Leituras de Novembro
Domingos Amaral, José Eduardo Agualusa e Tiago Rebelo formaram a minha tripla de autores lidos ao longo do mês de Novembro através dos livros Já Ninguém Morre de Amor, Barroco Tropical e Uma Noite em Nova Iorque, respectivamente. Três romances, dois mais simples e um mais complexo, que me preencheram várias horas de leitura ao longo de todo o mês!
O amor e as suas formas fatídicas para levar as pessoas até ao poço da morte... Assim poderia ser descrito o livro de Domingos Amaral. Através de quatro gerações de uma família, o autor conta diferentes histórias de amor que levaram os seus protagonistas à rampa que os deixou partir com o coração abalado ou em êxtase. O amor mata se não for correspondido, magoa quando se torna bem forte e atraiçoa os mais preparados! Domingos Amaral escreve a bom ritmo e sem grandes alaridos, fazendo com que os seus romances sejam as minhas opções nas horas para desanuviar de livros bem complexos.
Parecendo, em certas partes, uma auto biografia, em Barroco Tropical, José Eduardo Agualusa flutua através de histórias e lendas para contar a sua aventura. Mostrando a sua sabedoria, o autor mostra neste livro a sua escrita absorvente e translúcida que deixa o leitor agarrado e com vontade de chegar ao final, na tentativa de se descobrir como tudo termina, já que a história agarra e procura-se sempre mais. Sendo um autor sem tempo, que ora avança até ao futuro, ora recorre a momentos do passado, Agualusa sabe como ninguém unir o imaginário à realidade para tornar as suas criações em palavras que ajudam qualquer um a viajar pelo seu mundo. Aconselhável!
Calmo, preenchido, simples e agradável são características que podem descrever este romance de Tiago Rebelo. Um livro com sentimentos fortes sem grandes complicações na escrita e palavras que conseguem conquistar qualquer leitor que goste de uma história sem grandes artifícios e malabarismos linguísticos. Em Uma Noite em Nova Iorque dois trios amorosos cruzam-se passando a batata quente entre si até que tudo acontece sem nada prever com um final que poderá ser o esperado mas onde se vai acreditando que tal não irá mesmo tornar-se no desfecho de uma história corrida e sempre com altos e baixos na vida das personagens.