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O Informador

Sem grandes confinamentos

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Primeiro dia de confinamento a meio gás em Portugal continental e eu, que fui para o último dia de trabalho antes de entrar de lay-off, constatei pelas estradas e por passar pelo interior de localidades na deslocação casa/trabalho e trabalho/casa e também pelas imagens que fui vendo ao longo do dia, tanto nas redes sociais como na televisão, que de confinamento pouco existiu nesta Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2021.

Alunos nas escolas, com pais a deslocarem-se para deixarem os filhos nos institutos de ensino e mais tarde os voltarem a levar para casa ou transportes públicos cheios com jovens que se deslocam assim para as aulas. Supermercados, farmácias, clínicas, veterinários, igrejas, bancos, oculistas, dentistas, talhos, peixarias, papelarias, padarias e outros tantos serviços abertos como se nada se estivesse a passar. Restaurantes em take-way, cafés e pastelarias a servirem o que os clientes pretendem junto a portas e janelas, esplanadas como que montadas só porque ainda não existiu tempo de serem retiradas, e muitos incumprimentos logo na partida para esta jornada. Encontros em grupo nas esquinas e jardins, pais que esperam na conversa junto dos carros que os filhos saiam da escola, crianças que saem dos autocarros e que de imediato retiram as máscaras. Ou seja, confinamos em termos laborais mas ao que parece existe tanto para se fazer lá fora que a vontade é mesmo a de sair e arranjar uma das várias desculpas possíveis para se poder circular na via pública.

Horror no Pingo Doce

Já me tinham dito, mas quando se pode ver com os próprios olhos é sempre diferente de só se ouvirem histórias. Foi isto que aconteceu por um Sábado destes quando fui perto das nova da matina ao Pingo Doce de Alenquer e percebi que aquele supermercado nas primeiras horas do fim-de-semana é completamente invadido pelas pessoas que até fazem fila como se estivessem à espera de uma consulta no Posto Médico.

O supermercado tinha acabado de abrir, o parque de estacionamento estava praticamente cheio e lá dentro, principalmente na zona da fruta, carne e peixe, a invasão acontecia! E não estou a falar num dia daqueles com promoções sobre estes produtos... Era um Sábado normal e as pessoas correm no seu modo acima do andamento para as bancadas dos produtos frescos como se não houvesse amanhã. É certo que por aqui aquele é o supermercado onde muitas pessoas vão e que gostam destes produtos por serem frescos e de confiança, mas bolas, valerá mesmo a pena estar à porta até que a hora da abertura aconteça para levar os primeiros produtos a serem vendidos e a saírem das arcas? Tudo parecia tão esfomeado por aquela febra e por aquela sardinha que só visto mesmo!

Pessoas que vão ao supermercado com calma e tempo digam-me, não é mais fácil andar à vontade do que ir com todas as pressas e depois deixar algumas coisas para trás? Sempre me disseram que a pressa é inimiga da perfeição e com tantas pessoas amontoadas no mesmo espaço em tão pouco tempo... Coitados dos empregados!