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O Informador

Obras dão conversa

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Na rua vão começar daqui a umas semanas algumas obras e as conversas cruzadas entre vizinhos já se começaram a fazer sentir. Uns que se queixam que com as obras a estrada ficará suja de terra e com alguma lama se chover, outros por causa do barulho que acontecerá em alguns dias. E alguns comentam só porque sim, numa de seguirem a onda dos mal dizer alheio. 

Pessoas, sejam civilizadas e pensem que vivem numa sociedade em que hoje serão uns a precisarem de fazer obras, amanhã podem ser vocês. E ai também terão de fazer pó e barulho, ou conseguem remodelar casas ou erguer novas paredes de forma imaculada e silenciosa?

 

Imagina a noção

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Imagina, se fores bom a criar cenários mentais, a seguinte situação...

Tens o carro estacionado de frente para uma casa, como as marcas no chão assim o indicam. De manhã, quando estás descansado em casa um vizinho toca à campainha porque uma empresa contratada pela autarquia começou a abrir um buraco na estrada mesmo atrás do teu carro. Caso não tenhas percebido, tal como os obreiros não entenderam, o meu carro acabava por ficar trancado mesmo estando bem estacionado. De um lado tinha uma casa, do outro iniciavam uma escavação sem se preocuparem em avisar e procurar o proprietário ou terem marcado o espaço no dia anterior, como se tivéssemos de adivinhar que iriam fazer perfurações durante umas horas. 

Poluição sonora

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Uns gabam-se que o supermercado do rés-do-chão do seu prédio fechou para obras e que antes disso ofereceram bolachas, compotas e sumo de polpa como que um pedido de desculpas pelo barulho que irão fazer pelos próximos dias. Já por estes lados nem aviso nem comunicados e muito menos ofertas...

O café do rés-do-chão, vivo no primeiro andar, tem estado com serviço à janela, mesmo com a abertura possível de portas há umas semanas, e agora que pensam em voltar a abrir portas aos clientes estão a fazer algumas alterações interiores e o barulho das brocas e batucadas ao longo da tarde e pela noite dentro acontece sem um ai nem ui. A verdade é que de dia ainda se suporta, mesmo tendo vizinhos que têm de dormir de dia porque trabalham de noite, o pior é mesmo quando passam as 21h00, as 22h00 e mesmo as 23h00 e por três dias seguidos ouves o barulho dos buracos a serem feitos, dos armários a serem mexidos, das louças a serem lavadas e o eco das conversas a surgir no silêncio da noite.

Finalmente existe ação na Antiga Feira Popular

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Umas décadas após o término da Feira Popular no centro de Lisboa e com os terrenos ao abandono desde então, a Câmara da capital age finalmente perante um problema urbano que já gerou muita polémica ao longo do tempo. Segundo a imprensa, o novo projeto entrará em discussão esta semana mas já existem bases para tudo arrancar.

Os antigos terrenos da Feira Popular e outros espaços abandonados na zona de Entrecampos, mais concretamente na Avenida Álvaro Pais e Avenida das Forças Armadas, irão contar com quase mil novas casas, vários espaços comerciais, um megacentro de escritórios, áreas sociais e culturais, contando com espaços verdes. Ao que tudo indica, esta «Operação Integrada de Entrecampos» irá ocupar cerca de 25 hectares desocupados na zona de Entrecampos.

Os novos imóveis e alguns já existentes, que serão recuperados, serão colocados depois em venda livre (279) pelo promotor que adquirir o projeto, sendo que o município ficará encarregue da construção direta de mais de metade destes imóveis (700), que ficarão disponíveis com rendas acessíveis junto da população. 63 fogos serão construídos pela Santa Casa da Misericórdia em lotes já pertencentes à identidade social.

Com isto Lisboa requalifica assim uma área da cidade que tem estado praticamente ao abandono ao longo de mais de duas décadas, terminando com o vazio e o mau aspeto que determinadas zonas de Entrecampos têm mantido ao longo deste tempo.

Lisboa linda de rabo de fora!

Lisboa, a capital cada vez mais turística, está também cada vez mais arranjada. A autarquia tem feito ao longo dos anos um bom trabalho de planeamento pelas principais vias, as turísticas, por sinal, para que o trânsito diminua quase por obrigação, os lugares de estacionamento sejam reduzidos, os jardins e passeios aumentem e todos fiquem a ver uma Lisboa perfeita, daquelas cidades que dão vontade de visitar e voltar por ter bom tempo, boa gastronomia, bons preços, boas estadias, bons acessos e boas infra-estruturas. Pois tem tudo, mas e o resto?

Onde estão as obras prioritárias nos bairros mais antigos onde ruas estreitas, em calçada, não levam obras? Por onde andam os apoios para não deixarem destruir vários, muitos até, imóveis em ruínas e que colocam em risco a vida de quem passa ou vive mesmo ao lado por esses bairros? Tudo é muito bonito pelas vielas centrais e de maior movimento mas onde existe a qualidade pública dos outros, daqueles que não vivem na avenida ou na sua transversal, aqueles que percorrem ruas com buracos com um pequeno jardim desleixado ao lado, uns recantos mal frequentados e uma telha pronta a cair de um qualquer telhado mal amanhado com décadas ou mesmo séculos sem manutenção?

A Lisboa dos milhões encontra-se neste momento bem preocupada com o que é mostrado ao Mundo, mas falta tanto para quem por lá vive! Falta quase tudo, melhoram o que é visível numa primeira fase mas o resto está bem atrasado, sem qualquer melhoramento, com bairros necessitados de vários apoios a todos os níveis. As pessoas que vivem na capital não necessitam somente de lindas e perfeitas avenidas, belos parques junto ao Tejo ou grandes esplanadas ao Sol. Todos precisam de qualidade dentro e fora de casa e perceber que afinal os fortes euros municipais são gastos com a pouca manutenção para os bairros antigos de ruas estreitas para que os turistas e os grandes que circulam ao longo de todo o dia pelas principais vias estejam bem e isso é mau, muito mau.

Sem banhos

Devido aos problemas dos canos do prédio há uns dias ficamos sem poder utilizar a água um dia e depois disso tivemos outros problemas que apareceram por erros de quem fez as obras há uns meses. Agora e aproveitando a onda, aqui por casa a casa de banho está em remodelação e o banho está estritamente proibido acontecer neste momento porque não existe banheira. 

Ah pois é, lá se foi a banheira à vida, deixando o seu lugar vago durante uns dias para que lá para o final da semana assente no seu lugar um novo poliban. O espaço encontra-se amplo e já pronto a receber o seu novo morador, faltando ainda renovar os canos pelos próximos dias para que o malvado do poliban apareça e assente arraias no seu novo local habitacional. 

Então e não tenho tomado banho? Felizmente que a família está sempre disponível para receber o menino até para tirar o mau cheiro do dia-a-dia!

Agora furaram os canos!

Há uns dias cheguei a casa e não tinha água porque as obras da casa do lado estenderam-se até à minha. Hoje chego a casa e não tenho gás porque as mesmas obras da semana passada deram buraco. Pois é... Ao furarem a parede do outro lado conseguiram furar os canos do nosso esquentador e agora está tudo tramado para um banho quente ao final do dia!

Duas semanas de obras inesperadas e por culpa dos vizinhos que conseguem contratar de uma só vez pessoas que não serão verdadeiros canalizadores e pedreiros! Toca a furar! Toca a partir! Toca a arranjar! Toca a não tomar banho durante horas!

Que se seguirá?!

Casa virada do avesso!

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Ao sair de manhã para ir trabalhar cruzei-me com a dupla de pedreiros e canalizadores que iriam ver de onde andava o mal dos últimos dias aqui pelo prédio, tal como vos contei! Chego a casa ao final da tarde e eis que tudo está virado do avesso como se um furacão tivesse atravessado a casa de ponta a ponta! 

Buracos no chão e parede, móveis e electrodomésticos fora do sítio, pó por todo o lado, tubos e canos espalhados com ferramentas, ... Um autêntico holocausto dentro de uma pequena cozinha, espalhando-se pela sala e entrada dos quartos. O problema que residia nas canalizações vinha da casa do vizinho e pensei que quando chegasse a casa tudo estaria resolvido e não teriam de mexer nas coisas cá por casa, mas afinal nada disso aconteceu... Isto porque resolveram arranjar tudo de uma vez para não se ter de mexer de novo daqui a uns tempos!

Obras na Ribeira das Naus

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A renovada Ribeira das Naus está encerrada ao trânsito para, segundo comunicado da autarquia, trabalhos de manutenção, tal como refere a notícia do Observador.

Dois anos e meio depois da abertura era, por quem passa pelo local, mais do que esperado que isto acontecesse, uma vez que as tábuas que ficam por baixo dos veículos estão quebradas, o que mostra que esta obra ficou muito bonita mas pouco funcional e nada prática em termos económicos, uma vez que tem de ser revista constantemente.

Agora a zona ribeirinha daquela zona lisboeta está interdita ao trânsito por tempo indeterminado e as alterações deverão acontecer com aquela ponte que não consegue suportar a passagem de tanto veículo a toda a hora!

Morreu Gabriel Garcia Márquez

O colombiano de 87 anos de idade que se tornou mundialmente conhecido através da sua escrita faleceu esta quinta-feira na sua casa do México, um dia depois do seu livro Cem Anos de Solidão me ter chegado às mãos.

Foi através de uma mensagem escrita da Vodafone que fiquei a saber da morte do Prémio Nobel da Literatura em 1982, quatros anos antes do meu nascimento. Fiquei a pensar nesta morte e da coincidência de ter andado a adiar a compra de um livro da sua autoria e quando isso aconteceu o autor ter partido para outra vida.

Pelas informações avançadas pela imprensa, além da sua avançada idade o escritor não resistiu a uma forte infecção pulmunar que o hospitalizou durante vários dias. Do autor ficam agora as suas obras, vendidas em grande número por todo o mundo e que ficarão presentes na vida dos seus seguidores e familiares.

Resta-me a leitura póstuma das suas criações que espero serem uma agradável companhia.