Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

Feminismo a mais

discoteca.png

 

Os últimos anos têm sido marcados por sucessivos movimentos feministas pela luta da igualdade de sexos. No entanto ninguém fala dos preços praticados na «noite» onde mulheres são claramente favorecidas no que toca a preços de entradas e consumos. Nesse campo já não existe feminismo a mais ou somente não convém comentar este tema?

Quem sai pela noite em Portugal sabe bem do que estou a falar. Quantos bares e discotecas não praticam preços distintos entre mulheres e homens? Locais em que existe consumo obrigatório para homens e onde mulheres entram, por vezes até com oferta de bebidas, e sem terem de pagar rigorosamente nada.

Como poderemos apelidar este fenómeno nos tempos que correm? Do meu ponto de vista, pelos variados locais onde esta diferença de sexos é praticada o que existe é um poder de atração para que o público feminino funcione como um chamariz junto do sexo oposto. Se elas não pagam, eles sabem que é por esses locais que existirá muita mulher junta, levando-os até ao local, entrando com pagamentos obrigatórios e consumos elevados para poderem frequentar o espaço em boa companhia. Será que não entendem que não pagam, mas estão a ser tratadas como um isco para chamarem outros, sendo como que servidas de bandeja como paisagem para os homens que muitas vezes procuram na noite companhia ou atenção por umas horas?

Se existe uma clara exigência de igualdade, o que é aceite, também convém que tudo seja feito de forma a declarar que homens e mulheres devem receber o mesmo, pagar o mesmo e desfrutar das mesmas condições a que possam ter acesso.

Quantas mulheres já ouviram queixar-se sobre os pagamentos no mundo da noite? Quantas discordam por não pagarem e verem os seus companheiros de saídas a puxarem pela carteira para entrarem em certos locais? Se fosse ao contrário claro que todas protestavam, mas como estão do lado das ofertas não se queixam e ainda brincam com a situação.

60 anos recordados pela desigualdade

nestum.jpg

A marca Nestum nasceu em 1958, estando a completar os seus 60 anos, data que está a ser celebrada com a implementação na embalagem da imagem original que foi lançada aquando dos primeiros anos de Nestum no mercado. Ao longo dos últimos anos, talvez por influência do avô que sempre apreciou estes cereais ao pequeno almoço, ter uma caixa de Nestum cá por casa é praticamente obrigatório e por estes dias reparei no apontamento sobre as figuras que estão na embalagem, onde as mulheres tratavam dos filhos e nem sinal de um homem a ajudar as crianças a tomarem a sua refeição.

Se olharmos bem, nem é preciso reparar assim tanto, na embalagem celebrativa é possível ver duas crianças a tomarem a sua refeição pela mão de duas mulheres. Com sessenta anos em cima seria normal existir a ideia de que só as mulheres davam comida e tratavam das crianças da casa na altura, mas agora isto não faz de todo sentido. Não é um pouco descabido terem recorrido a uma imagem destas para celebrarem, justamente numa altura em que as diferenças e o femininos estão tão na ordem do dia? Os direitos e deveres de um casal não são iguais? Décadas atrás tudo era visto de forma diferente e as coisas aconteciam desse mesmo modo, mas agora não, esta imagem é para assinalar uma data histórica da marca, no entanto vai contra a prática dos dias que correm, em que todos somos iguais e não são as mulheres que têm exclusivamente de ficar em casa a tratar da educação das crianças. 

Feminismo a Mais

feminismo.jpg

Gosto de ver estas vozes que se levantam sobre o feminismo, apoiando uma luta para com a igualdade de género onde direitos e deveres têm de ser iguais para ambos os sexos. No entanto tamanho alarido por vezes acaba por ser em demasia e existem casos e mesmo atitudes que criam o efeito inverso ao pretendido. 

«Somos mulheres», sim são mulheres e os homens são homens. Há que lutar por novas oportunidades, mas afirmar constantemente que se deve continuar a querer fazer mais e mostrar que nem é de igualdades que se fala em certos temas mas sim de superioridade. Afinal de contas ser igual é a vontade ou ser mais que o sexo oposto é o objetivo?

Fazer o que tanto criticam não me parece lá muito bem, para mais numa sociedade onde ainda existem diferenças, não digo que não, mas este pisar repetitivo no mesmo tema do feminismo diariamente com todos os temas sociais a servirem para se comentar e lançar novo debate acaba por mostrar precisamente o contrário do que querem. Feminismo em demasia tem mostrado que ao andar consecutivamente a seguir a mesma linha consegue-se acabar por provocar a ideia de que essas mesmas pessoas se continuam a sentir inferiores aos homens. Se a sociedade é o que é com as diferenças a prevalecerem não há que lhes dar destaque, mas sim fazer com que as coisas mudem. Bater constantemente no tema, fazer alarido e criar chamadas de atenção de forma sucessiva cansa e cria exaustão para com as vozes que se elevam por este tema, como em qualquer outro.