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O Informador

"Esplanar"

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Os postigos ganharam valor em Portugal quando entramos em confinamento e percebemos que cafés, restaurantes e alguns outros negócios de rua conseguiram manter-se num suposto ativo com uma mesa na entrada onde serviam os seus clientes. Meses passaram, os postigos chegaram mesmo a fechar, mais tarde tudo voltou a abrir, muitos nunca deixaram de usar o postigo e agora a famosa barreira de entrada que serviu de janela de serviço entre comerciante e cliente pode existir na mesma por precaução, no entanto viu as esplanadas ganharem de novo espaço pelos passeios, calçadas, quintais e ruas de Portugal.

A 05 de Abril de 2021 a palavra "esplanar" ganhou destaque nas conversas e redes sociais porque muitos quiseram voltar a tomar café, refresco e seja o que for ao ar livre, o pior é que como previsto pela maioria, não me parece que este primeiro dia com possibilidade de frequentar esplanadas tenho sido um bom exemplo para o que está para vir nas próximas semanas. Vi, e ninguém me contou, esplanadas com mesas próximas entre si, com quatro cadeiras, mas com mais que quatro pessoas em torno da mesma mesa. Vi também uma esplanada com somente quatro mesas mas com mais de trinta pessoas praticamente em grupo a consumirem, num tira e não põe a máscara porque a seguir vão levar a imperial à boca. 

Não existe noção do que acabámos de passar por mais três meses em confinamento e com esta franja da sociedade com tanta pressa de "esplanar" não vamos chegar a lado algum de forma positiva pelos próximos meses. Será que não existe raciocínio para não se ter de ir no primeiro dia, como se tudo terminasse amanhã, sentar nas esplanadas, em plena comunidade de amigos e conhecidos para que um assintomático volte a ajudar a levantar os números de novos infetados? 

Uma tentativa... Sem resposta!

 

Imagina a tua pausa da tarde no trabalho, com tempo para um café, agora imagina que no teu lugar estou eu.

Sai do meu espaço de lanche e fui até à cafetaria mais próxima, pedi um café e fui até à esplanada onde só existia uma mesa ao sol. Decidi não sentar e comentei para a empregada que seguia atrás para recolher a louça suja das mesas, «vou sentar na fonte para ficar na sombra», eis quando ouço uma voz que está numa das mesas onde o sol não bate a proclamar «podes sentar aqui que existe espaço».

Irritações de esplanada

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Sabem quando existem pessoas um pouco irritantes que não sabem levar a vida com calma e ficam em filas de espera a falarem mal de tudo e todos para causar mal estar em quem está ao seu redor? Assisti há uns dias a dois grupos distintos a fazerem conversa de ocasião sobre quem estava sentado e enquanto esperavam por mesas numa esplanada.

Sozinho estava a beber café sentado no muro de uma fonte na pausa do trabalho, mas mesmo ao lado da esplanada que estava cheia. Enquanto estava no meu momento e a consultar as redes sociais fui apreciando dois grupos distintos que aguardavam que as mesas vagassem para logo as ocuparem como autênticas sanguessugas com medo que o mundo termine. Só que enquanto esperavam as conversas eram bem notórias entre os elementos. Além dos olhares que atiravam a quem estava sentado e já tinha consumido os seus produtos, ainda conseguiam fazer comentários para que os outros ouvissem. Dicas como «já comeram e estão a ocupar o lugar» e «já se levantavam para nos sentarmos» foram ditas, entre outras, para tentarem causar um certo impacto em quem estava a desfrutar o momento, num dia de pausa e em família ou entre amigos. As pessoas não conseguem descansar um pouco e deixar que os outros estejam nas suas vidas? Se não tinham lugar naquela esplanada porque não foram a outra ou então esperavam por lugares vagos e não ficavam a mandar nuvens de pensamentos ouvidos a quem estava na sua vida e não tem de andar com pressa porque existem no mundo seres com muita urgência à sua volta. Os dias de descanso são para serem aproveitados com calma, como tal porque raio as pessoas gostam de apressar tudo, fazer insinuações e tentar provocar com conversas e mesmo olhares quem está na sua pacata vida?

Manhãs solarengas

Como é bom aproveitar uma manhã de pausa por uma esplanada e um livro como companheiro em tempos de viragem e descrença sobre pensamentos e vontades da vida. Acordar cedo depois de dormir menos do que o desejado, levantar semi bem disposto, tomar o pequeno almoço e sair, pensando que existe uma mesa ao sol em espera, um café bem tirado e uma vontade enorme para descansar. 

As manhãs das folgas

Estar de folga durante a semana não é sinónimo de estar deitado até tarde e não aproveitar a manhã, só ficando com a tarde para ter algum tempo livre. Comigo, os dias semanais em que tenho o prazer de desfrutar da minha folga são para aproveitar logo pela manhã e a hora de acordar é quase a mesma como se de um dia de trabalho se tratasse.

Acordo entre as 9h e as 10h e a partir daí quase que uma rotina destes dias de pausa acontece! Despacho-me da higiene e do pequeno almoço em menos de meia hora e o carro espera-me! Conduzo talvez uns quatro quilómetros e a esplanada do café da vila espera-me! Peço o café, sento-me num lugar entre o sol e a sombra, dependendo do tempo que está a fazer na altura, e deixo-me ficar entre a cafeína e a minha habitual leitura. Uma revista ou outra também me podem passar pelas mãos nestes momentos, mas aí já não é um hábito, é antes algo esporádico. Depois do café e da leitura na esplanada, pego em mim e vou dar uma voltinha calma, a pé, pelas ruas de Alenquer, desfrutando do passeio ao longo do rio e olhando para os rostos que não me são estranhos, podendo ver uma pessoa ou outra com quem trocar meias palavras de ocasião.

A manhã está praticamente feita e por volta das 12h volto a casa, ligo o computador, coloco, em alguns casos, a escrita em dia e quando dou por mim já está na hora de almoçar. A partir da refeição, que acontece às 13h, a tarde torna-se uma incógnita e a rotina não é tão comum. Posso ir às compras, passear, ter com os amigos, praia, piscina, biblioteca... Mil e uma coisas, basta o tempo deixar e a vontade mandar!

As manhãs das minhas folgas são saboreadas com um prazer único de quem tanto deseja pelos dias de pausa e descanso! Que bom que é acordar cedo para não ir trabalhar!

Escândalo por causa da revista

Habitualmente, nos meus dias de folga, gosto de ir tomar o meu café matinal a uma esplanada de Alenquer. Já conheço parte da vida da dona daquele café, tal como da filha, porque ambas falam de tudo ao telemóvel perto dos clientes como se tivessem no recanto do seu lar. Agora vi uma reacção absurda por parte da proprietária do estabelecimento e por causa de uma simples revista. Enfim!...

Ao que parece a senhora emprestou uma revista sua a uma cliente e ter-lhe-à dito para a entregar no balcão quando se fosse embora para não ficar ao dispor dos outros clientes antes de ser lida por quem a comprou. A tal senhora leu a revista, foi-se embora e deixou a revista pela mesa... Minutos mais tarde uma outra cliente pegou na revista como se pega num jornal que costuma andar por ali para quem o quiser ler. A dona do café foi levantar as mesas, viu que a pessoa a quem tinha emprestado aquela publicação já não estava e que a sua querida revista andava em outras mãos. Ui! O escândalo aconteceu!

Logo uma peixaria se montou porque a revista não tinha sido lida por si e já andava de mão em mão e sem autorização. «Já não empresto mais as revistas a ninguém aqui no café!». «Disse para me entregar depois de a ler e deixou-a aqui para começar a ficar rasgada!». A nova leitora entregou logo aquelas páginas com alguma vergonha e sem ter culpa de nada e passados poucos minutos foi-se embora.

A atitude foi completamente descabida porque aquela revista estava ali e quem lhe pegou não sabia que não a podia ver só porque a dona do café não tinha esmiuçado as suas palavras do início ao fim.

Um escândalo absurdo aconteceu por causa de 1,35€ e sem qualquer necessidade. Agora as revistas vão estar presas atrás do balcão e os clientes não as vão poder ver para não existirem problemas. O pior foi que ela pensou, disse o que pensou e colocou todos os clientes a par, com o seu alto tom de voz, do que iria acontecer às suas preciosas revistas!

Complicações a mais que até me envergonharam e não foi nada comigo!

Amor de pato

Há dias estava eu com uma parte do meu gang amigável numa esplanada de Alenquer na conversa durante uma boa tarde de sol e eis que somos visitados por um grupo de patos, sim não eram dois nem três, mas para aí uns dez. O que andavam eles a fazerem ali junto das pessoas? Simples, voaram uns metros do rio até ali em busca da pata que todos queriam!

E foi assim, em plena tarde de Primavera, numa esplanada bem instalado, que vi uma pata a ser praticamente violada por uma dezena de patos. Todos a queriam, coitada, ela era uma, eles eram muitos, mas só um (de cada vez) lá se conseguia colocar em cima dela e fazer alguma coisa como as suas intenções mandavam.

Ela coitada bem fugia e mostrava não querer aquele ataque masculino, mas eles não a deixaram em paz assim tão facilmente como se previa. Não sabia uma coisa que fiquei a saber, quando os patos estão a acasalar, ele morde-lhe o pescoço para que ela não consiga fugir de onde está e não resista assim tanto como se estivesse livre. E o mais engraçado ainda é que os outros que não tinham, mas queriam ter, também a mordiam no pescoço para ajudarem o grande herói!

Pobre pata que foi atacada por aqueles machos todos, mas pronto, daqui a umas semanas lá deverá colocar uns ovos que irão trazer novas crias para que o nosso rio de Alenquer continue a ser habitado pela pataria que já faz sucesso entre a população do concelho e seus visitantes.

Quantas mulheres não dariam tudo para ter tantos homens atrás de si e nem um conseguem ter? Aquela tinha logo dez e não queria nenhum!

Tardes quentes

Com o sol a espreitar e a trazer consigo o verdadeiro espírito de Primavera/Verão, as tardes ganham outro sentido, o da vontade em que nos dias livres essas horas sejam passadas numa boa esplanada, com um livro/tablet/telemóvel e em boa companhia. 

O regresso do sol em boas doses dá mesmo vontade para se poderem passar algumas horas à conversa a desfrutar do prazer do tempo quente com a leitura e a tecnologia também ao alcance das nossas mãos. A partir de agora os meus dias de folga ganham outra vida, isto porque sei que os consigo aproveitar de outra forma.

Agora os meus dias livres serão passados também para desfrutar dos raios de sol. E viva o tempo quente!