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O Informador

Literatura recheada de Covid19

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Por estes dias, ao ler uma romance de autor nacional e com características bem rurais do nosso país, dei por mim a perceber que enquanto lia estava a visualizar cada cena, mas a colocar as personagens de máscara de proteção para com o querido Covid19 no rosto quando não estavam entre familiares em casa, existindo mesmo momentos em que por esquecimento achei estranho, de forma inconsciente, personagens estarem num bar após um jantar bem animado de grupo, com o espaço cheio e sem quaisquer problemas. 

Detetei naquele momento, e já não foi um acontecimento isolado ao longo desta leitura e de outras, que o meu inconsciente começa a estranhar ler e seguir histórias de ficção onde a nossa atual realidade não é descrita. Isto é mau psicologicamente, eu sei, mas estas ideias surgem enquanto estou calmamente no meu canto a ler e a tentar desfrutar dos momentos que tenho para me dedicar aos livros, não me conseguindo assim abstrair deste caos que nos veio atormentar. Será de mim ou alguém já deu por si a criar o cenário das histórias que está a ler em ambiente de pandemia e a perceber que cada cena não é possível por existir demasiada proximidade entre desconhecidos e colegas de trabalho e sem qualquer tipo de proteção para com o Covid19?

Em que consiste a normalidade?

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O que é a normalidade para cada um de nós? Se um dia esta mesma questão for colocada a uma série de pessoas diferentes as respostas também serão, bem certamente, distintas, existindo as que se podem aproximar da ideia base de outras, mas essencialmente cada um tem a sua ideia sobre a normalidade. Afinal de contas o que é e quem decide o que encaixa no patamar que é considerado por normal sem interferir na liberdade do outro?

Cada um tem a sua ideia sobre a linha do que está dentro da regularidade do que é aceitável e bem visto pelos outros. Não pisar o risco, excluindo comportamentos abusivos e evitar a superioridade. No entanto o que para uns é aceite como estando dentro do limite do que é totalmente aceitável, existe também quem veja o mesmo comportamento como demasiado, uma vez que a sua noção do que está dentro do aceitável poderá ser mais restrita do que a do seu parceiro. Mas será que essa restrição existe mesmo? O que um considera demasiado o outro entende como normal, no entanto numa discussão sobre determinado tema quem poderá levar a melhor se não for considerada a ideia que a normalidade não é de todo igual para todos? Cada um de nós tem a capacidade pessoal de elaborar a sua opinião, criar o seu próprio sentido e formular a sua ideia sem seguir atrás do que a generalidade possa querer implantar. 

A minha ideia de normalidade não é a tua e a tua não é a do outro. Cada qual tem uma ideia sobre até onde pode ir para ser aceitável e o que fica a meio gás, não existindo um ponto fixo e universal que todas as mentes entendam dentro de cada circunstância em particular.