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O Informador

José Saramago renovado

José SaramagoJosé Saramago será eterno em Portugal e no Mundo, no entanto os contratos editoriais que as suas obras possuem não têm um estatuto permanente, tendo agora as herdeiras do autor deixado terminar o acordo com a editora Caminho e aceite uma nova parceira com a Porto Editora.

Pois é, as obras do nosso Prémio Nobel da Literatura ganharam uma nova editora e também uma nova roupagem. Com novas capas coloridas, deixando os amarelos desmaiados para trás, e com os seus títulos em grande destaque, os escritos de José Saramago tornaram-se assim obras da chancela da Porto Editora, num acordo de seis anos. 

Este novo relançamento da obra de José Saramago conta com os títulos A Caverna, A Noite, A Viagem do Elefante, As Intermitências da Morte, As Pequenas Memórias, Ensaio sobre a Lucidez, História do Cerco de Lisboa, Manual de Pintura e Caligrafia e O Homem Duplicado, títulos esses que ganharam uma nova roupagem pelas mãos de Álvaro Siza Vieira, Armando Baptista-Bastos, Eduardo Lourenço, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, Júlio Pomar, Lídia Jorge, Mário de Carvalho e Valter Hugo Mãe que caligrafaram o título para cada uma das novas capas.

José Saramago é eterno e a sua obra está à disposição de todos, seja em que editora for e em que moldes. Antes os seus livros tinham a chancela da Caminho, agora são da Porto Editora, mostrando que todos querem ter a herança deixada pelo homem das letras!

Bobine Rebellis no Teatro Turim

Bobine RebellisO Ciclo de Cinema proporcionado pela Bobine Rebellis no Teatro Turim já começou e O Informador marcou presença no primeiro dia, a primeira de quatro quintas-feiras de Abril em que curtas-metragens que não chegam aos grandes circuitos comerciais ganham visibilidade junto do público. Homecoming, de Filipe Coutinho, Embargado, de Leandro Silva, Quando Aprendi a Não Ter Medo da Morte e A Menina com Medo do Escuro, ambas de Maria Reis Andrade e Sementes e Frutos, de Rafael Gonçalves, foram as cinco curtas a que pude assistir e às quais posso dar nota positiva no seu conjunto.

Em Homecoming é retratado um lema humano onde a morte espreita, existindo um amor entre progenitor e filha e uma traição por parte da sua companheira. Tendo uma morte final já esperada, retratando assim os últimos dias de vida de um homem a quem lhe foi diagnosticado um tumor e que deixou de lutar pela vida pela falta de paz interior, esta curta gravada em inglês tem tudo para conseguir conquistar um público mais vasto, sendo o tipo de produto que os amantes do romance e do drama gostam de ver passar numa grande tela de cinema. Inspirado em factos reais e familiares, Filipe Coutinho retratou assim um tema que lhe esteve próximo e fê-lo da melhor maneira.

Com Embargado o seu criador Leandro Silva conseguiu em jeito de making off unir a ficção com a realidade fugindo da tradicional gravação deste género de produtos, deixando os espetadores com o pensamento que tudo o que é visto é mesmo verdade, não existindo ponta de ficção. Uma excelente ideia, que consegue enganar facilmente o público através da sua história que levou seis meses a gravar e que já conseguiu infiltrar-se em dois ou três festivais de curtas desde que foi criada. Um produto que não consegue conquistar todos, mas que tem o seu alvo bem definido, conseguindo cativar.

Maria Reis Andrade criou em casa as suas duas curtas animadas, Quando Aprendi a Não Ter Medo da Morte e A Menina com Medo do Escuro, mostrando assim a sua preferência por uma arte do cinema que não é muito vista. Através de rabiscos onde são criadas personagens a preto e branco, ambas as rápidas histórias contam o medo e os receios que talvez a sua autora também foi sentido ao longo do tempo, com as inseguranças que a vida profissional e o futuro lhe podem dar. A luta para com a morte que pode aparecer a qualquer momento e o medo do escuro bem presente nas crianças foram os temas que inspiraram a Maria nestas suas produções animadas.

Sementes e Frutos, de Rafael Gonçalves, explora um lado mais sensitivo em detrimento do cerebral, mostrando as ideias e vontades do seu criador em determinada altura. Para o seu realizador, autor e produtor, esta curta é uma homenagem à família, mostrando a calma do campo, sem falas e onde a natureza reina, deixando o tempo passar à espera do amanhã. Uma produção simples e pessoal que não consegue lutar com as histórias comerciais.

Cinco curtas-metragens, quatro autores e quatro estilos bem diferentes... O drama, a comédia, a animação e o relaxamento são as formas com que consigo identificar estes cinco produtos de autores nacionais que não têm conseguido mostrar o seu trabalho pelos grandes festivais cinematográficos que têm tido destaque por todo o país.

Quanto ao Bobine Rebellis é uma excelente ideia, mostrando que em Portugal existe muito por onde explorar no que toca ao cinema não patrocinado e que são precisos apoios para tais produções poderem ter destaque nas grandes salas. Uma união que nasceu e que tem pernas para continuar a mostrar horas e horas de pequenos filmes que mostram a ambição dos seus criadores para conseguirem vingar no mercado com as suas ideias.

Todas as quintas-feiras de Abril, no Teatro Turim, pelas 21h30 e pelo preço de 3€. Vale a pena ver estas e outras curtas que recebem depois os comentários de Gonçalo M. Tavares, Nuno Galopim, Teresa Tavares e Fernando Alvim, um em cada sessão e pela ordem mencionada!

Ciclo de Cinema - Bobine Rebellis

bobine-cartazAbril está aí e este mês um ciclo de cinema de novos cineastas portugueses acontece no Teatro Turim. Com a finalidade de mostrar ao público a quantidade de jovens que escrevem, produzem e filmam centenas de curtas-metragens por ano, sem conseguirem alcançar o público pretendido e os festivais e circuitos comerciais, chega agora esta iniciativa da Bobine Rebellis, com uma nova forma de passar cinema português!

A cada Quinta-Feira de Abril - dias 3, 10, 17, 24 -, será projectada cerca de uma hora de cinema português praticamente inédito, na presença dos autores e de comentadores, entre eles, Gonçalo M. Tavares e Fernando Alvim que, com o público presente, criarão um espaço de diálogo e opinião longe das pontuações nos jornais, dos prémios e cerimónias, e do preconceito de ouvir falar português no grande ecrã. Com esta montra pretende-se mostrar a energia, a iniciativa, a guerrilha, a paixão e a diversidade de obras despreocupadas com paradigmas estéticos e com a aflicção da crise. Com este evento, o Teatro Turim une a ida ao cinema com um espaço de experimentação, risco e liberdade artísticas dos novos criadores, sempre a pensar no compromisso da comunicação com o público.

Ao longo do mês de Abril existe assim uma montra onde o desejo de ver o cinema português crescer pela mão de uma geração que pode ser muito maior do que aquela que é eleita pelos festivais de cinema em Portugal tem um lugar. O público pode assim encontrar-se com os jovens criadores que marcarão o futuro do país, apoiando e incentivando estas produções para que amanhã possam existir bons portugueses pelo mundo cinematográfico.

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