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O Informador

Orçamento assustador

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Foca-te num orçamento que desejas pedir para avançares com determinada obra, projeto ou seja o que for. Agora pensa que estás frente a frente com a pessoa que te vai dar o valor final, que te vai dizendo o que precisa de ser feito enquanto vai acrescentando no sistema instalado no seu portátil valores. Tudo pronto e eis que te apresenta linha por linha o que terá de ser feito e todos os custos. Conforme as páginas vão avançando vais somando por alto valores e no final, mesmo na ultima página tens aquela surpresa desagradável que preferias nunca receber. O valor está umas quatro vezes acima do esperado e ficas sem saber o que dizer. Primeiro olhas, assimilas, percebes que estás a ficar com calor, transpões os teus pensamentos, refletes de forma rápida e percebes que tens de ter tempo para absorver toda a informação que não vai em nada de encontro ao pretendido. Sais, deixas o tema em suspenso porque tens que pensar e perceber o que pretendes fazer perante o valor e a necessidade. Será que conseguirás melhores valores para o mesmo serviço? Essa é a questão que percebes mais tarde que tem de ser colocada e procurada.

 

A história da Ministra

Maria Luís Albuquerque anunciou, através de conferência de imprensa, as novas medidas do orçamento do estado para 2014 e enquanto a senhora falava em direto para todo o país, eu, que estava a jantar, deixei-me embalar. Comecei a dar por mim a ouvir o que era dito e a perceber que aquilo não era um comunicado, mas sim uma leitura de um conto poético!

Não ligando ao que foi anunciado e às fortes medidas de continuação da austeridade que irão ser colocadas em prática, ouvir a dona Albuquerque transportou-me para os tempos de escola primária. A professora lia a história de forma pausada como se estivesse a relatar uma beleza rara que todos deviam admirar. A ministra contou tudo o que vai ser implementado de forma histórica, contando passo a passo o que irá ser feito, mostrando que o estado tem razão e sabe o que está a fazer e tudo foi transformado num momento de beleza porque as palavras lidas saiam como se de um poema se tratasse, tal a inspiração dos seus autores.

No elaborado discurso que foi preparado só faltou mesmo a cena final em que todos os contribuintes começavam a chorar com pena da pobre senhora que era a grande protagonista e narradora desta história. A Maria Luís não fez um comunicado ao país, porque aquilo pareceu-me mais uma lamentação de quem merece o perdão e uma tentativa para que todos percebam o quanto os nossos governantes estão a sofrer com o dinheiro que nos têm tirado. Para mais com o tom como foi contado e com as pausas bem pensadas que foi tendo, tudo foi perfeito para a apresentação de um bom livro que se poderia tornar num novo best seller nacional. 

O Passos e o Portas deveriam estar naquele momento lado-a-lado com os lencinhos de papel de tão emocionados estarem com o conto que criaram para a verdadeira artista da palavra relatar! Emocionante!