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O Informador

Literatura | Preferidos de 2017

2017 foi o ano em que um maior número de obras literárias me passaram pelas mãos e pelos olhos. Li quarenta livros de forma completa, e quem segue o blog regularmente já deve saber que mesmo que não goste não deixo uma leitura a meio. Além de continuar a acompanhar vários autores de que gosto, percebi que é na novidade e desconhecido que tenho também de fortalecer a leitura, ganhando novos conhecimentos através dos diferentes estilos cada vez mais usados pelas obras lançadas. Agora que 2017 termina, faço um balanço literário, elegendo os três livros que mais me chamaram a atenção entre as quatro dezenas que me fizeram companhia.

 

Em primeiro lugar tenho a destacar, sem qualquer dúvida no momento da escolha, um livro documentário que me fascinou do início ao fim. É Isto que Eu Faço, de Lynsey Addario, onde uma foto jornalista conta através de imagens e através de uma escrita fluída e sincera a realidade que enfrentou ao longo de anos em que viveu entre destroços de guerra por vários continentes, enfrentando inúmeros contratempos e colocando a sua própria vida em risco. Este é dos melhores auto retratos que li até hoje, percebendo a crua realidade que é descrita pela autora que não se deixou levar por palavras bonitas como forma de embelezar o que verdadeiramente quis contar. É Isto que Eu Faço é a realidade que muitos viveram pelos quatro cantos do Mundo, entre batalhas e o que restou após os grandes conflitos gerados pelas grandes potências. Esta obra marcou-me, sendo um verdadeiro prodígio literário para quem gosta de perceber quem está do outro lado da barricada e vive os momentos dramáticos pelo amor à profissão.

Até Napoleão gostava de ganhar nos dados

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Se querem que vos diga existiu uma altura em que tinha uma paixão pelo casino e suas apostas. Uma atracão que existe e aparece em muitas pessoas, não sendo somente representada em livros e filmes mas também chegando a todos na cultura popular. Os entusiastas vão até há alguns anos antes de Cristo e, ao longo da história, eram quase todos eles imperadores, escritores ou políticos, portanto este meu antigo e ultrapassado calcanhar de aquiles só pode vir do facto de eu ter uma pequena costela de cada um deles.

Deixo-vos aqui um resumo, para terem uma ideia. Tudo começou com os imperadores da Roma Antiga: Júlio (100-44 a.C.) já participava em jogos de sorte públicos e contasse que, enquanto atravessava o Rio Rubicão, disse a famosa frase 'alea iacta est' (“os dados estão lançados”). Depois Calígula (12-41 d.C.), que já apostava em corridas de carroças e jogos de dados e que chegou a transformar o palácio imperial numa casa de jogos para conseguir dinheiro para o tesouro. Por fim Nero (37-68 d.C.), que adorava todo o tipo de desportos e jogos, mas ainda mais apostar neles.

Depois, o famoso italiano Lourenço de Médici, um político renascentista, patrono de vários artistas, que era não só um excelente jogador de cartas como até acabou por ser ele a criar alguns dos jogos. Também o famoso escritor e historiador francês, Voltaire (1694-1778) era aquilo a que se pode chamar um jogador ávido. Por isso, quando o governo francês criou a lotaria e só permitia que participassem aqueles que comprassem uma determinada quantia de obrigações, Voltaire arranjou uma forma de contornar as regras: criou uma estratégia em que obtinha obrigações que permitiam o número máximo de entradas. Acabou por ganhar a maior parte do dinheiro destinado à lotaria, na época. Voltaire era especialmente fã de um jogo de cartas chamado Faro e de Biribi, um jogo similar à roleta, onde os números eram retirados de um saco.

Sensibilidade e Bom Senso

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Autor: Jane Austen

Lançamento: Março de 2017

Editora: Bertrand Editora

Páginas: 480

ISBN: 978-972-25-3352-2

Classificação: 5 em 5

 

Sinopse: Marianne e Elinor Dashwood, com 17 e 19 anos respetivamente, são irmãs, mas não podiam ser mais diferentes. Marianne é toda ela coração, sensibilidade e romantismo; Elinor é a encarnação da razão, do bom senso e da reserva. Por entre reveses e amores, cada uma delas será posta à prova e terá de encontrar um equilíbrio - entre a sensibilidade e o bom senso - que lhes permita ser felizes.

 

Opinião: Jane Austen é um nome incontornável da literatura mundial mas infelizmente ainda não conhecia a sua obra com experiência enquanto leitor. Agora e para iniciar a opinião acerca de Sensibilidade e Bom Senso poderei desde já dizer que este foi o primeiro romance que li de Austen mas não será o último com toda a certeza.

Pegando no início do século XIX e numa família com jovens com idade para assumirem as obrigações do casamento, eis que duas irmãs, bem distintas entre si, assumem o protagonismo deste romance excelentemente bem desenvolvido com uma simplicidade tão notória onde a fluídez da narrativa surge sem cansar em algum momento o leitor. Elinor, a irmã mais velha é apta para analisar os comportamentos dos outros, mantendo a calma e pensamendo de forma racional, ao contrário de Marianne que embora sensível, deixa-se facilmente levar pelas primeiras impressões o que nem sempre corre bem para quem acredita que tudo é perfeito. Se uma tem Bom Senso a outra tem a Sensibilidade à flor da pele e está aqui dado o ponto de partida para esta obra que transborda verdade nos factos que não passam de ficção a demonstrar a realidade de outros tempos mas que ainda hoje pode ser vista através de distintos contornos para com a sociedade dos tempos modernos. 

Atual leitura... Sensibilidade e Bom Senso

Assinalando o bicentenário da morte da escritora Jane Austen, a Bertrand Editora lança nova edição do seu primeiro romance, Sensibilidade e Bom Senso. Lançado em 1811, contando assim com mais de duzentos anos desde a primeira publicação, este é um livro intemporal e de referência graças à sua qualidade linguística que conjugada com o bom argumento, critica social e factos inseridos num contexto histórico cativam.

Conseguirão duas irmãs tão diferentes enfrentar os seus problemas enquanto adolescentes de forma a se ajudarem mutuamente?! Sensibilidade e Bom Senso é a minha atual leitura e embora já tenha recebido comentários de surpresa por me meter com Jane Austen, vamos lá ver como tudo correrá.