Golpada | Teatro Aberto
Maria e Jesus Maria são gémeos. Vêm de um meio desfavorecido, têm trabalhos mal pagos e, desde crianças, um grande sonho: ser ricos, ter muito dinheiro para comprar tudo o que lhes apetece, agora já, não um dia mais tarde. Jovens e destemidos como são, urdem um plano para concretizarem o seu sonho quando de repente, como que por acaso, lhes aparece um certo senhor Milagre com uma proposta irrecusável. Os seus exóticos vizinhos, a vidente Madame Bonafide e o realizador Otto-Porno, avisam-nos dos perigos que correm, mas nada nem ninguém consegue travar a força daquele sonho com uma vida melhor.
Com humor, poesia e um olhar atento a tudo o que é profundamente humano, a conceituada autora alemã Dea Loher (de quem o Teatro Aberto apresentou Imaculados, em 2008) conta em Golpada uma história de contornos policiais que celebra a irreverência da juventude e o poder da fantasia. Com um enredo cheio de momentos surpreendentes e música interpretada ao vivo, o espetáculo apresenta-se como um concerto a várias vozes e um desafio para nunca se deixar de sonhar com a alegria e a liberdade.
VERSÃO João Lourenço | Vera San Payo de Lemos
DRAMATURGIA Vera San Payo de Lemos
ENCENAÇÃO E CENÁRIO João Lourenço
DIRECÇÃO MUSICAL Renato Júnior
FIGURINOS Ana Paula Rocha
VÍDEO Nuno Neves
INTERPRETAÇÃO Ana Guiomar | Carlos Malvarez | Cristóvão Campos | Rui Melo | Tomás Alves
MÚSICOS Giordanno Barbieri | Mariana Rosa
No Teatro Aberto, em Lisboa, estreou Golpada, da autoria de Dea Loher, numa encenação de João Lourenço e que conta com Ana Guiomar e Carlos Malvarez nos papéis centrais, que se juntam a Cristóvão Campos, Rui Melo e Tomás Alves. Relatando o sonho de dois jovens, irmãos gémeos, que pretendem conquistar o mundo e viver em liberdade, a Maria e o Jesus Maria organizam-se para darem o golpe, assaltando a ourivesaria do senhor Milagres, o que não corre bem como previsto.
Composto por personagens centrais muito bem compostas e com o elenco com prestações formidáveis, como é o caso de Cristóvão Campos com a sua vidente Madame Bonafide e Tomás Alves com o realizador de filmes pornográficos Otto-Porno, os dois vizinhos dos gémeos são um pouco o despertar perante os avisos que os dois enfrentam em sociedade, mesmo que não sejam ouvidos quando estão concentrados em alcançar os seus sonhos. Golpada é daqueles espetáculos que questiona sobre a presença em sociedade e a forma como a juventude se comporta nos dias que correm.