Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

Vazio

Vazio é a palavra que consegue descrever situações e estados de alma imperfeitos através de várias perspectivas. Os Vazios que se cruzam e dão trabalho conseguem sempre deixar uma mensagem, mesmo sendo ela imperfeita e vã.

Acreditar que existe sempre algo melhor para cada um. Perceber o quanto os que nos fazem mal conseguem pagar para serem seres inúteis na sociedade. Pensar no tempo perdido passado em redor de um Vazio sem nexo e lugar certo. Acreditar na mentira de quem não consegue existir por si só. O Vazio, tudo isto ronda o Vazio!

O Vazio, o ser que não consegue ter objetivos e pensamentos capazes de raciocinar sobre o que está a preparar a pensar no amanhã. O Vazio, aquele que nada tem e também nada teme por não conseguir estar na vida e acreditar na felicidade e na convivência para com os outros. O Vazio não interessa a ninguém, nem mesmo a si próprio por acabar por ser algo inexistente onde nem a curiosidade tem lugar e causa transtorno. Ele, o buraco negro de cérebro não tem razão, não tem bom senso e muito menos consegue ter atitude para assumir o quanto mal anda a fazer à sociedade.

O mundo é composto por peças compactas, puzzles imperfeitos e Vazios mal nascidos, onde cada humano encaixa neste trio de portas é sempre a luta que irá definir cada qual ao longo da sua curta ou longa permanência enquanto ser que habita fisicamente o planeta ou algum local inexistente para muitos.

Traumas

Os acidentes e acontecimentos do género sempre me ficam marcados pela mente por longos anos e os locais onde acontecem jamais são esquecidos, estando as imagens bem presentes quando passo pelo sítio onde algo de mau aconteceu. Agora foi o suicídio no Carregado mas antes já outros momentos do género marcaram a minha área traumática.

Lembro-me de quando tinha aí uns onze anos, mais coisa menos coisa, e ir a caminho da praia da Foz do Arelho com os meus pais e a estrada nacional estar cortada. Tivemos que fazer um desvio e uns quilómetros depois do início desse mesmo desvio o trânsito estava todo parado. Ficamos paralisados na estrada uns bons minutos até que o meu pai decidiu ir a pé ver o que se passava, já que nenhum carro circulava nem para um lado nem para o outro. Como sempre fui curioso em relação a tudo lá tive que ir também ver o que se passava e uns bons metros mais à frente um acidente... Uma senhora desmaiada, acho, cheia de sangue e com um aspecto terrível dentro de um carro esmagado! Hoje ainda me lembro daquela imagem, daquela mulher loura, com sangue pelo corpo e sei bem o local onde tal acidente aconteceu, não tendo mais passado no mesmo, felizmente!

Anos mais tarde, talvez aí há uns dois, a caminho de Lisboa pela auto estrada, quando a noite já se fazia sentir e o trânsito corria como se nada acontecesse nova peripécia do género aconteceu! A poucos quilómetros da entrada da capital passei por um corpo no meio da estrada, disseram-me no momento para não olhar mas não resisti porque tenho de ver sempre estas situações que me fazem mal. Olhei e vi um corpo decapitado chapado no meio da faixa de rodagem! No dia seguinte foi notícia que um motociclista tinha perdido a vida na A1, tendo o corpo perdido a cabeça com o embate. Hoje quando passo no local sempre me lembro do que vi!

Agora foi este suicídio no Carregado, num local onde passo praticamente todos os dias! Sei que não me irei esquecer do que vi e ouvi assim de forma tão rápida como desejado! Não consigo deixar de olhar por querer tentar perceber o que se passa com estas situações e depois fico com traumas para a vida que me fazem sentir mal e ter locais marcados de forma infeliz!

Igualdade na diferença

«Dizem que para sermos iguais, temos de ter pensamentos iguais. Mas é a diferença que nos completa.»

São os opostos que se atraem por pensarem de formas diferentes e se completarem assim, não percebo a razão das pessoas dizerem «ah e tal são tão parecidos e estão sempre de acordo». Será que quem diz isso acredita mesmo no que diz ou é só para fazer o género e ficar bem na fotografia?

Quem pensa e quer seguir um caminho muito provavelmente não vai procurar uma pessoa com as mesmas expetativas de futuro e com a mesma rota. Que monotonia seria ter ao nosso lado uma pessoa que pensa como eu e estaria sempre de acordo comigo sem me desafiar a fazer novas coisas que possa não gostar mas para satisfazer o outro.

É por sermos diferentes que conseguimos viver em boa harmonia com os outros e quem se assemelha demais comigo, geralmente, não nos damos bem e entramos em conflito por pensarmos e querermos o mesmo. Ser parecido mentalmente com alguém não é a perfeição mas sim o seu contrário porque é com a diferença que se constrói um futuro melhor através da aprendizagem e não com a paragem no tempo.

Não quero ser igual e pensar da mesma forma, quero ser diferente dos outros para me estimular. Pode ser?

As máscaras do cinismo

«O cinismo é um mecanisco de defesa usado por aqueles que tem medo de serem feridos no amor, no trabalho, na vida.»

Paulo Coelho

O cinismo, tal como Paulo Coelho afirma é usado para tapar os desgostos com a vida no seu geral, mas mais que isso, é também usado por pessoas fracas que se querem mostrar fortes e combatentes perante tudo e todos. 

Cada vez conheço mais pessoas que usam da sua forma de argumentação cínica para esconderem o que são verdadeiramente e para não deixarem transparecer aos outros a vida que têm no seu seio familiar. Enfrentam quem se lhes opõe com teorias, por vezes absurdas e em que elas próprias não acreditam, mas como têm que mostrar que são o oposto dos outros, têm que o fazer.

O cinismo é-me transmitido por pessoas fracas de mente, mas capazes de tudo para sobreviverem e serem bem vistas em sociedade, escondendo os seus reais desejos e sentimentos para não se magoarem a elas próprias.

A mim, desde que perceba com quem estou a lidar, não me afecta se a pessoa é cínica ou não, desde que não me afecte, cada qual faz e diz o que lhe bem apetece.