Os Dias Realistas
Mais do que um apelido em comum, os dois casais Dias são vizinhos de vivendas idênticas, quintal com quintal e além disso vivem situações bem semelhantes. Bambi e João mudam-se para a casa ao lado de Margarida e Tó e ao primeiro encontro percebem que existe bastante em comum entre o dia-a-dia de cada casal. Esta é a premissa de Os Dias Realistas, a nova produção da UAU que acabou de estrear no Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa.
Catarina Furtado, João Reis, Manuela Couto e Paulo Pires dão vida aos Dias, as quatro pessoas que se encontram em casal ou ao longo da noite em secretismo com o vizinho para debaterem as questões com que se deparam no seio conjugal. As preocupações, os dilemas e o pessimismo são uma constante entre estas personagens que caraterizam qualquer pessoa que tem na sua vida várias semelhanças com a do vizinho do lado. Todos vivemos de pensamentos positivos e negativos e é com isso com que por palavras e conversas poderemos perceber que afinal nunca nos encontramos sozinhos no Mundo, já que todos têm os seus aspetos comportamentais que podem ter um lado agradável mas também pessimista.
Com um humor negro, Os Dias Realistas de Will Eno tem nesta adaptação uma interpretação de excelências, sem falhas e com um excelente desempenho de contracena entre o quarteto de atores que o público tão bem conhece. Num texto nem sempre fácil e com vários momentos mais elaborados e puxados para a comédia complexa falta talvez nesta fase inicial de estreia as chamadas de atenção com frases mais chamativas e que puxem de certa forma pelo público presente na sala.