Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Informador

sorriso-feliz-esse.jpg

Vários adultos desta vida ou acreditam em milagres ou no Pai Natal. Por vezes olho para certos comportamentos e comentários sobre a boa vontade dos outros que só me levam a pensar em como muito boa gente é facilmente manipulada pela falsa simpatia que por aí anda.

Vou dar um exemplo, quando se pagam serviços é mais que claro que quem os fornece seja a pessoa mais simpática com o bom pagador, nem que para isso tenha que fazer alguns fretes e concordar a tempo inteiro com o pretendido, pedido, dito e comentado. Será que acreditam que as pessoas que não vos conhecem de lado nenhum se tornam nas vossas melhores amigas simplesmente porque apreciam a vossa companhia ou o vosso belo sorriso? E os euros que estão a ser pagos pelo serviço que vão prestar não contam para tanta simpatia para acharem que de um dia para o outro as mensagens e chamadas constantes existem porque num clique se fazem amigos para sempre?

 

redes sociais.jpg

 

Um perfil virtual é somente um perfil virtual que tantas vezes consegue esconder a realidade de toda uma vida que não passa nas redes de uma criação como se esses serem que alimentam cada perfil dessem destaque a personagens que são a quase idealização das vidas com que sonharam mas que não conseguiram ter. 

Quantas e quantas pessoas reais não se mostram nas plataformas sociais com uma ligeira e em alguns casos avançada distorção da realidade para parecerem as melhores pessoas do mundo, onde o bem, o melhor e o conforto reinam em falsas vidas que tendem em mostrar o que não existe. A criação de uma total ilusão de omissão e mentira é tão real que dá um pouco de pena o uso de uma ostentação através da criação de cenários que não passam disso mesmo, servindo para mascararem e disfarçarem a realidade. Existirá necessidade de esconder o que por vezes é belo de uma maneira pura e honesta para querer parecer o que não se tem e muito menos o que não se é?

O esconder com a necessidade de revirar a realidade, criando histórias e recantos para apelar a uma beleza de vida ímpar e ideal quando as coisas não acontecem nesse sentido. Não consigo perceber esta necessidade de contrastes que muitos preferem representar como se tudo fosse perfeito e belo.

máscaras redes sociais.jpg

 

Eu partilho, tu partilhas, ele partilha, nós partilhamos, vós partilhais e eles partilham! Aqui está o verbo partilhar no presente do indicativo a iniciar um pensamento sobre o que vai sendo mostrado pelas redes sociais. A questão que levanto é, a realidade que é partilhada é assim tão verdadeira?

Será que todas as partilhas são assim tão reais sobre o dia-a-dia de cada um? Não, ninguém mostra a verdade, no entanto se uns são livres e partilham o que querem e bem entendem e se aproximam com ou sem filtros, à primeira ou com sucessivas tentativas, outros elaboram tanto que só acabam por mostrar que a vida que querem anunciar ao mundo não passa de um rascunho mal elaborado que com o tempo acaba por não funcionar. 

Aquelas selfies que não o são com todos os cuidados do mundo, com a roupa emprestada, a paisagem onde estiveram de passagem é vista sim, mas com o tempo alguém acredita que aquilo é assim tão real e que a vida daquelas pessoas acontece somente entre hotéis de luxo, praias e festas? Será que quem está a partilhar vidas de fachada tem noção que é notório que as vidas não são assim tão belas como as querem fazer pintar para passar aos outros? Vocês trabalham, acordam sem maquilhagem, cozinham, depilam-se, dizem asneiras quando se aleijam e até podem ter uma unha encravada, no entanto tudo é tão belo que até parece que não precisam do emprego onde ganham pouco mais que o ordenado mínimo nacional, visitam lojas da moda mais baratas e dividem o menu do almoço com a cara metade porque não têm fome para mais. Isso é a realidade de quem só mostra o novo fato de banho ao longe para não se ver a marca porque foi comprado numa loja online diretamente da China mas que parece igualzinho ao da Calzedonia, os ténis da Primark que são uma boa imitação de lado mas de forma disfarçada dos da Nike, o chinelo da Lefties que parece os da Havaianas. Tudo mostrado ao longe, de forma a não mostrar diretamente o local das marcas, num estudo de mercado bem conseguido para se mostrar o que não se é. Meus caros, quem vos conhece depois percebe que não têm nada a não ser demonstrações de grandeza quando na realidade se percebe que de grande nada têm à vista, só se for a imaginação para se fazerem passar pelo que não são. 

lambe botas graxa.jpeg

Na gíria nacional por onde habito existe a expressão do «gosto pouco de graxa», que é como quem diz, não vale a pena seres um falso simpático para tentares que a sorte esteja do teu lado ou mesmo «és um lambe botas». Foi isto mesmo que senti há uns dias acerca dos passatempos no blog. 

As pessoas participam e depois quando o momento de sortear os vencedores se aproxima enviam mensagens privadas pelas redes sociais a mencionarem que se inscreveram, que gostavam muito de ganhar e que, caso claramente notório, gostam e seguem o blog com alguma regularidade pelos últimos anos. Sim, eu gosto de receber elogios, mas os mesmos podem sempre ser feitos e não somente quando lhes interessa e ainda lhes juntam apontamentos para tentarem que lhes ofereça convites para espetáculos que estão em passatempo no blog. 

Como disse, «gosto pouco de graxa» e os passatempos são fechados e sorteados, tal como é feita menção nos mesmos, como tal as mensagens de tentativa de cunhas não chegam a lado nenhum e do meu ponto de vista de escorpião com um feitio um pouco travesso e onde o que é é e o que não acompanha fica para trás, a imagem com que começo a ficar perante essas mensagens é a mesma perante quem na mesma oportunidade tenta a sua sorte várias vezes por achar que deste lado não existe atenção em apagar as duplas e triplas incrições

 

Pessoas que não simpatizam com outras com quem têm de lidar e que de um momento para o outro, notoriamente por interesse, começam a ter relações de cumplicidade com quem está no extremo oposto das suas preferências nas relações humanas é no mínimo mostrar que há que ter cuidado com essas mesmas falsidades demonstradas. Hoje são falsos amigos de uns mas amanhã podem-te fazer o mesmo. 

Existe uma coisa que consoante os anos vão passando não consigo evitar, ou melhor, disfarçar. Aos poucos o tempo tem mostrado que disfarçar para se ser um pouco simpático mesmo que contrariado não vale sequer a pena porque quem está do lado de lá não merece o esforço. 

Nesta quadra festiva optei por fazer o que adoptei ao longo de todo o ano, não desejo coisas boas a quem me tem dito pouco ou nada ao longo dos últimos tempos. Se ficarem surpreendidos quando me despeço sem dizer uma palavra simpática paciência porque não vou alterar os meus pensamentos!

Com o passar do tempo vamos conhecendo as pessoas, seja na família, entre os amigos ou no trabalho e começam-se a perceber que pequenos pormenores que são contados não encaixam com a realidade ou com o que foi revelado antes. Então andamos a inventar histórias para ficar bem na fotografia? Pois, parece que sim!

Não percebo como as pessoas que se tentam mostrar as melhores e as que têm tudo perante os outros, depois se deixam apanhar através das mentiras que as próprias foram criando ao longo da vida! Há muito que já tinha percebido que a miga não tinha o tanto que apregoava e com as semanas a passarem e os acontecimentos a aparecerem tudo se encaixa a seu desfavor! Vende-se ouro porque é necessário pagar uma conta, compram-se pequenos objetos de moda às prestações, inventa-se que o companheiro é um máximo e que lhe dá tudo quando as coisas acontecem ao contrário... Existe mesmo necessidade de se mentir e passados quinze minutos os outros perceberem que afinal tudo o que estava a ser dito é falso porque a realidade aparece?!

Eu não consigo perceber porque se tenta subir tanto através de um falso estatuto que não se consegue alcançar, andando toda uma vida a recorrer a mentiras e fachadas para se conseguirem manter as aparências! Só que nos dias que correm já ninguém é assim tão tapado para deixar escapar os pormenores que são deixados pelo ar! Enfim...

Não, tu não tens tudo, tudo, tudo porque já deu para ver que não tens um casamento de sonho, não vives feliz e não podes comprar o que queres. As razões? A ilusão com que sempre viveste e quiseste mostrar aos outros! A tua história de conto de fadas é uma mentira!

Amizade, segundo o dicionário português, vem do latim vulgar amicitas, -atis, significando afeição recíproca entre dois ou mais entes e/ou boas relações, mas não é para todos que este significado é real.

Infelizmente tenho visto vários peões sociais a usarem esta palavra que transmitem carinho e companheirismo com alguma banalidade. Chamar amiga ou amigo a alguém não pode ter um interesse oculto por trás. Não se pode ser amigo de ninguém porque convém, mas na sociedade dos novos tempos isso acontece cada vez mais. Tenho visto, não na própria pele, mas com os outros, que são usados por não saberem dizer que não.

Para ser ter um sentimento de união entre amigos, não se pode exigir mais ao outro do que o que podemos dar. Não podemos ser egoístas ao ponto de só pensarmos no nosso bem, sem nos preocuparmos com o bem-estar da outra pessoa.

Amizade não é algo que se possa comprar com um presente porque fica bem, que se pode pagar como a um café quente da manhã ou que se aluga por conveniência. Amizade é ser-se fiel, estar ao lado quando é preciso, saber ouvir, sentir quando é o momento de que é necessário dar apoio, saber estar, nem que seja em silêncio... Amizade é também um divertimento!

Enfim, infelizmente tenho visto pessoas a usarem outras, dizendo-se serem suas amigas porque precisam de favores em troca. Um dia que os favores já não sejam necessários a bela amizade termina porque quando tudo é falso e se vive de aparências, não se pode exigir uma realidade secreta eterna! Aguardo ver o significado de uma certa amizade daqui a uns tempos!

Mais sobre mim

foto do autor

Em www.bertrand.pt
Atual leitura
Mais Vendidos

Redes Sociais | Segue-me

Instagram
Facebook Twitter Pinterest Visita o perfil de O Informador no Pinterest. Goodreads

Última Leituras

Aconteceu em Paris
liked it
O título demonstra desde logo que o leitor irá visitar Paris. Amy acompanhou a sua amiga Kat até aos seus últimos dias de vida, mas as duas tinham um objetivo, viajar até à cidade do amor em segredo. Kat não conseguiu resistir mas Amy le...
O Pecado da Gueixa
liked it
A cultura japonesa está em grande destaque em O Pecado da Gueixa, através da perceção das regras comportamentais de um ninja, Hiro, protetor de um padre português, Mateus, que juntos irão investigar a morte de um samurai, Akechi-san, num...
O Silêncio da Cidade Branca
it was amazing
Nem sempre uma capa consegue representar o que está no seu interior, mas com O Silêncio da Cidade Branca primeiramente fui conquistado pela imagem que me remeteu para uma sinopse que conquistou. Já com esta obra em espera na mesa-de-cabe...

goodreads.com
BlogsPortugal
Bloglovin Follow

 Subscreve O Informador

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub