A Memória
Autor: David Baldacci
Data: Março de 2016
Editora: Clube do Autor
Número de páginas: 424 páginas
Classificação: 4 em 5
Opinião: Um ser com uma memória perfeita no meio de um turbilhão de sentimentos e com muita acção inicia e termina o enredo criado por David Baldacci em A Memória.
Um crime familiar abala a vida de Decker que a partir dai se transforma na pessoa que não esperava ser. Abalado pela morte das pessoas que mais ama, o nosso protagonista deixa a vida que sempre teve enquanto homem para se afundar nas profundezas da sociedade que o reprime e espezinha. Aos poucos e porque é necessário voltar a acordar das cinzas, Decker é chamado a ajudar na investigação de um caso que tanto lhe diz. E as coisas acontecem numa obra que está pensada do princípio ao fim, percebendo que existe um bom fio condutor quando o autor iniciou a escrita desta narrativa que conta com um herói pouco convencional.
Com uma memória excepcional e uma perspicácia fora de comum, Decker consegue chegar onde os seus colegas de profissão não alcançam. Imagens do passado, passagens, conversas e pressentimentos encaixam na mente deste homem que perdeu tudo e que aos poucos volta a ter vontade de viver em busca da crua verdade.
Com uma escrita simples e ousada, em A Memória conseguimos ter a noção da força de uma equipa de investigação, em que cada um tem o seu lugar bem específico e de intervenção para que as coisas aconteçam em pouco tempo. Mistério, suspense, acção e acima de tudo força de vencer são os principais atributos deste livro que fornece ao leitor todos os momentos da personagem central dentro do ciclo em que é encaixado para que um bom desfecho aconteça. A primeira verdade passa a estar em segundo plano logo de seguida quando novos pormenores vão sendo descobertos numa intriga que sempre tem algo de novo para contar, sem momentos mortos e com poucas pausas temporais, fazendo com que a cada página exista vontade de seguir em frente para se saber mais. Aos poucos todos somos convidados a entrar na cena do crime, querendo depois conseguir chegar ao ponto chave da questão, o desfecho.
Na parte final e embora sempre tenha gostado da forma como tudo foi contado, achei que nas cenas derradeiras, o autor precipitou-se demasiado, tendo relatado tudo em jeito de corrida, perdendo a oportunidade de conseguir elaborar uma boa cena final que seria digna de tudo o que é descrito ao longo de mais de quatrocentas páginas!