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O Informador

Protecção literária

Aquelas pessoas que afirmam que ler é desperdiçar tempo não sabem mesmo do que falam e devem adorar viver no seu mundo onde não existem reflexões, comentários e debates. Ao ler reflete-se sobre os diversos temas que vão aparecendo ao longo das histórias e isso é tão melhor que andar por aí em busca da imperfeição da vida alheia.

Ando a ler O Pintassilgo, tal como já tinha revelado, e ao longo da leitura das duas primeiras partes desta obra, que me está a conquistar, dei por mim a pensar em como uma pessoa viúva ou separada sem saber onde o seu antigo parceiro foi parar lida com o pensamento da própria morte quando existem filhos menores ao seu cuidado.

Tenho amigos e conhecidos que foram criados simplesmente com um dos progenitores e ao longo das primeiras cem páginas da obra de Donna Tartt fui pensando em como seria a vida de x ou y se o seu principal e único cuidador faltasse quando ainda existissem vários anos pela frente enquanto criança? O que um pai/mãe pensa ao longo dos anos em que é o único sustento das suas crias sobre a possibilidade, porque existe sempre a hipótese de acontecerem fatalidades, de uma perda? Onde ficam as crianças nessa altura, com quem, quando por vezes não existem avós com condições para os aceitarem ou familiares próximos capazes de se chegarem à frente? Situações complicadas que por vezes atiram jovens para instituições porque a vida não lhes foi meiga com a perda, por variados motivos, de quem mais os queria ver bem.

Presente na família

No Sábado que já lá vai e para aproveitar o fim-de-semana fui ao encontro dos meus pais que estavam por sua vez em casa dos tios onde naquele dia da semana se juntam com os primos e fazem a festa todos juntos com comida, conversa e verdadeiro amor familiar.

Há meses que não ia para aquelas paragens onde me senti voltar atrás no tempo, embalado pelo colo da família que não vejo com maior regularidade por ser descuidado e meio ausente do que devia ser um compromisso. Afinal de contas com eles estou bem e naquela tarde trouxe comigo uma lição, quando se quer consegue-se sempre ter um tempinho livre para visitar as pessoas que nos pertencem e só nos querem bem!

Assim é que as coisas acontecem!

Pleno Centro Comercial Colombo com pessoas a circular de um lado para o outro, tal como é normal, passo pelo corredor onde se concentram grande parte das lojas de vestuário infantil, aquele que também tem um parque de diversão ao longo do espaço. O que oiço quando vou a passar e me fez parar para perceber onde os adultos iriam depois? Pois, aquilo que muitos pais fazem sem medir o risco que tal atitude envolve!

Uma criança aí com cinco anos sobe para um dos divertimentos e o pai, muito ocupado sabe-se lá com o quê, diz-lhe «Não saia daqui», acrescentando ainda «Fica só aqui que a gente já vem» e foram, deixando o menor por ali a brincar e a correr as atracções mais próximas. Eles, os pais, enfiaram-se dentro de uma loja cuja montra nem dava para ver o local onde o miúdo se encontrava, ficando aquela criança entregue a si própria, podendo ir para onde quisesse e desaparecer com alguém porque quem olha para os milhares de pessoas que entram pelos centros comerciais diariamente não adivinha quem está por detrás de um rosto.

Um ano de Corrupção

Ao longo das últimas semanas de 2014 a Porto Editora teve em votação um conjunto das palavras mais procuradas e utilizadas por todos nós ao longo do ano. Agora sabe-se que o passado ano nacional foi marcado por Corrupção, a palavra eleita com 25% dos votos.

Em segundo ficou com 22% das escolhas dos portugueses a palavra Xurdir, seguindo-se Selfie na terceira posição do pódio. Este é o trio do concurso Palavra do Ano da editora que ano após ano lança o desafio a todos através do seu portal. 

Para trás na votação ficaram as palavras Banco, Basqueiro, Cibervadiagem, Ébola, Gamificação, Jihadismo e Legionela que não conseguiram conquistar as preferências totais. Em 2012 a vitória ficou do lado de Entroikado e em 2013 foi Austeridade a eleita. Agora a Corrupção que tanto marcou 2014 saiu vitoriosa, dando ao mesmo tempo o mote para o início de 2015 que continua com casos bem marcantes nas notícias do país!

Férias na semana de Natal

Este ano o Natal terá um maior espaço por aqui! Isto porque pela primeira vez estarei de férias laborais na semana mais natalícia do ano!

Com dias em atraso de folgas e com férias ainda por tirar, acabei por optar ficar toda a próxima semana a descansar, aproveitando ao mesmo tempo para fazer as visitas da época e conseguir fazer umas últimas compras sem as correrias do fim-de-semana e dos serões onde todos invadem os centros comerciais em busca dos presentes perfeitos.

Tirar férias na semana de Natal só faz lembrar os pais que não têm onde deixar os seus filhos porque escolas e infantários encerram também por uns dias, sendo a família obrigada a reorganizar os seus dias para ficarem com os mais pequenos por casa. Por aqui não existem crianças mas existe uma grande vontade de ficar a descansar numa época que não vivo como a maioria das pessoas mas em que gosto de aproveitar os momentos caseiros e familiares propícios destes dias.

Uma semana de paz só para mim! Que bom!

Há 30 anos!

Mãe e PaiNunca vos tinha mostrado qualquer imagem dos meus pais, pois não? Esta é a mais antiga que encontrei dos dois juntos, numa união que fizeram de fotografias individuais de cada um, quando ainda eram solteiros!

Ambas as imagens já têm mais de 30 anos, quando começaram a namorar, num amor que levou mais de cinco anos para se concretizar em casamento e só depois apareci eu! Ah pois é! Por estas imagens deviam ter 20 e poucos anos de idade, estando ambos todos penteadinhos e jeitosos para irem ao fotógrafo porque antes nada acontecia como agora, onde o tempo não pára e os cuidados com estas sessões não acontecem ao pormenor.

Criaram-me com tudo o que sempre me puderam dar, com o amor necessário para ser uma criança feliz e só lhes posso agradecer por isso porque são os meus bons pais, aqueles que lutaram e continuam a fazer tudo por mim, o seu único filho, a criatura que amam e que sempre protegeram dos males do mundo!

Amo-vos, embora seja frio com as palavras e demonstrações de afecto para convosco, sei que sabem que só vos tenho a agradecer por tudo!

Tenho que sair de casa!

Há dias maus e dias bons, no entanto pelo meio existem os dias menos maus e os menos bons! Ontem foi um dia que começou bem e terminou com uma discussão que me deixou a pensar que tenho mesmo que sair de casa dos pais porque o limite do meu feitio anda a ser atingido devido às opiniões e complicações que a minha mãe sempre arranja para implicar com tudo e mais alguma coisa!

Tenho 27 anos e várias situações levam-me a acreditar que pelos próximos tempos conseguirei ter um melhor ordenado, ganhando posteriormente alguma estabilidade económica a ponto de começar a pensar em sair de casa e viver longe do colo dos pais, onde sempre tenho estado desde que nasci. Com a idade que tenho algumas pessoas já fizeram as suas vidas, a solo ou acompanhadas, e cada vez mais sinto tal necessidade também, não tendo a paciência de outros tempos para viver na casa onde fui criado.

A convivência com os meus pais é boa, mas depois quando me chateio, principalmente com a minha mãe, coloco tudo em causa e só penso mesmo que tenha que sair, habituar-me a fazer as minhas coisas, ter o meu próprio canto e não estar à espera que tudo apareça com um estalido dos dedos. Quero sair de casa e só espero pelo momento em que na minha conta bancária comecem a cair um maior número de euros para que possa continuar a fazer a vida que tenho feito e ganhar também a minha liberdade longe do ninho paternal.

Para o meu próprio bem mental necessito de desaparecer de casa porque além de não ter um feitio fácil também não consigo ficar calado em certas situações. Adoro os meus pais, no entanto sei que o ser humano atingindo uma determinada idade que necessita de seguir o seu caminho a solo, escolhendo o seu percurso e fazendo com que fiquem uns em cada lado para que não existam chatices e depois nas visitas tudo está bem e não existem discussões já desnecessárias devido às opiniões e criticas que não aceito de livre arbítrio!

Existem bons momentos em que tudo parece ser mau e que todos queremos deixar a vida que temos para recomeçar de novo, isto porque um ponto bateu longe do caminho pré-estabelecido anteriormente! Chatices parvas e que me deixam a pensar, desta vez em sair de casa!

Crise passageira

Nos últimos anos os portugueses têm vivido sobre a nuvem dos cortes por todos os lados. É nos salários, nos impostos, nas poupanças, nos aumentos dos bens necessários... Agora e porque o hábito da poupança tem ajudado a melhorar os orçamentos do país e de cada um, vejo que já não existe tanto medo e que o estado financeiro de todos nós está a recuperar o que tem vindo a perder nos últimos tempos.

Há uns meses para cá que noto que existem mais pessoas pelos centros comerciais e pelos espaços logísticos, com sacos na mão e a falarem de compras. O medo e a opressão financeira com que se viveu há uns tempos tem vindo a passar e o facto das notícias também mostrarem - lentamente, é uma verdade -, que a crise está a ser ultrapassada aos poucos, pode ter alguma influência na perda de receio na hora de se apresentarem as notas ou os cartões para serem feitos os pagamentos de algo necessário ou desejado.

A crise tem afetado todos mas também tem ajudado ao auto controlo de cada um no momento de gastar, pensando-se duas vezes se é mesmo necessário comprar ou recuperar algo que talvez nem faça assim tanta falta. Nos supermercados começou-se a olhar para os artigos de outra forma, optando muitas vezes pelas marcas brancas que também oferecem bons produtos. Nas viagens, o preço começou a ser importante na hora da escolha, seja em nome privado ou empresarial. Nas saídas, o pensamento começou a recair também no dia seguinte porque não se pode gastar muito de uma vez para depois não ter.

Acredito que o estado em que Portugal esteve com toda a crise e com todo o bombardeamento da imprensa com tal facto tenha ajudado à mudança de mentalidades para que o futuro seja melhor e hoje vejo que possam existir melhoramento, embora calmos, mas eles existem.

A história da Ministra

Maria Luís Albuquerque anunciou, através de conferência de imprensa, as novas medidas do orçamento do estado para 2014 e enquanto a senhora falava em direto para todo o país, eu, que estava a jantar, deixei-me embalar. Comecei a dar por mim a ouvir o que era dito e a perceber que aquilo não era um comunicado, mas sim uma leitura de um conto poético!

Não ligando ao que foi anunciado e às fortes medidas de continuação da austeridade que irão ser colocadas em prática, ouvir a dona Albuquerque transportou-me para os tempos de escola primária. A professora lia a história de forma pausada como se estivesse a relatar uma beleza rara que todos deviam admirar. A ministra contou tudo o que vai ser implementado de forma histórica, contando passo a passo o que irá ser feito, mostrando que o estado tem razão e sabe o que está a fazer e tudo foi transformado num momento de beleza porque as palavras lidas saiam como se de um poema se tratasse, tal a inspiração dos seus autores.

No elaborado discurso que foi preparado só faltou mesmo a cena final em que todos os contribuintes começavam a chorar com pena da pobre senhora que era a grande protagonista e narradora desta história. A Maria Luís não fez um comunicado ao país, porque aquilo pareceu-me mais uma lamentação de quem merece o perdão e uma tentativa para que todos percebam o quanto os nossos governantes estão a sofrer com o dinheiro que nos têm tirado. Para mais com o tom como foi contado e com as pausas bem pensadas que foi tendo, tudo foi perfeito para a apresentação de um bom livro que se poderia tornar num novo best seller nacional. 

O Passos e o Portas deveriam estar naquele momento lado-a-lado com os lencinhos de papel de tão emocionados estarem com o conto que criaram para a verdadeira artista da palavra relatar! Emocionante!

Dias de descanso

BarcoÉ tão bom poder tirar uns dias e em boa companhia partir em busca do nosso país e dos magníficos lugares que existem para visitar. Por aqui passei umas belas horas a desfrutar da paisagem, do fresco que vinha da natureza e pesquisando pelo mundo da internet, estando um bom livro ao lado também a ser lido. 

Com um bom ambiente tudo se proporciona para se poderem passar momentos de descanso, conversa, leitura e conhecimento. As horas parecem passar num ápice e quando se dá por isso já se está na altura do regresso indesejado à vida normal, a de casa, do trabalho e dos problemas da rotina diária.

O que é bom sabe sempre a pouco e o que acaba por me confortar é saber que sempre que possível posso voltar aos locais onde me sinto bem.