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O Informador

A estreia de Começar do Zero

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Já estreou o novo programa da TVI, assumindo-se como uma experiência social, que tem como finalidade desprender os seus participantes de tudo o que possuem. Ao longo de um mês os concorrentes terão regras a seguir e o objetivo é perceber que a maioria das coisas que têm em casa são completamente desnecessárias. 

Sem nada logo de início e podendo recuperar um dos seus objetos a cada dia, o desafio começou com os primeiros grupos, as gémeas de 27 anos, Marta e Mariana, de Lisboa, o casal de Braga, Alice e Júlio, os três amigos do Montijo, David, Rui e Tiago e os amigos à distância de Fátima, Andreia e Renato. A partir daqui e tentando continuar com as suas rotinas diárias, o desafio está lançado e as dúvidas sobre como enfrentar este caminho surgem. Não podem comprar e somente podem ter emprestados bens essenciais mas a sobrevivência sem as suas coisas tem de continuar para que percebam do que realmente precisam nas suas vidas daqui em diante. 

Após as estreias da semana passada da SIC como Quem Quer Namorar com o Agricultor, e da TVI com o Quem Quer Casar com o Meu Filho, este Começar do Zero parece ter conteúdo e um certo interesse para que nós, enquanto espetadores, também possamos refletir no que realmente nos faz falta no dia-a-dia e dos bens que possuímos e que afinal de contas estão a mais nas nossas casas.

Quem Quer Casar ou Namorar com o Lixo?

quem quer namorar com o agricultor quem quer casar

Estrearam há uns dias duas novas apostas televisivas que de bom nada têm. Se na SIC surgiu Quem Quer Namorar com o Agricultor onde o mulherio tenta conquistar os moços do campo, a TVI resolveu apostar em Quem Quer Casar com o Meu Filho com mães a escolherem as suas futuras noras. A opinião que tenho entre estes dois formatos é que são autênticos lixos televisivos, numa grande demonstração da incapacidade da televisão nacional de se reinventar, dando o que acham que o público quer ver mesmo que seja do pior que pode ser feito. 

Além de serem estes dois novos formatos um autêntico copy paste um do outro, estão num caminho onde o machismo reina. Homens têm de escolher os seus pares ideais, com a ala feminina à disposição em modo bonecas para o que der e vier. Elas desfilam, brincam, discutem e deixam-se levar pelos jogos da produção para conquistar agricultores e filhos da mamã e o público aplaude estas ideias transformadas em produtos de televisão que são anunciados como as grandes apostas dos dois canais. 

Isto não passa de programas bolurentos que são autênticas nódoas televisivas sem conteúdo e que demonstram muito bem o quanto a sociedade afinal ainda vive com o pensamento de que os homens são o centro de qualquer casal hetero, sendo elas a terem de saber cozinhar, limpar, costurar... Poupem-se pessoas que têm defendido estes Agricultores e Meninos da Mamã porque tanto um formato como o outro não passam mesmo de recuos no tempo, fazendo lembrar o que há mais de duas décadas foi feito com o Zé Maria do Big Brother, Mulheres de A a Zé, em que o alentejano de Barrancos tinha de encontrar a sua mulher ideal entre um lote de candidatas que se enfiaram numa casa a viver e a desempenharem determinadas provas para conquistar o moço herói do momento. 

TVI vai colocar tudo a nu

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Após vários formatos da vida real com concorrentes fechados mas não totalmente isolados em casas, eis que a TVI preparasse para avançar com um formato que promete dar muito que falar. Será o primeiro programa naturalista realizado em Portugal e promete ser a nova experiência social, nome que agora dão aos reality shows para parecer mais chique. 

Adaptado do sucesso internacional Stripped, o anúncio para Contentor já está a passar nos intervalos publicitários do canal. O objetivo deste formato é fazer com que uma família se desapegue dos seus objetos pessoais, ficando sem nada em casa, de móveis a roupa, dos telemóveis aos automóveis. Tudo vai desaparecendo da vida das famílias que serão colocadas à prova. A casa será aos poucos esvaziada, com os concorrentes a selecionarem o que lhes vai fazendo menos falta por etapas, mas no fim tudo ficará dentro de um grande contentor à porta de casa. Este é um desafio coletivo da família participante que depois com alguns desafios e provas poderão ter acesso a um ou outro objeto que lhes faça falta, mas tudo por exímios momentos. A experiência será viverem sem nada, tendo de fazer a sua vida normal, de casa para o trabalho, recorrendo a transportes públicos e boleias, isto ao mesmo tempo que dizem adeus às suas roupas. Um formato que explora o lado material dos tempos que correm. Precisamos de tanta coisa para sermos felizes ou tudo não passam de condicionantes sociais?