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O Informador

«O que vou fazer com os miúdos?»

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Na semana passada a greve de determinados departamentos de funcionários públicos no seio escolar levou a que muitos estabelecimentos fossem encerrados durante um ou dois dias. Como é sabido quem faz greve não pode avisar que o irá fazer e consequentemente nas escolas os mais novos têm de ser levados como habitualmente até aos estabelecimentos e aguardar com a decisão da direção escolar. Perante isto e a meio da manhã e numa conversa paralela enquanto tomava o pequeno almoço percebi o que sempre penso, que para muitos pais terem os filhos por perto é um autêntico estorvo. 

Vamos então rever a cena. Na fila da cafetaria duas mães faziam-se acompanhar por três crianças. Comentavam que os tinham ido buscar à escola porque não existiam condições para os pequenos ficarem por falta de auxiliares. Numa mesa e em modo «escutadeira de serviço» estava outra mãe, desempregada de longo prazo, que se meteu na conversa e questionou se aquelas crianças andavam na mesma escola que os seus filhos. Sim, confirmava-se! Os seus dois filhos pertenciam ao mesmo núcleo escolar que os outros, que já estavam com as mães e que iriam ser deixados ao encargo dos avós porque a vida dos pais continua e há que trabalhar. A mãe que deixou o filho na escola completamente despreocupada logo ficou preocupada mas não com o facto de ter de ir até à escola. A preocupação daquela mãe é que iria ter de ficar com o miúdo em casa três dias seguidos sem saber o que lhe fazer. 

O que é isto minha gente? São pai e mãe para as ocasiões mais importantes e depois não querem tomar conta dos filhos mais do que é devido pela sua lógica de paternidade? No pensamento de muitos progenitores, de semana os mais novos têm de estar na escola o tempo máximo conseguido para não chatearem e darem trabalho em casa. Será que ter filhos é acordar de manhã, despachar de forma rápida para os fechar num espaço escolar e só os voltar a recuperar ao final do dia onde chegados a casa tomam banho, jantam e são enviados para a cama sem tempo para os momentos familiares tão importantes?

Tolerância de ponto pelo Papa Francisco

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Surgem notícias de que a função pública poderá ter tolerância de ponto no dia 12 de Maio para poderem ver o Papa Francisco nas celebrações do centenário das aparições de Fátima. Isto sim é uma boa notícia para os católicos que trabalhem para o Estado.

Ao que parece a decisão ainda não está tomada pelo Conselho de Ministros, mas os bispos já foram informados acerca da situação e mostram-se gratos ao Governo se a mesma se concretizar. Quem também já sabe da decisão são as autoridades já que pelos dias 12 e 13 de Maio contam que passarão mais de um milhão de pessoas por Fátima. 

Pergunto... Então e os não católicos também ganharão estas horas ou ficam a trabalhar como os funcionários de instituições privadas?

Vila bonita para a feira!

A vila vai estar enfeirada daqui a uns dias e agora tem sido tão comum ver os empregados camarários todos juntos, como se tivessem em reunião, a trabalharem pelas ruas, jardins, calçadas e pavilhões! Com isto tenho questões a colocar sobre este grupo tão elevado de funcionários que aparecem por estes dias...

Que andam a fazer as centenas de empregados públicos ao longo do ano para agora poderem estar num só lugar durante dias para que tudo esteja bonito para a feira? É que nas outras semanas um ou outro andam por ai mas os restantes nem vê-los! Agora podem arranjar e reparar para que nas restantes épocas tudo fique ao abandono porque as visitas não aparecem sem existirem momentos festivos, é isso? Com estas coisas fico a crer que tal como é comum pensar-se... Que a função pública tem mesmo funcionários a mais ao longo de todo o ano! Podem não estar a mais, mas se não fazem o seu trabalho em condições é porque algo está mal!

Sobe o IVA... Que bom!

Sim, todos nós precisávamos de uma subida do IVA que já estava baixo e agora sobe 0,25%! Isto sempre foi o sonho de qualquer contribuinte e agora sim faz sentido andarmos felizes com tantos pagamentos e despesas! As coisas já não estão fáceis pelo país com tanto corte e ajustes e agora ainda se lembram de colocar mais uma subida, a que chamam de ligeira, do imposto!

Dos 23% iremos passar a pagar 23,25% sobre a grande maioria dos produtos, referindo-se a senhora ministra das finanças a este aumento como sendo uma necessidade que irá ser aplicada no sistema nacional de pensões. Se agora as coisas continuam a andar para trás como iremos ficar daqui a dez anos em que as despesas vão continuar a existir e os impostos irão aumentando, mesmo contra a opinião de alguns economistas e mesmo de ministros?

O senhor Paulo Portas afirma que o IVA devia baixar, já a senhora dona do dinheiro Maria Luís Albuquerque revela o contrário! Ela sabe melhor que ele como estão as contas do país e como a generala manda, a decisão está tomada. Que opinião terá Vítor Gaspar sobre este aumento de impostos que também lhe irá tocar, embora não lhe afecte tanto como a mim?

A subida do IVA ao ser anunciada já causa regressão económica no país porque o psicológico nestes casos acaba sempre por levar a melhor sobre a necessidade, como tal quero ver o que irão fazer quando daqui a uns tempos perceberem que estas ligeiras décimas, como um dos secretários de estado afirma, não surtiram efeito positivo rigorosamente nenhum!

O IVA aumenta, o TSU aumenta, os produtos aumentam e as mentiras continuam! Ah, já agora, os funcionários públicos também têm que voltar a tremer porque está a chegar mais uma roleta de despedimentos!

E é este o último grande capítulo do circo político e económico de Portugal!

40 horas da Função Pública

Percebo todos os protestos que os funcionários públicos têm feito contra a alteração da lei que os irá fazer trabalharem 40 horas por semana porque se tivesse na mesma situação também não gostaria de ser obrigado a aceitar tal medida. Mas por outro lado, concordo com a decisão dos nossos governantes porque se quem trabalha no privado tem que as fazer, porque os outros não? Ora bolas!

A economia vai mal, e embora existam sinais de melhoramento, não se podem atirar os festejos ao ar e esta decisão já andava a ser tomada há algum tempo só que os adiamentos foram acontecendo porque os públicos são muitos e têm sempre feito pressão para não trabalharem mais que as 35 horas a que estão habituados.

Antes era um privilégio trabalhar para o Estado, mas nos dias que correm tudo é igual e as outroras regalias já não existem, estando tudo mais unânime. Podem-me atirar pedras e basucas porque eu não estou do lado dos funcionários públicos, muito menos daqueles que tratam os cidadãos que lhes pagam o ordenado como ralé quando se está perante um balcão de atendimento e parece que tudo está a ser feito como um frete!

Eu, que trabalho num sistema privado, tenho que trabalhar 40 horas por semana para trazer o meu ordenado completo para casa. Os públicos agora também o terão que fazer porque não são nem mais nem menos que eu! Temos pena!