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O Informador

O Agente Americano | Vince Flynn

Lua de Papel

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Título: O Agente Americano

Título Original: Kill Shot

Autor: Vince Flynn

Tradutor: Raquel Dutra Lopes

Editora: Lua de Papel

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2021

Páginas: 432

ISBN: 978-989-23-5111-7

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: A missão de Mitch Rapp é aparentemente simples: instalar‑se em Paris, montar uma operação de vigilância ao Ministro da Energia da Líbia e eliminar o alvo. Discretamente. Ele aceita a missão, já não é a primeira vez que executa um terrorista ao serviço da CIA. Mas talvez seja a última. Porque no hotel de luxo parisiense algo corre terrivelmente mal. A consequência é um banho de sangue, e pelo menos três civis mortos. E notícias destas, nem os serviços de segurança franceses conseguem manter fora dos jornais. De repente, o Agente Americano da CIA é um homem a abater, envolvido num grave incidente internacional. Os serviços secretos tiram-lhe o tapete; a polícia francesa persegue-o, os terroristas também. Mitch Rapp, com uma bala cravada no ombro, vê‑se completamente sozinho. E não há nada mais perigoso do que um Mitch ferido. E encurralado.

 

Opinião: O Agente Americano faz parte da série Mitch Rapp dentro do estilo político militar e de início conseguiu ganhar o meu interesse como leitor. O pior veio depois, consoante os capítulos iam avançando e fui percebendo que nesta história o espião central consegue estar no centro da ação da espionagem, sendo ele próprio o alvo a abater. Com múltiplos acontecimentos a surgirem ao mesmo tempo em zonas territoriais distantes, numa confusão entre nomes e equipas numa história contada de formas diferentes e bem complexa, senti que o irreal acontece dentro de uma confusão literária que não me cativou minimamente.

Apneia | Tânia Ganho

Casa das Letras

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Título: Apneia

Autor: Tânia Ganho

Editora: Casa das Letras

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Julho de 2020

Páginas: 696

ISBN: 978-989-660-810-1

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Quando Adriana ganha finalmente coragem para sair de casa com o filho de cinco anos, pondo fim ao casamento com Alessandro, mal pode imaginar que o marido, incapaz de aceitar o divórcio, tudo fará para a destruir - nem que para isso tenha de destruir o próprio filho.

Apneia é uma viagem ao mundo sórdido da violência conjugal e parental, através de um labirinto negro em que os limites da resistência psicológica são postos à prova, ameaçando desabar a qualquer instante, e dos meandros tortuosos de uma Justiça por vezes incompreensível, desumana e desfasada da realidade.

Escrito com uma sobriedade e frieza inquietantes, Apneia é um romance intenso, absorvente e perturbador, que ilustra com uma autenticidade desarmante o estado de guerra em que vivem milhares de famílias estilhaçadas, e com o qual, inevitavelmente, muitos leitores se vão identificar, encontrando nestas páginas ecos da sua própria experiência.

 

Opinião: O nome deste livro diz tudo, Apneia, cujo significado nos transporta para a suspensão da respiração. E foi assim mesmo que fiquei ao longo da leitura desta obra de Tânia Ganho. Conhecendo o sofrimento de Andreia, que luta pelo bem estar do filho, a narrativa criada deixa o leitor sem fôlego ao longo de cada capítulo onde tudo o que vai sendo descrito apela para que se entre na história e se ajudem a colocar os pontos nos iis, já que algo tem de ser feito para salvar vidas que sofrem e são facilmente manipuladas. 

Apneia retrata a vida de uma mulher que sobre de violência doméstica, até que decide sair de casa quando o filho, Alessandro tem cinco anos. A partir desse momento a custódia pelo menor e os limites entre o respeito entre uns e outros é debatida entre acusações e insultos, numa guerra parental que vai muito para além da violência que acaba por ser levada à justiça que tanta vez defende o poder e não a razão. Mostrando uma mãe lutadora pelo bem estar do filho, Apneia mostra a persuasão sem pausas de uma mulher que se anula pelo bem-estar do outro, entrando em suspenso consigo própria para definir o futuro do menor dentro dos parâmetros aceites pelo seu antigo e sempre presente ex-companheiro, Edoardo. 

Mostrando uma luta errada e desigual, onde o certo parece ser o errado e o que realmente está mal é visto como pontos positivos no futuro de uma criança pelas leis do tribunal, Apneia vai para além da violência conjugal que se alia com a alienação parental, chegando bem cedo a um descarrilar por abusos sexuais. Entre solidão, violência, abusos, mentira, injustiça, ingratidão e persuasão, a perseverança com que uma mãe luta pelo filho sozinha sem sentir que a verdade seja respeitada e defendida é um dos grandes pilares desta história que prende o leitor sem cansar. Nesta inspiração em casos reais a criança é vista como um alvo para abater o outro lado da batalha, num autêntico jogo de ping pong, do leva e trás e não com as melhores ideias a serem partilhadas e enviadas, existindo uma real contradição entre o bem e o mal entre as ideias de mãe e pai, deixando a criança confusa, sem capacidade inicial para perceber que o centro do vulcão onde se encontra a circular está prestes a explodir e que a vitima no futuro é só uma. 

Margarida Espantada | Rodrigo Guedes de Carvalho

Dom Quixote

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Título: Margarida Espantada

Autor: Rodrigo Guedes de Carvalho

Editora: Dom Quixote

Edição: 3ª Edição

Lançamento: Abril de 2020

Páginas: 288

ISBN: 978-972-20-6983-0

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Margarida Espantada é sobre família. Sobre irmãos. É sobre violência doméstica e doença mental. É um efeito dominó sobre a dor.

A literatura é um jogo do avesso. Os bons romances são sempre sobre amor, e os melhores são os que fingem que não são.

Não devemos recear livros duros. As histórias que mais nos prendem trazem uma catarse que nos carrega as mágoas, personagens que apresentam as suas semelhanças connosco.

Gosto da ficção que é número arriscado de circo, com fogo e espadas, que nos faz chegar muito perto da queimadura que não vamos realmente sentir. Mas reconhecemos.

 

Opinião: Estreei-me na leitura de Rodrigo Guedes de Carvalho com Margarida Espantada, que foi uma obra recomendada, e o que posso dizer numa rápida análise é que a montanha pariu um rato do início ao fim.

O Olhar que me Persegue | Helene Flood

D. Quixote

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Título: O Olhar que me Persegue

Título original: Terapeuten

Autor: Helene Flood

Editora: D. Quixote

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Agosto de 2020

Páginas: 368

ISBN: 978-972-20-7058-4

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: O Olhar que me Persegue combina um ambiente francamente contemporâneo e realista com um suspense assustador e uma visão perturbadora sobre as nossas mais recônditas facetas, tanto na vida familiar como nos relacionamentos. Um thriller arrepiante que disseca a relação de um jovem casal, em que as emoções têm o papel principal.

Nomeado para o Norwegian Bookseller’s Prize em 2019, O Olhar que me Persegue é o primeiro de três thrillers psicológicos de Helene Flood, todos com protagonistas femininas, e tendo por cenário a cidade de Oslo. Numa abordagem totalmente diferente da dos seus congéneres nórdicos, mas igualmente brilhante, a jovem autora demonstra grande talento para gerir tanto o enredo como a qualidade da escrita.

 

Opinião: Uma obra nomeada, bem comentada internacionalmente como uma maravilha entre os melhores thrillers do ano perante uma estreia impressionante da sua autora e quando vou a meio da leitura percebo que todo o entusiasmo e boas expetativas que foram sendo criadas acabam simplesmente por revelar mais do mesmo.

Logo conhecemos Sara, uma jovem psicóloga casada com Sigurd, num casamento sem filhos, com alguns problemas conjugais pelo caminho mas numa luta para se definirem, estabelecerem e ganharem condições para formarem uma verdadeira família a pensarem no futuro. Trabalhando e recebendo os seus clientes num espaço anexo em casa, Sara tem os seus pacientes fixos, cada qual com os seus problemas e desabafos, enquanto que Sigurd estuda e mais tarde cria o seu próprio projeto ligado à arquitectura. Tudo decorre dentro do quase normal quando o desaparecimento de Sigurd acontece. Numa manhã sai para se encontrar com os amigos mais próximos para uns dias entre amigos e não mais aparece. Desaparecido e sem deixar rasto, Sara dá o alerta pelo seu desaparecimento e a partir desse momento a investigação acontece.

Investigação no terreno, fingidas amizades por perto para um possível apoio enquanto se tenta perceber o que aconteceu, sócios a saberem partes do processo mas a fingirem ignorância, uma esposa preocupada mas a manter dentro do possível as suas rotinas profissionais, e todo o processo a ser descodificado por parte de um investigador pouco acessível e bastante desconfiado. Controlo, entrevistas, conversas paralelas e paragens no tempo são vários dos pontos que este thriller demonstra entre uma esposa meio ausente em todo o processo para um marido desaparecido em que a única preocupação parece ser a sua própria segurança, mostrando um individualismo como parte de um casal algo arrogante e disciplinado, provando a falta de união entre dois jovens casados que o são somente por habituação. 

Um caso investigado, levando o leitor a identificar vários suspeitos ao longo de cada capítulo quando no final tudo muda e a real verdade fica perceptível mas sem ser revelada para que o 《quem matou》 seja devidamente incriminado e julgado. Posso dizer que fiquei surpreso por não sentir ao longo da leitura qualquer ponto que pudesse unir o assassino com todo um crime que levou à morte de um homem por motivos amorosos. 

As compras na Feira do Livro

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Ontem já vos revelei a ida à edição de 2020 à Feira do Livro de Lisboa, hoje conto-vos o que comprei. Sem esperar pela Hora H, comprei alguns livros que estavam como destaque do dia, com 50% de desconto, e também uma novidade, o que não iria baixar se esperasse pela última hora do evento e onde a confusão parece ficar instalada no recinto do Parque Eduardo VII.

No espaço do Grupo da Porto Editora comprei Goa ou o Guardião da Aurora, de Richard Zimler, da Porto Editora, As Aventuras de Augie March, de Saul Bellow, da Quetzal Editores e Não te deixarei morrer, David Crockett, de Miguel Sousa Tavares, numa edição da Clube do Autor, mas que está disponível no espaço da Porto Editora, uma vez que o autor mudou recentemente de editora e os livros publicados pela Clube do Autor com edições ainda com exemplares passaram a fazer parte do catálogo da Porto Editora, o que, pelo menos que me lembre, parece ser inédito em Portugal, uma vez que mesmo quando autores assinam por outras editoras, as edições já impressas continuam disponíveis através da editora antiga até ficarem com todos os exemplares vendidos. 

Já no espaço Leya, optei pela mais recente narrativa de Rodrigo Guedes de Carvalho, o seu Margarida Espantada, lançado através da chancela D. Quixote. Este será o primeiro romance do autor e jornalista da SIC que irei ler, mas pelos positivos comentários e recomendações, acredito que venha para conquistar para ser a primeira de várias leituras.

Era uma vez um Clube de LeYtura

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O grupo Leya criou o Clube de LeYtura onde a subscrição de livros infantis e juvenis é possível para oferecer a todas as crianças e jovens nova literatura de forma mensal para que ganhem hábitos e se tornem bons e regulares leitores. Grandes obras nacionais e internacionais têm sido enviadas para quem já aderiu a esta iniciativa com a finalidade de reforçar os hábitos literários dos mais novos e a intenção é continuar a fazer com que toda esta iniciativa cresça.

No Clube de LeYtura, que já conta com mais de mil subscritores, todos os meses são enviadas duas novas obras lançadas pelo grupo Leya e/outras editoras, destinadas à sua faixa etária (0 aos 13 anos), sendo que as caixas dos envios não contam somente com os livros, mas sim com várias surpresas ligadas aos livros, aos temas e também às épocas do ano, fazendo com que a experiência se torne ainda mais tentadora para os mais novos que aguardam receber os seus novos livros e também as ofertas que se lhes juntam. Neste momento existem dois modelos de subscrição, uma de meio ano, por 54€, onde em seis meses são enviados doze livros, e a versão alargada onde por 108€ são enviados vinte e quatro livros ao longo de todo o ano. Toda esta iniciativa conta com entregas totalmente gratuitas e com descontos bem promissores, já que ao ser subscritor o preço de mercado dos livros reduz cerca de 40%.

Todos os meses as obras são enviadas, com pré conhecimento dos subscritores que podem trocar uma das obras seleccionados por editores, escritores, ilustradores, professores e outros especialistas, que formam o coletivo de curadores do Clube de LeYtura onde os livros do grupo editorial LeYa e de outras editoras ganham destaque e chegam de forma diferente e diversificada a casa de todos para que hábitos de leitura se tornem em momentos familiares. 

Chegou o Livro Vadio

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No próximo dia 23 de Abril, comemora-se o Dia Mundial do Livro e para assinalar a data, as lojas Note! lançam a iniciativa Livro Vadio, pretendendo promover o gosto pela leitura, ao mesmo tempo que criam a oportunidade aos leitores para partilharem as suas leituras com os outros. 

A partir de então, e numa primeira fase em Lisboa e Porto, as lojas Note! convidam os seus clientes a levarem um livro que já tenham para o colocarem na Estante do Livro Vadio onde será possível depois levarem outra publicação que esteja disponível no local, ajudando a uma rotatividade literária. Depois de lerem a escolha, podem regressar à loja Note! e voltar a trocar de livro.

Todos os livros que estiverem inseridos na iniciativa Livro Vadio irão contar com um folha própria, onde cada leitor irá partilhar as suas ideias e opiniões com os leitores que se seguirão, criando assim um género de clube literário dentro do próprio livro. 

Com a ajuda do grupo Leya e da VASP, que disponibilizam centenas de livros para ajudar no arranque do Livro Vadio, esta iniciativa pretende assim de forma a dar o exemplo a criação de uma rentabilização literária e também de momentos de partilha entre os sucessivos leitores. 

A Vendedora de Azevinho | Dilly Court

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Título: A Vendedora de Azevinho

Título Original: The Mistletae Seller

Autor: Dilly Court

Editora: Quinta Essência

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Novembro de 2018

Páginas: 416

ISBN: 978-989-780-038-2

Classificação: 4 em 5

 

Sinopse: É Véspera de Natal. O vento faz rodopiar a neve sobre as ruas de Londres. À porta de uma casa em Angel Lane, uma bebé abandonada, embrulhada numa manta, aguarda a sua sorte… 

Angel, cujo nome se deve à rua onde é encontrada, parece destinada a ter uma vida miserável. Embora seja acolhida numa casa cheia de amor, um cruel golpe do Destino atira-a novamente para as ruas da cidade, onde todos os dias luta para sobreviver. 

E agora que o Inverno se aproxima, Angel treme de frio enquanto tenta vender azevinho a quem passa, na esperança de que alguém se compadeça dela. Podia estar mais confortável, pois possui uma joia valiosa - um anel de ouro e rubi que vinha escondido na sua manta de bebé - mas prefere morrer à fome a abdicar do único laço que a prende às suas misteriosas origens…

 

Opinião: Um romance de Natal para nos fazer companhia no aconchego do lar na época mais familiar do ano. A Vendedora de Azevinho quando chegou até mim tinha mesmo um propósito, ser o livro que me faria companhia nos dias mais natalícios do ano e assim aconteceu. 

Num romance histórico com afeto, amor e força de vontade, encontramos Angel, um bebé nos capítulos iniciais, que foi abandonado na véspera de Natal pela ruas de Whitechapel. Angel foi deixada junto a uma porta, numa cesta, acompanhada de um anel e acaba por ser salva por uma mulher sem filhos mas que a acolheu e cuidou como se Angel fosse sua. Só que como um bom romance, existem sempre os percalços a surgirem no caminho e a vida desta jovem voltou a ser alterada no momento em que a fortuna da sua família quase adotiva se esvai. Angel vê-se de novo obrigada a percorrer as ruas e a lutar pela sua própria sobrevivência, vendendo no mercado até que a sorte lhe volta a bater à porta. 

São várias as reviravoltas na vida desta jovem mulher até ao derradeiro final do romance que acaba por deixar o leitor realizado ao se perceber que tudo termina como desejado, com as conquistas a serem alcançadas com o tempo, a verdade a descoberto e a realização pessoal a desbravar caminho entre pedras que se vão sobrepondo ao longo do tempo mas que ao serem limadas conseguem ficar para trás. 

O Silêncio da Cidade Branca | Eva G. Sáenz de Urturi

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Título: O Silêncio da Cidade Branca

Título Original: El Silencio de La Ciudad Blanca

Autor: Eva G. Sáenz de Urturi

Editora: Lua de Papel

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Julho de 2018

Páginas: 488

ISBN: 978-989-23-4260-3

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Vinte anos depois, a cidade de Vitoria volta a ser assolada por uma série de assassinatos macabros. São em tudo iguais aos crimes do passado. Mas há um pequeno senão: o suposto assassino está preso. 

Na altura a imprensa chamou-lhes Os Crimes do Dólmen. Porque foi num dólmen que encontraram as primeiras vítimas: dois recém-nascidos unidos num abraço macabro. Seguiram-se várias outras mortes, encenadas com requinte em monumentos históricos. Tinham sido crimes quase perfeitos. Mas o assassino – um arqueólogo brilhante – acabou por ser apanhado, pelo seu não menos brilhante irmão gémeo, então inspetor da polícia. Caso encerrado. Ou talvez não. Na altura Unai era adolescente. Vivia obcecado com os crimes, mas aterrorizado com a perspetiva de ser a próxima vítima. Passados vinte anos, tornou-se um profiler implacável, especializado em assassinos em série. E quando o chamam à Catedral Velha de Vitoria, um calafrio percorre-o. Nos claustros encontra dois cadáveres e a mesma arrepiante encenação: nus, abraçados, com abelhas vivas na garganta… Mas pistas, nenhumas.

Unai, dá início à caçada. E as suas investigações levam-no a mergulhar a fundo na história da cidade, nos seus antiquíssimos mitos, lendas, segredos. Thriller arrepiante, que vendeu meio milhão de exemplares em Espanha, envolve o leitor numa cidade fascinante, Vitoria, que já tinha servido de cenário e inspiração a Os Pilares da Terra, de Ken Follet.

 

Opinião: Nem sempre uma capa consegue representar o que está no seu interior, mas com O Silêncio da Cidade Branca primeiramente fui conquistado pela imagem que me remeteu para uma sinopse que conquistou. Já com esta obra em espera na mesa-de-cabeceira foram poucos os dias em que resisti e assim que a comecei a ler percebi que tudo estava perfeito nesta criação de Eva G. Sáenz de Urturi. 

Um thriller romanceado com uma história espetacular onde a conjugação entre personagens e narração existe de modo perfeito. Nada parece falhar a partir do momento em que Unai é apresentado na primeira pessoa com conhecimento de causa sobre quem é e como tudo foi acontecendo na sua vida para chegar ao presente de forma a ter pela frente uma situação que já dura há mais de vinte anos e que volta a atormentar a sociedade quando tudo parecia estar esclarecido.

Olhando para o caminho que vai percorrendo com a sua equipa de investigação ao mesmo tempo que é contado um passado que explica o final de toda a história, Unai é a personagem perfeita desta criativa narrativa que se desenvolve pela cidade de Vitoria, em Espanha. O leitor além de poder conhecer Vitoria, é conduzido ao mesmo tempo numa investigação confusa e onde o verdadeiro suspeito se encontra longe de ser descoberto pelos mais perspicazes leitores deste estilo de enredos. A autora brinca com todas as teorias relatadas em quase quinhentas páginas onde o ritmo não falha em algum momento, mostrando grande capacidade criativa onde não são encontrados erros descritivos e sem lógica, levando tudo a encaixar de forma tão perfeita e com boas explicações que no final o que senti foi mesmo que fui completamente enganado e cai como um patinho na história de um assassino em série sem escrúpulos. 

A Inglesa e o Marialva | Clara Macedo Cabral

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Título: A Infglesa e o Marialva

Autor: Clara Macedo Cabral

Editora: Casa das Letras

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Julho de 2018

Páginas: 352

ISBN: 978-989-741-953-9

Classificação: 2 em 5

 

Sinopse: Esta é a história verídica de uma inglesa apaixonada por cavalos que chegou a Portugal nos anos sessenta com o sonho de aprender a tourear. Determinada, aventureira e apoiada por famílias portuguesas importantes, Ginnie Dennistoun - que escolheria o nome artístico Virginia Montsol - não só venceu todas as barreiras como se tornou uma pequena celebridade no mundo fechado, elitista e masculino dos toiros, arrebatando o público com a sua elegância e beleza.

Na Chamusca do Ribatejo, onde passou a residir, Ginnie viveu em segredo um grande romance com o toureiro que fora seu mestre. Mas como se sentiria esta rapariga de vinte e poucos anos, alternando entre a Inglaterra dos Swinging Sixties, da emancipação da mulher, dos Beatles, da construção de uma sociedade mais igualitária, e o Portugal salazarista, pobre e marialva, onde as mulheres deviam ser obedientes e discretas e a sua relação com um homem mais velho era um escândalo?

A Inglesa e o Marialva narra a vida de uma mulher de coragem que, contra tudo e contra todos, incluindo a própria família, venceu os constrangimentos do mundo em que nascera e, nessa viagem, descobriu verdadeiramente quem era.

 

Opinião: Uma jovem inglesa apaixonada pelo mundo do toureio mudasse para Portugal para aprender a arte com os mestres ribatejanos que triunfam nas praças nacionais e dão cartas também internacionalmente. Encontramos-nos nos anos sessenta e conhecemos assim Ginnie Dennstourn, que mais tarde vem a escolher o nome artístico Virginia Montsol, a heroína de A Inglesa e o Marialva, num romance real transformado com pontos de ficção por Clara Macedo Cabral, que veio a ter acesso ao passado desta mulher através de memórias deixadas entre os mais próximos. 

Lembrando o passado de Ginnie e ao mesmo tempo fazendo uso de cartas atuais quando já se encontrava nos seus últimos anos de vida e longe de Portugal, a vida desta sonhadora que quebrou regras é colocada em destaque no meio taurino. Ao mesmo tempo que acompanhamos todo o processo de aprendizagem de Ginnie com o seu professor e eterno apaixonado Alberto, vamos visitando a história da tauromaquia dentro e fora de território nacional. Convivendo com nomes importantes do meio social na altura, como é o caso de David Ribeiro Telles e António Luís Lopes, tal como as suas respetivas famílias e amigos, Ginnie chegou e em pouco tempo entrou nas mais céleres lides pelas praças portuguesas, criando laços com quem se cruzava e acabava por conquistar. Aprendendo a punho com a ajuda de Alberto, pagando as suas contas, comprando cavalos para ensinar e poderem ser os seus companheiros de toureio, Ginnie foi aceite por uns e enfrentou muitos pelo facto de ser estrangeira e querer mudar o mundo com as suas ideias sobre a arte de cavalgar.