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O Informador

Vencedor do Prémio Leya 2018

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O vencedor do Prémio Leya 2018 foi conhecido hoje na sede do grupo editorial, em Alfragide, após decisão do grupo de jurados, que pela voz do presidente do júri, Manuel Alegre, deu a conhecer que Itamar Vieira Junior foi o eleito com o seu romance Torto Arado. 

Com o lote de jurados composto por Manuel Alegre, presidente do júri, pelo antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, Lourenço do Rosário, o professor de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, José Carlos Seabra Pereira, o escritor Nuno Júdice, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e critica literária Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, a decisão foi tomada entre 348 participações que surgiram de 13 países distintos, destacando-se Portugal e Brasil, mas de onde constam também a Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos da América e França.

Jovem Prémio Leya

O Prémio Leya é talvez a distinção literária nacional com mais peso nos dias que correm, descobrindo novos autores. Este ano o prémio foi atribuído a Afonso Reis Cabral, o jovem de 24 anos, trineto de Eça de Queiroz através do livro O Meu Irmão.

O vencedor do galardão foi escolhido entre 361 obras originais, recebidas de 14 países mas sempre com a língua portuguesa como base, tendo sido seleccionado pelo júri presidido por Manuel Alegre que se juntou aos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, ao professor José Carlos Seabra Pereira, ao reitor Lourenço do Rosário e à professora Rita Chaves.

Afonso Reis Cabral é o mais jovem vencedor do galardão, recebendo 100 mil euros e vendo o seu livro vencedor publicado pelos próximos meses.

A história do Prémio Leya começou em 2008 com a selecção de O Rastro do Jaguar, do jornalista brasileiro Murilo Carvalho, tendo o prémio sido atribuído pelos anos seguintes a João Paulo Borges Coelho (O Olho de Herzog), João Ricardo Pedro (O Teu Rosto Será o Último), Nuno Camarneiro (Debaixo de Algum Céu) e Gabriela Ruivo Trindade (Uma Outra Voz).

Prémio Leya ou Prémio Nobel

João Paulo Borges Coelho, com o livro O Olho de Hertzog, é o segundo autor distinguido com o Prémio Leya que leio e pela segunda vez acho que estes prémios poderão ser uma forma de antecipar os autores nacionais que daqui a uns anos poderão estar na corrida ao Prémio Nobel. 

Depois de ter lido O Teu Rosto Será o Último, da autoria de João Ricardo Pedro, o premiado de 2011, agora ando a ler o livro que deu a vitória a João Paulo Borges Coelho em 2009 e a conclusão com as duas obras é a de que, embora tenham formas de escrita bem diferentes entre si e histórias e estilos também distintos, o que é certo é que ambos sabem como levar a sua ideia por outros caminhos, escrevendo de uma forma simplificada mas bem envolvente que prendem o leitor ao enredo onde não é deixado nada ao acaso e por contar.

Com O Teu Rosto Será o Último senti-me mais à-vontade com o tipo de história do que o que me sinto agora com O Olho de Hertzog, isto também por se passarem em ambientes diferentes, onde o primeiro me cativou logo à partida e o segundo me faz pensar em como tudo aconteceu por Moçambique após a Grande Guerra. Mas o que é certo é que ambos os autores estão bem configurados para daqui a uns anos se poderem tornar nos melhores dentro dos seus géneros da literatura em Portugal e quem sabe mundial.

Eu arrisco a dizer que este Prémio Leya poderá mesmo ser o início da preparação para que os seus vencedores possam vir a ser um dia fortes candidatos a Prémio Nobel da Literatura!

Opinião Final - O Teu Rosto Será o Último

O Teu Rosto Será o Último, da autoria de João Ricardo Pedro foi, para mim, o melhor livro de autor português que adquiri e li neste ano de 2012.

Partindo para um universo bem nacional e com uma personagem que podia ser qualquer um de nós há uns anos atrás, nesta obra revelação da Leya consegue-se perceber que a sociedade consegue mover multidões para o mesmo fim. A vida em função dos outros acontece, mas existe sempre quem a consiga contrariar.

Ao longo deste livro consegui viver com o Duarte, com os seus pais, com os avós e mesmo com os vizinhos. Percebi sentimentos familiares de forma bem real, apercebi-me do quanto é importante olhar para o lado para saber quem está do nosso lado e quem não nos quer bem. Em O Teu Rosto Será o Último são vividos e caracterizados muitíssimos altos e baixos nas vidas das várias personagens que se cruzam e descruzam, nascem e morrem, aparecem e desaparecem da vida uns dos outros sem pedirem licença, sem terem medo de estarem a mais. Eles pertencem ao mesmo mundo e ao mesmo meio social.

Uma imagem dá o mote para o grande final que nos deixa a pensar sobre a ideia de que desde que nascemos, até partirmos, vivemos numa comunidade que nos orienta para sermos tal como somos, sem fugir das leis reais. Uma obra de conflitos interiores que todos enfrentam, mas onde, na minha visão, só um consegue sobreviver ao que lhe é teoricamente imposto pelos outros, seguindo a sua própria vontade para ser feliz, não querendo ser igual a ninguém, mas sim a si próprio.

O Teu Rosto Será o Último é, sem dúvida nenhuma, uma obra que deve ser lida e aconselhada a quem gosta de bons livros.

A ler O Teu Rosto Será o Último

Domingo foi dia de começar a ler o primeiro livro de João Ricardo Pedro, O Teu Rosto Será o Último. Pouco ainda consigo dizer acerca do Prémio Leya 2011, mas olhem que este é um livro bem diferente do que tenho lido dos autores nacionais nos últimos tempos.

Neste livro começa tudo por parecer confuso, parecendo que não existe ligação entre os capítulos iniciais, mas aos poucos tudo ganha forma, todas as explicações e divagações se tornam sérias no desenrolar da história. As primeiras páginas parecem mesmo ser um conjunto de contos, com várias personagens distintas entre si, mas que têm um futuro paralelo, uma história comum.

Em O Teu Rosto Será o Último tudo começa após o 25 de Abril, mas num mundo diferente do que geralmente é contado. Somos transportados para a ruralidade e não se percebem as cenas urbanas como habitualmente quando se conta algo sobre a época.

Ao mesmo tempo que a história principal se desenrola, são contados vários factos que fizeram a época da revolução do nosso país, o que foi vivido,  o que se sentia... Nas poucas páginas que li até agora, fiquei rendido às várias personagens, ao amor entre avô e neto que trocam histórias, contando-as entre si e partilhando assim vivências de duas gerações distintas, mas que se amam.

No final desta semana devo ter O Teu Rosto Será o Último lido e assim que isso acontecer contarei melhor esta experiência que, ao que tudo indica, é a primeira que terei com João Ricardo Pedro. Percebo, pelo que já li, a razão deste prémio ter sido atribuído a este engenheiro eletroténico e não a outra pessoa. Para já, aconselho, sem dúvida nenhuma!