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O Informador

Medo de sair magoado

Hoje em dia vivo com o medo de me deixar magoar de novo, vivo a pensar que já dei mais passos do que devia e que as consequências podem ser complicadas para quem não se queria apaixonar tão rapidamente e acabou por ser apanhado pela surpresa dos afectos sem que procurasse o romance.

Sim, estou apaixonado, sim, vivo de medos e receios que as coisas não funcionem e que me volte a magoar por pensar demasiado talvez ou por não querer aos trinta e seis anos de idade andar a brincar aos casais como se tivesse a descobrir o amor. Sei o que quero, acredito que aprendi com os próprios erros do passado, estou a viver as coisas como se tudo fosse novidade e quero tanto, mas tanto, que o futuro esteja a ser construído com alicerces para seguirmos em frente de mãos dadas.

 

Vazio

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Existem momentos em que a solidão surge e perante a qual é necessário tentar dar a volta para que não nos deixamos abater.

Ainda há dias, quando em dia de folga, que geralmente era um dos dias que conseguia fazer algo bem acompanhado, me apercebi que estava sozinho e sem saber como me ocupar, acabei por me deixar ir abaixo, caindo no vazio. Tentei enfrentar esse sentimento, seguir o meu caminho, mas não foi fácil. Chorei, recuei, voltei a tentar, não consegui, acabei por me deixar abater quando não queria.

Eu sei que ainda é cedo para me querer olhar ao espelho e ver uma pessoa forte em fase de mudança, eu sei isso tudo e agradeço a força que me vão dando, mas o sentimento de vazio é tão grande quando a ideia de seguir em frente existe sem saber ao certo o rumo a ser tomado porque o que parecia estabelecido terminou e é necessário agora conseguir com esforço dar a volta, procurar um novo rumo solitário e colocar em perspetiva novos horizontes para não deixar que a mágoa interior prevaleça e sobreviva num corpo e mente que pretendem reagir e que ainda não sabem como o podem fazer. 

 

Menino sem Mundo

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Um menino super educado mas no seu próprio mundo!

Sim, este sou eu, segundo as palavras de uma amiga com quem trabalhei e que se referiu em conversa comigo e ela tem razão. Sempre fui um menino, jovem e adulto bem educado mas muito dentro do meu próprio mundo, aquele que poucos deixei que entrassem e que sempre tentei resguardar, em demasiado, para mim, como se todos os que se pudessem aproximar tivessem consigo a chama do veneno para o estragar. Isolado de muitos, como se tivesse um muro ao meu redor, sempre vivi com que numa bolha muito própria que por vezes acabou por se transformar numa mágoa pessoal por não deixar que a vida e o tempo fizessem o seu trabalho de casa de forma correta. Sempre fui o menino super educado mas no seu próprio mundo que a poucos dei a conhecer e que muitos afastei, mesmo que mostrassem estar do meu lado, por ser talvez algo frio ou não tão disponível para o próximo como hoje percebo que deveria sempre ter sido. O menino que não é do mundo aqui está agora, a perceber as suas falhas e a tentar com algum custo dar a volta a mais de três décadas onde achou que vivia tão bem de forma paralela para com os outros que se auto colocava na margem. Ainda existe espaço para deixar entrar quem me quer bem no meu mundinho isolado? Quero acreditar que sim!

Adeus «para sempre»

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13 anos depois o «para sempre» deixou de fazer sentido sem que me tivesse apercebido que estava tão concentrado em mim e em fazer as coisas de forma correta que desleixei o que acreditei ser seguro e para a vida.

Errei, hoje percebo que a segurança do que achava ser certo era pura imaginação fantasiosa da minha parte e que tudo o que pensei estar a fazer de forma correta afinal não estava a ser assim. Segui sim uma linha com um ponto final pela frente, tudo por deixar de estar e também por desleixar o que acreditei estar a ser o correto.

Fui demasiado egocêntrico nos últimos tempos, deixei de prestar atenção e agora estou como não desejei, sentindo-me o único culpado de uma situação para que fui alertado de outros pontos que podia acontecer mais cedo ou mais tarde pela minha incapacidade de reação. Por estes dias o «para sempre» deixou de me fazer sentido porque chegou o Adeus como que uma imposição que me está a ser complicada digerir por ser inesperada e me ter deixado vazio, sem fundamento e com a incapacidade de dar a volta por me sentir um fracasso.

 

Vida pausada

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Sabes aqueles dias em que sentes que não pertences a lado algum e só te apetece estar contigo, de forma solitária, em que respiras por ser necessário mas nem essa vontade tens? Foi assim que me senti este fim-de-semana, em que estive de folga e que a vontade de me sentir útil na vida e estar ficou bem guardada naquela gaveta profunda. 

Não estive para a vida durante dois dias, mantendo-me distante, vazio, como se não estivesse para ninguém, nem mesmo para mim. Fiquei em pausa por casa, com os livros e a televisão como companhia, e só sai porque foi mesmo necessário e o dever assim apelou, porque se não fosse o caso nem tinha colocado os pés fora das quatro paredes. 

Desabafo

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A minha forma de estar na vida nas últimas semanas tem estado alterada, sentindo todo um vazio em meu redor. Já procurei ajuda e iniciei um processo que espero me venha a ajudar a reorganizar a nível mental, no entanto as coisas não acontecem de forma rápida como por vezes desejamos e deixo aqui um acontecimento que me ocorreu e que tentei controlar por saber que a vida tem de seguir e que preciso combater esta minha fase.

Fui ao teatro e optei por ir sozinho, sem procurar companhia para não incomodar os outros que não me têm de acompanhar perante as minhas vontades de fazer o que gosto. Fui até Lisboa, como a sessão foi às 19h00 e estava de folga nesse dia, optei por ir mais cedo, lanchei pela capital e mais perto da hora desci a Avenida da Liberdade de carro para estacionar e ir para o Teatro Nacional Dona Maria II, que para quem não sabe fica no Rossio. 

Tudo parecia bem, com os meus pensamentos solitários como companhia, mas o pior foi quando estacionei e do nada senti aquela vontade de voltar de imediato para trás, para casa com o pensamento, «o que estou aqui a fazer sozinho». Respirei, sentei-me num banco de jardim da Avenida e pensei que tinha de seguir porque tinha um objetivo naquele momento, eu ia ao teatro, sozinho, é certo, mas se tinha marcado era para seguir com a ideia. 

 

Perfeição imperfeita

insatisfeito

Sou perfeccionista e gosto que tudo corra bem. Porém, por vezes, percebo que ao entregar mais de mim e exigir demais de quem não consegue acompanhar o comboio só acabo por me ajudar a massacrar por querer dar força a uma locomotiva onde nem todos conseguem dar o mesmo impacto no arranque para se seguir em frente.

Valerá a pena incentivar a que as coisas corram bem quando não existe um esforço de igual modo dos outros lados da barricada? Fico chateado quando percebo que as linhas não seguem no mesmo sentido e quando percebo que entrego mais de mim e não vejo a mesma iniciativa de quem está na carruagem começo a perder a esperança, com o tempo, de que algo mude, acabando por pensar que talvez não valha assim tanto a pena o incentivo e a força dada, já que se a mente de cada um estiver presa para não se avançar não são as vozes de fora que conseguem alterar o rumo.

Concentração e Monólogos

Concentração

Hoje vou ter de deixar um desabafo familiar perante o tema Concentração e Monólogos!

Liguei há quase duas horas o tablet e sentei-me na mesa da cozinha com a televisão ligada e a lanchar para começar a escrever uma nova publicação aqui no blog logo de seguida. O mais engraçado é que as horas passaram, a minha mãe colocou-se a passar a roupa a ferro aqui ao lado e começou a falar em género monólogo porque eu estava nem aí para o tema e a concentração que precisava acabou por nem aparecer. Ela continua a falar, já mudou de tema e eu vou respondendo "sim", "pois", "sim" e ela continua a desbravar conversa sozinha como se lhe tivesse a responder. Só apetece levantar e seguir para o quarto, fechar a porta e por lá ficar sem a ter de ouvir a tagarelar, repetir e recontar a história e os pormenores de cada situação. 

 

 

Sofrem as redes sociais

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Meses de pandemia com várias semanas de quase isolamento e em que as redes sociais ajudaram um pouco a compensar a distância e ausência. No entanto com o tempo a passar e com a saturação desta nova vida, ao mesmo tempo que a habituação acontece, as redes sociais acabam por causar algum cansaço e hoje, talvez devido aos estados constantes de confinamento sem poder usufruir daquela liberdade que tanta falta faz, a partilha acontece de forma mais espaçada e em relação ao Instagram, rede que mais utilizo, as ideias para a criação de novas imagens têm vindo a diminuir de forma um pouco estranha a par da vontade para perder uns minutos a pensar no que posso elaborar de novo sem perder a essência do que tenho feito ao longo do tempo. 

Sou defensor que existem coisas que a serem feitas têm de surgir de livre vontade e de modo espontâneo e neste momento não me deparo com essa situação, sentindo que vou muito ao sabor da maré por não existir capacidade criativa e motivação para fazer mais e melhor. Vejo que este estado de maior enclausuramento me tem tirado alguma inspiração para me conseguir dedicar a pontos dos quais gosto, seguindo agora muito uma rotina diária sem fugir de controlo e sem me lembrar que num instante rápido posso fazer o que sempre gostei para voltar a retomar de forma mais constante a ligação pelas redes sociais. 

Desabafo

 

De há umas semanas para cá que percebo que não tenho andado bem. Sinto-me como um boneco que aparenta o que realmente não sente. Na realidade sinto-me triste, cansado e a necessidade é somente a de chegar a casa e ficar bem quieto no meu canto, sem que tenha de pensar ou dirigir a palavra a quem quer que seja, uma verdadeira falta de vontade de reação, numa apatia do tanto me faz se vou por ali ou por outro sentido. 

Neste momento tudo me faz confusão, a rotina, as paragens e muito mais a confusão que me deixa impaciente, nervoso e meio bloqueado. Já passei em tempos por estas fases e neste momento pareço estar naqueles momentos em que nem de mim próprio consigo gostar, magoando-me, ficando sem capacidade de ação e com uma certa ansiedade quando tento reagir, parecendo que tudo se complica, como se estivesse numa tombola que não me dá espaço no momento em que tento crescer. 

Onde está a minha alegria de sempre? Simplesmente não está, não a consigo ter, parecendo que várias pedras me puxam por um caminho de arrasto onde não me consigo rever e encontrar porque não sou o que tenho atualmente. O que represento neste momento não é o Ricardo cheio de ação, vivo e bem disposto, nem conseguindo disfarçar este mau processo que enfrento.