O Meu Nome é Alice
Talvez um dos melhores livros que li nos últimos anos! O Meu Nome é Alice relata a história de Alice, a professora universitária que se vê com Alzheimer numa fase bem precoce. A partir do momento em que os primeiros sintomas são detetados tudo se começa a complicar na vida desta Alice que pode estar no seio de qualquer família!
Alzheimer, aquela doença que tal como outras ainda não tem cura, existindo somente um possível retardar da situação dos seus doentes. Como encarar a doença? Como enfrentar os familiares e amigos? Como auxiliar o doente e os mais próximos? Como perceber que o mundo mudou e irá voltar a mudar a cada instante na vida de uma pessoa que era livre e que acaba por se ver confrontada com uma prisão cerebral?
As memórias de uma vida vão ficando para trás quando tudo começa a ser alterado pela doença que acaba por contaminar pensamentos, gestos e atitudes de um ser admirável como Alice. Sem estar mas podendo marcar presença no mundo das maravilhas, esta personagem é cativante antes e após o relatório clinico, não perdendo o brilho e simplicidade que antes a caracterizam logo com a sua apresentação ao leitor.
As aulas que tem de deixar antes do previsto, as viagens e palestras abandonadas pela falta de raciocinio lógico e o orgulho têm de ser abandonados ao longo do tempo que vai passando e onde a demência não volta atrás. Recorrendo a mensagens escritas e a uma agenda eletrónica na fase inicial, tudo se vai transformado e o esquecimento sobre as suas próprias coisas começa a ser notório para todos e com a própria.
Lisa Genova está de parabéns com este livro onde a doença é retratada tal como é, sem malabarismos e disfarces, relatando o dia a dia de quem sobre de Alzheimer, a doença que mata antes do último suspiro, anunciando que o final está para chegar lentamente e com tudo a descambar durante algum tempo sem nada que possa ser feito.