alteram? Não existe um homem e uma mulher numa relação homossexual e isso quer se seja ou não é um facto tão fácil de perceber que nem existe explicação a ser dada e uma resposta a quem simplesmente não quer perceber a verdade. 

Preconceito para com os reality shows!

A história das pessoas que afirmam que quando está a ser transmitido um reality show passaram pelo canal por uns segundos e conseguiram ver tanta coisa do programa é das melhores. Curioso que não assistem e só apanham nos zappings que talvez fazem de minuto a minuto para afirmarem que passaram mas não estavam a ver com atenção o formato! Não acompanham nada mas sabem depois um pouco de tudo!

Não sei qual a razão de tanto preconceito para com este estilo de programas, mas ok! Quando as pessoas não conseguem admitir a verdade é tão complicado senhores! Muitas vezes a estas situações poder-se-á dar o nome de preconceito televisivo!

Flores preconceituosas

Uma florista em Washington recusou vender flores para um casamento gay, isto depois de anos a fornecer ao mesmo casal todos os arranjos que estes encomendavam. Vender esporadicamente sim, agora apoiar um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo é que não!

Barronelle Stutzman recusou vender flores para o casamento de um casal gay por considerar que o enlace ia contra as suas convicções religiosas. Agora está com um processo em tribunal por preconceito, arriscando perder o seu negócio.

Há uns meses um caso do género só que numa pizzaria também levou a um processo crime por os proprietários do restaurante recusarem fornecer pizzas para um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo por motivos religiosos, tendo o espaço encerrado portas por obrigação judicial pouco tempo depois.

A senhora agora arrisca o que conquistou durante anos e poderá colocar as flores recusadas ao casal num bom sítio que tão bem deve conhecer, no seu jardim, claro está! Já agora, será que quem não seguir as crenças religiosas da dita senhora mas for heterossexual tem tido um bom atendimento ou também é tratado de forma imprópria ou com recusas por não seguir o supostamente idilico?

Todos reparam!

Ok, consegui engordar e isso deixa-me contente, ao contrário da maioria dos portugueses! Agora o que me começa a irritar é que quase todos os que me conhecem e se cruzam comigo terem de frisar que «estás mais gordinho».

Sim, ok, ganhei o que sempre quis mas agora também não tenho que andar a ouvir isso todos os dias e por todos os que vou encontrando pelo caminho, né? Encontro familiares e vem a história, coloco uma nova foto no Facebook e surgem os comentários, entro no trabalho e os clientes sorriem e dizem que estou bem assim mais cheinho...

O Meu Menino Princesa

O Meu Menino PrincesaO preconceito existe e não venham com as tretas do costume para afirmarem que a sociedade dos dias de hoje já está alterada. Sim é um facto que notam-se alterações nos pensamentos de todos, no entanto a verdade é que por muito que se diga que se aceita tudo o que foge do dito normal na mente de cada qual, nos pensamentos que não são verbalizados as coisas acabam por ser diferentes e os comportamentos sociais mostram que afinal pouca coisa ainda mudou.

Uma mãe, com dois filhos, acabou de lançar um livro inspirado no seu menino mais novo, Dyson Kilodavis, de cinco anos. O rapaz desde cedo mostrou entusiasmo por vestir tudo em tons cor-de-rosa, usando também vestidos de menina e princesa. Claramente que Dyson acabou por ser marginalizado na escola, não só pelos colegas, mas também por pais e professores, levando os seus progenitores a darem o grito de liberdade através de um livro biográfico que começa a fazer sucesso mundialmente, O Meu Menino Princesa (My Princess Boy). Nesta obra Cheryl relata algumas situações pelas quais passou com o filho, ensinando ao mesmo tempo crianças e adultos a aceitarem e compreender quem é diferente e se sente bem como é!

Ainda não estamos tão avançados como é desejado, existindo preconceito entre raça, orientação sexual, formas de estar e ser. Neste mundo tão cruel ninguém consegue ser livre para ser como quer, tendo toda uma sociedade capaz de julgar o mais pequeno pormenor que pisa o risco da ditadura mental dos outros, de todos aqueles que antes de olharem para si reflectem atitudes e comportamentos dos seus semelhantes.

É triste uma mãe ter necessidade de tomar determinadas atitudes em busca da felicidade de um filho por os outros não compreenderem que também eles são diferentes e não conseguem agradar totalmente no mundo em que habitam. O planeta que não evolua que nem no próximo século os passos certos estão dados para a diversidade da liberdade de cada um!

O Meu Menino Princesa

Ninguém vê reality shows?!

Com o regresso do Big Brother a velha questão que os portugueses atiram para o ar volta a acontecer. Pelas ruas, cafés, redes sociais e trabalho comenta-se o que os concorrentes fazem e dizem, mas depois a maioria das pessoas diz não ver o programa ou se viu é porque foi de visita a alguém que estava a ver o programa. Ora bolas, será que ao longo de treze anos, desde que este tipo de formatos estreou em Portugal, a maioria das pessoas não os vê mas depois sabem o que se passa porque os outros os forçam a ouvirem contar o que se passa? Poupem-me!

Porque a nossa população é tão preconceituosa sobre o visionamento de reality shows? Se as pessoas vêem e gostam de espreitar o que se passa porque depois não o admitem aos outros quando se está a falar do programa? «Ah, eu por acaso vi essas imagens quando estava no café» ou então «estava a ver o que estava a dar em vários canais e quando passei pela TVI estava a dar isso» são duas das desculpas que se ouvem por aí para quem se acha melhor que os outros só porque não gostam de ver programas da vida real. As pessoas vêem e gostam de ver o que aqueles seres andam a fazer fechados naquela casa, mas como se vive num mundo tão cruel e porque nesta sociedade se gosta de gozar com tudo e mais alguma coisa, preferem dizer que não gostam e que não vêem por acharem que assim ficam com uma melhor imagem social.

Tenham dó, não é por verem estes programas e admitirem que o fazem que as pessoas se vão deixar de dar e falar com vocês. Quem não gosta de saber o que eles andam a fazer? Não se admite, mas todos querem saber daquelas vidas enclausuradas, mas enfim, o preconceito próprio abunda por aí!