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O Informador

Não Me Faças Perder Tempo no Teatro Aberto

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Não Me Faças Perder Tempo assume a procura do Amor nos tempos modernos onde as imagens publicadas com filtros, as dicas escritas e as aplicações digitais estão na moda mas deixam de lado os encontros pessoais e consequentemente o relacionamento com o próximo.

Num espetáculo do Teatro Aberto, com texto de Luís António Coelho, encenado por Rui Neto e com os atores Beatriz Godinho, Daniel Viana, João Tempera, Katrin Kaasa, Leonor Seixas, Luís Gaspar, Rita Cruz e Telmo Ramalho num cenário fantástico com vários ambientes distintos onde é possível o público ter a perceção dos vários encontros que vão acontecendo com duração de quatro minutos, o tempo estritamente necessário para se fazerem as questões diretas e se ficar com a ideia se o outro, aquele outro desconhecido, poderá ser uma pessoa interessante para algo mais no futuro.

A necessidade de encontrar o par ideal numa sociedade corrida leva a que estes seres desconhecidos entrem no evento Crazy Love, uma espécie de reality show de encontros, entre tantos que existem por aí, onde neste caso os candidatos entram na aventura e em apenas quatro minutos vão conhecendo o que poderá ser o seu par ideal. No final desse tempo rodam entre os vários espaços existentes e vão conhecendo outras pessoas até ao momento final, onde será possível perceber se na totalidade do grupo existiu o match perfeito dentro deste evento de encontros rápidos com algum par que se tenha cruzado. 

Não Me Faças Perder Tempo acaba por transmitir consigo a critica sobre a rapidez dos novos conhecimentos pela dificuldade existente em se perceber quem se apresenta, se tudo é real ou ilusões dos tempos modernos que encaixam muito na ideia das primeiras impressões onde a verdade fica por vezes de fora da equação.

Mais uma vez destaco o trabalho feito nas produções que vão a cena no Teatro Aberto. Neste espetáculo além do tema atual e com questões pertinentes a serem colocadas ao longo de hora e meia de sessão entre os vários temas debatidos de forma rápida, é viável referir que mais uma vez o cenário apresentado é fantástico, como sempre acontece nesta sala que não se deixa ficar pelo óbvio, mostrando sempre surpresa no que é apresentado em palco. Depois falar dos atores que agarraram as suas personagens para chegarem facilmente ao público através de particularidades que distinguem as oito pessoas que se encontram no evento e que conseguem assim gerar reação junto de quem assiste. 

Convites duplos | Não Me Faças Perder Tempo

21 de Julho | Teatro Aberto

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O amor na era digital é o ponto central do espetáculo que se encontra em cena no Teatro Aberto. Não Me Faças Perder Tempo, foi a peça distinguida com o Grande Prémio de Teatro Português em 2020 e é agora levada para cena através de encenação e dramaturgia de Rui Neto que conta com Beatriz Godinho, Daniel Viana, João Tempera, Katrin Kaasa, Leonor Seixas, Luís Gaspar, Rita Cruz e Telmo Ramalho no elenco que promete debater junto do público as novas formas de encontrar o amor através de aplicações onde através de um simples clique o fogo da paixão pode acontecer. Estarão as oito personagens deste espetáculo preparadas para encontrarem o amor desta forma tão atual e onde o conhecimento pessoal fica por vezes para segundo plano?

Quem não desejaria apaixonar-se à primeira vista? Encontrar um amor para a vida toda? Há quem procure realizar este desejo de hoje e de sempre através do speed-dating, um dispositivo de encontros entre desconhecidos que buscam o amor. Quatro mulheres e quatro homens têm quatro minutos para conversar com cada uma das pessoas do sexo oposto. A limitação de tempo implica que cada frase seja importante e tenha o poder de despertar interesse e cumplicidade no outro.

Não Me Faças Perder Tempo, a peça distinguida com o Grande Prémio de Teatro Português 2020, reflecte a urgência de amar na era digital, apresentando o speed-dating como uma alternativa analógica, uma fuga para a felicidade de todos os solteiros, misfits, ímpares, singulares, carentes, solitários e atarefados que trocam as aplicações de engate pelo ambiente breve e artificial de encontros ao vivo, na expectativa de um perfect match. Num mundo onde prolifera a peste, a guerra e a solidão, o amor é cada vez mais um lugar utópico. Será que é por este meio que alguém o vai encontrar?

FICHA ARTÍSTICA

ENCENAÇÃO E DRAMATURGIA | Rui Neto
CENÁRIO E FIGURINOS | Marisa Fernandes
VÍDEOS | Jorge Albuquerque
SONOPLASTIA | Cristovão Campos
DESENHO DE LUZ | João Rafael Silva
COM | Beatriz Godinho  Daniel Viana  João Tempera  Katrin Kaasa  Leonor Seixas  Luís Gaspar  Rita Cruz  Telmo Ramalho

SESSÕES | Quarta-feira e Quinta-feira - 19h | Sexta-feira e Sábado - 21:30h | Domingo 16h

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