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O Informador

Expoente máximo da Sensibilidade

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Ando muito sensível nos últimos tempos e não há problema algum em o admitir. Sei que estou bem, sinto-me em grande paz de espírito mas ao mesmo tempo não posso encontrar motivos de perda, afastamento ou de tristeza que logo e de forma fácil percebo que uma lágrima surge pelo canto do olho como se estivesse sempre pronta a disparar como uma bala perdida. 

Vejo uma série onde alguém desaparece ou tem de se afastar e choro. Vou ao cinema e adoro, mas isto já é um gosto antigo, ver um bom filme de lágrima fácil. Uma doença de alguém que por vezes somente conheço de vista e que me faz ficar sensível. Um colega de trabalho parte para um novo desafio profissional por vontade própria e choro por saber que tenho uma equipa que jamais tive e que de um momento para o outro começa a desaparecer. Alguém parte para a sua vida eterna e começo a pensar que podia ser um ente-querido e lá vem a lágrima. Estes são apenas alguns exemplos do que me tem feito ficar sensível pelas últimas semanas. 

Tenho neste momento consciência que estou numa fase bem calma a nível pessoal e que isso me dá alguma tranquilidade, no entanto e como já me disseram, com os anos a passarem parece que me tenho tornado num ser sensível a nível de sentimentos, aproximação, aconchego e carinho. Nunca me senti afetuoso num nível geral mas agora e olhando para os meus pensamentos e comportamentos, percebo que sou um moço que não demonstrava o quanto gosta de ter por perto determinadas pessoas mas que tem ficado cada vez mais lamechas e com demonstrações que acabam por denunciar que estou cada vez mais necessitado do bem que me conseguem dar. 

Fraco? Sim!

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Sinto-me insensível quando não consigo deslocar-me ao veterinário para visitar a irmã do meu Tomé que pode estar prestes a partir! Ambos vieram de Espanha, aos meus pés, ao longo de uma longa viagem de horas em que cheguei a pensar que a pequena poderia ficar-se pelo caminho por ser tão frágil ao lado do já meio grandote menino. Hoje, a miúda está a lutar pela vida numa clínica devido aos seus problemas de saúde. Desde cedo que mostrou alguma fragilidade que se tem vindo a agravar nos últimos meses. Hoje, em momentos complicados, não a consigo ir ver. Fraco? Sim!

Choro no momento em que escrevo este texto porque a menina é como se fosse minha! Tratei dela desde o primeiro minuto em que a viagem para Portugal estava a começar e existia uma ama canina responsável por ambos. As primeiras horas dos dois, as férias que passei com ela, os passeios e a noção do carinho que o animal tem por mim, mesmo não sendo o seu dono fazem-se sentir-me fraco neste momento. 

Um misto de emoções em que sofro por ela e olho para o Tomé que sempre, até agora, tem-se mantido de boa saúde connosco, aqui por casa. Custa ver um animal sofrer, custa pensar que poderei não mais ver a pequena e não quero ter de a visitar por pensar que poderá ser a última vez que a vejo.