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O Informador

Ratched, uma vilã com história

Netflix

Ratched Netflix

 

1975 assinalava a estreia cinematográfica do filme de Milos Forman, o clássico Um Estranho no Ninho, onde a enfermeira Mildred Ratched se tornou célebre como uma das grandes vilãs do cinema. Em 2020 a Netflix voltou a recuperar esta história para nos abrilhantar com a presença de uma mulher calculista, fria, vingativa e preparada para abater quem se cruza no seu caminho, um enredo que mostra quem é esta mulher mesmo antes da história contada no filme. 

Acompanhando os primeiros dias de Ratched num hospital psiquiátrico como enfermeira, a série com o nome da personagem central acompanha o percurso desta mulher dentro da instituição, até ao atingir dos lugares cimeiros, numa ascencão bem rápida, estando numa luta constante entre as suas ambições e opções, tudo porque existe uma real causa por detrás de todas as mentiras, omissões, persuações e crimes que vão sendo cometidos, um passado que pesa no presente e pelo qual Ratched luta por um bem estar que não é só seu. Não quero contar muito desta história, podendo simplesmente revelar que esta primeira temporada da série protagonizada brilhantemente pela atriz Sarah Paulson, conta com um enredo que vive muito dos planos centrais numa conjugação entre um puzzle mental para mexer com todos os que a rodeiam de forma cordial e de forma a atingir os seus próprios fins com saídas quase perfeitas.

Num enredo que une suspense com toques de terror através dos métodos macabros dos tratamentos psiquiátricos feitos na altura e toques de romance, Ratched é aquela série em crescimento nestes primeiros episódios, sendo apresentada a história pesada para que aos poucos a forma mais humana e os próprios problemas pessoais passem para o ecrã, levando a uma ligeira alteração perante a forma como se vê a primeira versão desta mulher que pretende vingança e ao mesmo tempo salvação. 

Se gostei desta série? Gostei e percebi que a cada episódio queria saber um pouco mais sobre o que iria ser feito a seguir, já que a cada passo as motivações ganham novos e amplos contornos, principalmente quando as preparações não resultam no pretendido e tudo tem de ser registado de forma rápida para que não existam falhas nos planos delineados para que a salvação do passado, que congestiona o presente, seja feita de forma rápida e com sentido. 

«É mentira!», pois claro!

Mário SoaresA capa da revista Lux desta semana é daquelas que de ser tão boa e óbvia até dá vontade de comprar a publicação! Alguma imprensa noticiou há dias que a família de Mário Soares andava incomodada com a proximidade entre o antigo Presidente da República e a sua enfermeira. Agora a revista, talvez por querer mostrar que o senhor está muito bem com a sua Maria aos noventa anos, entrevistou Soares onde este fez o que qualquer pessoa faria... Negar um caso extra conjugal!

Então senhores jornalistas, o que se passou para fazerem a questão que tinha uma resposta tão óbvia? Não estou a dizer que o senhor esteja a mentir e nem tenho nada haver com isso, no entanto fazer um destaque de capa com uma expressão esperada como resposta a uma questão que qualquer pessoa nega é um daqueles casos que mostra como está presentemente a imprensa nacional.

Uns inventam notícias, outros especulam e a Lux faz entrevistas com respostas tão previsíveis que até dá dó!