O receio da perda existe, é real, embora na maioria dos casos se tente abafar, não lembrando que a perda pode acontecer num instante, naquele instante com que nos deparamos quando recebemos um simples telefonema que nos transmite tristes notícias. O cérebro consegue estar preparado para a perda, mesmo quando o tempo nos leva a acreditar que a preparação aconteceu?
Nunca estamos preparados para receber más notícias, por mais que nos acalmemos no tempo antecedente que em vários casos surge. Não são necessários cursos, práticas, costumes, comportamentos, simplesmente é necessário seguir o próprio instinto na hora em que uma pedra cai, a rua parece ruir e o mundo pára para que em câmara lenta assista a uma dor que pode surgir de vários lados com diferentes formas de atacar e magoar. O que é afinal a perda para cada ser?
Uma perda preparada e agendada, lenta e complicada, rápida e espantosa. O que sentimos nos momentos em que tudo termina, as emoções se enrolam, os atritos ficam esquecidos, as mágoas ultrapassadas, o amor venerado e o carinho reforçado. O que perdemos com as partidas, boas ou más, mas são partidas que deixam marcas, daquelas que nos levam a refletir sobre o passado no presente que advém sobre o futuro sem a perda, aquela palavra que poderia significar tanto e afinal de contas apenas nos leva a acreditar que tudo pode desaparecer e terminar num fechar de olhos bem abertos porque a realidade não nos prepara para as surpresas e mágoas que nos faz.