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O Informador

Boa noite, Vitinho!

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Corria o ano de 1986 e o Vitinho surgiu nos ecrãs da RTP através de uma pequena película de animação com o nome Boa noite, Vitinho! para que após o anúncio de que estava na hora dos mais novos se irem deitar se iniciasse a programação noturna da estação pública de televisão. Nesse mesmo ano nasci e em pequeno sempre me lembro do Vitinho, tendo tido inclusive uma almofada com o famoso boneco estampado. Muito se criou em torno deste amigo animado, de livros a discos, peluches e cromos, sendo um autêntico sucesso de marketing entre miúdos e graúdos. O célebre Vitinho nasceu para desejar as boas noites a todas as crianças, anunciando a hora de seguir para o descanso, e o que é certo é que vingou e ficou na memória de todos.

Hoje, trinta e cinco anos depois, falei sobre esta memória com colegas de trabalho, percebendo que cada geração tem os seus heróis animados, e chegado a casa resolvi rever a memorável canção, a que chamo de original, da primeira temporada do Boa noite, Vitinho!, não me lembrando sequer que tinham existido outras três versões pelos anos seguintes, uma vez que a primeira me ficou para sempre marcada.

Resolvi, após ouvir várias vezes os quatro temas do Boa noite, Vitinho! deixar para quem quiser viajar pela sua memória, os temas, apresentando também a quem vem de gerações mais recentes o que para nós, acima da casa dos trinta, foi um amigo televisivo que todos os dias nos visitava e fazia por um breve minuto companhia. 

Corta papel de infância

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As lembranças fazem-se sentir e acabei de me recordar de uma fase pela qual passei em criança em que as folhas da imprensa serviam como meio de entretenimento durante horas e horas, enchendo sacos e mais sacos de completo lixo.

Talvez entre os sete e os nove anos e ao longo de um período ainda justificável de meses, passei por uma fase em que todas as revistas, jornais e folhas que aparecessem por casa era guardados para serem recortados. Todos os papéis que apanhava que já não fizessem falta ficavam amontoados num canto da sala onde me entretinha várias horas por dia a cortar papel para nada. Uma folha de revista, por exemplo, cortava em modo cobra ou às tiras e depois desse trabalho inicial a tesoura continuava em funções para transformar cada tira em pequenos quadrados que se iam multiplicando em sacos e mais sacos. Podes imaginar sacos de plástico do supermercado e caixas de papelão com papéis e mais papéis cortados do tamanho de uma unha. Sim, era desse modo que transformava cada folha que apanhava.

Sei que muitos dos sacos iam para o lixo e que na altura nem ligava ao que ia fazendo e desaparecia cá de casa, mas hoje a lembrança surge e percebo que tendo um saco cheio e outro a caminho que os mais antigos iam sendo levados para o lixo, que era onde todo aquele papel devia ter sido colocado logo quando deixou de fazer falta em casa. O entretenimento que tinha nesses longos meses era cortar papel aos bocados, resultado de ser filho único, numa época sem computadores, telemóveis e afins com tudo o que existe nos dias que correm. Sei que enquanto estava naquele meu trabalho ficava calado e vivia no meu mundo fechado e por isso acabava por ser ao mesmo tempo um escape para os pais que me tinham no sossego, embora estivesse a empregar o meu legítimo tempo para nada. 

Hoje faço 32 anos! Parabéns a mim!

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Hoje, 05 de Novembro de 2018, completo os meus 32 anos! 

Dispensando imagens de bolos e festejos, desta vez decidi revelar um pouco mais sobre a minha infância, dos primeiros meses de vida. Fui até ao álbum de fotos do meu primeiro ano de vida e decidi mostrar estas três imagens sobre o gordo que era quando nasci. Sempre bem vestido para a época, claro, a condizer com as vestimentas que estavam na moda, dos gorros em jeito de boneco às roupas em lã, tudo era tão lindo naquela altura. 

Agora quero receber mensagens de Parabéns e aguardo que os meus presentes cheguem pelas próximas horas. Não aceito esquecimentos porque uma mensagem neste momento pode ser enviada das mais diversas formas disponíveis e no espaço de segundos. Sejam originais e contribuam para a minha felicidade diária! Ahahah!

 

Dumbo estreia em 2019

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O novo remake do filme de animação Dumbo só chega em Março de 2019 às salas de cinema, mas as minhas expetativas sobre esta história mágica que me acompanhou durante anos são muitas.

Primeiramente porque, tal como A Bela e o Monstro, este é daqueles filmes que tinha em casa, com a cassete de vídeo perto da televisão para ver e rever até cansar, sendo uma história que encanta e transmite aos mais novos, o público alvo, boas dicas sobre amizade, persistência e proteção para com os animais. Dumbo é um dos clássicos da minha infância e agora irá voltar às salas de cinema numa nova e extraordinária aventura de imagem real e computorizada através da perspetiva do realizador Tim Burton.

Só em 2019 poderemos ver o novo Dumbo voar nas salas portuguesas, mas só pelo trailer, já dá vontade de comprar o bilhete para não perder o lugar logo pelas primeiras sessões desta aventura com o selo de qualidade Disney. 

Elenco de Novela na Primária

Agora que o regresso às aulas acontece por todo o país as lembranças surgem e apetece-me divagar um pouco convosco sobre as horas, dias e semanas que passava com os meus companheiros escolares da primária a elaborar listas sobre os elencos das novelas da altura. 

Ir para a escola nos primeiros dias do ano escolar sempre tinha o seu encanto, não porque iria rever os amigos porque ao viver numa aldeia mesmo nas férias sempre conseguíamos estar juntos ao longo dos períodos de pausa, mas porque existia algo a aprender onde os intervalos se tornavam mágicos e as aulas com os seus tempos mortos transformam-se em verdadeiro entretenimento.

Existiam alturas, anos escolares mesmo, em que ao longo de horas vazias dentro da sala de aula passávamos longos momentos a copiar e a fazer listas sobre elencos de novelas, as brasileiras na altura. Fazíamos a lista sobre todos os atores que integravam um elenco, por ordem alfabética, e depois íamos copiando até mais não. Na altura a ficção nacional estava muito longe do que é feito atualmente pelos diversos canais e nós vibrávamos com as histórias importadas do Brasil, sabíamos os nomes de cada personagem e os nomes dos seus respetivos atores. As professoras essas não se importavam de ver as ditas e famosas listas e deixava-nos estar com as nossas curiosidades porque ao mesmo tempo aperfeiçoávamos a escrita através da cópia. Na altura parecia estranho podermos fazer aqueles trabalhos em plena sala de aula, mas hoje percebe-se que tal era possível porque ao mesmo tempo que fazíamos algo que gostávamos aprendíamos também e emendávamos os erros de cada um através de cópias atrás de cópias. Os momentos sobre o elenco de cada novela demoravam horas, mesmo dias e semanas e na altura éramos tão felizes a fazer coisas que nos dias que correm parecem que não fazem qualquer sentido.

Pega monstros

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Quem, na sua próxima ou distante infância, não teve vários pega monstros? Tive vários ao longo dos anos e pouco tempo duravam sem terem um destino obrigatório. Pois é, o caixote do lixo transformava-se rapidamente no lar predileto deste gelatinoso entretenimento quando se começavam a encher de partículas que ficavam coladas e transformavam os pega monstros num autêntico pega lixo, pó e tudo o que apanhassem quando eram atirados num autêntico vai e vem. 

Em miúdo achava graça a este nojento brinquedo do estica e encolhe mas na verdade não lhe vejo hoje em dia grande atracão para ter assim tanta piada em andar a atirar aquela nojenta mão a quem passava como forma de assustar ou simplesmente irritar.

Saltitona roubada

Nunca vos contei, mas em tempos, quando era ainda uma criança roubei uma bola saltitona. Não me orgulho do ato, tanto que dias após ter cometido o roubo, o único que me lembro, devolvi discretamente o objeto que tinha levado comigo no bolso das calças por vergonha de algo que só eu sabia. 

Roubei a pequena bola de casa de um amigo da altura e nos dias que se seguiram fiquei tão mal por ter roubado que decidi por mim próprio voltar a colocar o que poderia ter sido meu junto das coisas do seu verdadeiro proprietário. Tinha na altura sete ou oito anos, não sei, sabendo sim que a situação me marcou de tal modo que até hoje me lembro daquilo que fiz como um mau comportamento.

Regresso às aulas

Mais de duas décadas já passaram quando o primeiro dia de aulas bateu à porta! Lembro-me ainda de alguns dos momentos das primeiras horas! Lembro-me principalmente da minha mãe me ter ido levar a pé, porque vivo a metros da velha escola que entretanto encerrou portas em detrimento dos novos parques escolares, à porta da sala onde tudo iria começar. 

A mochila vermelha que durou os quatro anos de ensino primário, os nervos miudinhos de uma criança bem tímida que mal falava com quem não tinha assim tanta confiança, a vontade de fazer bem e mostrar que sabia fazer as coisas... Tantas emoções apareceram naqueles primeiros dias de aulas que chegava a casa com toda a euforia característica de quem inicia uma nova e importante etapa de vida. Não andei no infantário e isso na altura não pesou quando entrei para a escola porque a época era outra, não se aprendia o que agora é leccionado nos últimos tempos de pré-primária. Entramos praticamente todos com os mesmos ensinamentos escolares, poucos ou nenhuns, começamos a aprender em conjunto, pequenos seres que brincavam juntos pelas ruas porque os perigos não existiam em tão grande quantidade e naqueles quatro anos de escola primária fui feliz. 

O horário era das nove às doze e das treze às quinze, sempre ia almoçar a casa e que lentidão que aqui o menino era. Conseguia estar uma hora inteirinha a comer e por vezes ainda deixava restos no prato por demorar tanto tempo a mastigar, enrolava, enrolava, a mãe dizia «come Ricardo, come Ricardo», mas o Ricardo não comia assim com tanta facilidade, então quando era peixe o sacrifício tornava-se maior ainda. Há tarde quando o horário terminava lá chegava a casa, pronto para o lanche e com a obrigação de fazer os trabalhos de casa. TPC, o que era isso? Só no quinto ano é que esse diminutivo me apanhou. Passava a tarde a fazer os trabalhos, algumas vezes ao mesmo tempo que conseguia ver os desenhos animados e só depois, quando o sol já se estava a esconder e o jantar a ser preparado é que lá ia brincar, em casa, porque há noite não se saia para as ruas sem os pais. Uma quinta de uma conhecida marca de brinquedos, uns livros de pintar e mais tarde folhas onde escrevia números sem parar faziam as minhas delícias durante horas. Lembro-me como se fosse hoje também nas páginas e páginas de revista que cortava, aos quadrados bem pequenos, para dentro de sacos que não serviam para nada. Qual a verdadeira intenção daquele entretenimento? Completamente nenhuma!

Recordar é viver!

Por momentos surgiu-me no pensamento o tema A mula da cooperativa, de Max, e das péssimas figurinhas que fiz em criança perante a família a cantar e interpretar este tema! Hoje vejo que fiz grandes figuras e por isso todos riam e achavam graça às minhas cantorias e danças deste tema.

Uma criança com talvez uns sete anos, uns dentes a menos, uns óculos de tamanho gigante e um esqueleto franzino numa só pessoa, eu eu! Esse ser magricela e sem jeito que interpretava do início ao fim A mula da cooperativa, repetindo a proeza junto de avós e tios quando os papás achavam que era engraçado eu poder dar um pouco do meu show caseiro perante a família!

Que vergonha que senti em relembrar este mau momento do passado bem longínquo e que acabou por me marcar, uma vez que nunca mais esqueci certas imagens de mim próprio a dar às pernas e aos braços enquanto entoava que a mula deu dois coices no telhado...

Tag: Once Upon a Time

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O Homem Certo lançou a flecha para estas paragens com a Tag que nos reporta para a infância! Once Upon a Time leva-me até aos meus primeiros anos de vida, já lá vão uns bons tempos e como recordar é viver, lá irei desfiar o novelo do passado e recordar alguns dos bons momentos que marcaram esta pobre criatura que ainda hoje gosta de colocar o pezinho no mundo infantil. Em três, dois, um...

 

#1 - UM FILME DA MINHA INFÂNCIA

Curiosamente não tenho um filme que me tivesse marcado na infância. Tenho sim, anos mais tarde, quando já tinha uns doze/treze o filme que marcou muitos adolescentes, e não só, na altura. Titanic, esse sim é o filme que mais me terá marcado fora da infância, já na adolescência mas que ficou na memória, tendo sido visto inúmeras vezes até acabar por cansar. A cassete, a velhinha cassete que andava aqui por casa, desapareceu misteriosamente, tal como todas as outras que por aqui circulavam. 

 

#2 - UMA SÉRIE DA MINHA INFÂNCIA

Dartacão, sem dúvida alguma! Adorava chegar a casa, depois de um dia de escola e ver que estava a dar o Batatton onde o Dartacão e os Três Mosqueteiros estavam inseridos. A série dos heróis que lutavam pelo mal e onde a princesa Julieta suspirava de aflicões para com o seu amor guerreiro. Saudades!

 

#3 - UMA MÚSICA DA MINHA INFÂNCIA

«Todos os patinhos sabem nadar, sabem nadar, cabeça para baixo, rabinho para o ar...»

Quantas e quantas vezes ouvi e voltei a ouvir este tema aqui por casa, talvez para adormecer ou ficar mais calmo não sei!