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O Informador

As escolhas de 2015

O universo de blogs Sapo em 2014 elegeu os melhores em várias categorias do ano. Este ano passo o segundo Natal neste universo sapiano e fui um dos seleccionados para eleger na categoria de Teatro.

A escolha recaiu em Cyrano de Bergerac, o espetáculo protagonizado por Diogo Infante no início do ano onde a guerra se cruza com a frustração de um amor não correspondido. Uma produção muito bem conseguida dentro do panorama nacional e que mostra como o teatro está de bom saúde e recomenda-se entre nós! Para além disso o que dizer da excelente prestação de Infante no palco? Um dos melhores, sem dúvida alguma!

Eis O Melhor de 2015 nas mais diversas categorias!

Cultura vs. Gulosice

Cheguei ao universo Sapo na segunda metade do mês de Fevereiro e desde aí que o blog já contou com dois destaques pela página principal da plataforma. O que acabei por perceber com os dois textos que ganharam a corrida para ter um lugar entre os textos do momento é que a procura cultural ainda está bem longe da busca incansável sobre o universo chocolateiro. 

Ora vejamos, nas horas em que o texto Curiosidades achocolatadas teve em destaque as visitas do blog subiram de forma inesperada, tendo este artigo mais de quinhentos gostos/partilhas pelas redes sociais, criando uma rota de bloggers, visitantes anónimos e conhecidos até este espaço. O que aconteceu mais recentemente com o texto de opinião sobre a peça Cyrano de Bergerac que também ganhou o seu destaque foi bem diferente. A opinião teatral nada fez a mais que os outros artigos não façam, sendo visto pelo número médio normal das publicações diárias e pouco mais que isso, sem contar com um tão elevado número de partilhas e degostações pelo Facebook e seus parceiros como o seu parceiro destacado.

Cyrano de Bergerac

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No serão de Sábado fui até ao Teatro Nacional D. Maria II para assistir ao tão bem comentado espetáculo protagonizado por Diogo Infante, Cyrano de Bergerac. O que poderei dizer? Coisas boas e más, como quase sempre!

Antes de mais quero destacar pela negativa as péssimas condições da sala teatral, com os lugares bem apertados e com o espaço ideal para os nossos antepassados, não estando nada preparada para receber pessoas dos dias de hoje, altas e com pernas maiores que as gerações de há cem anos. Depois da sala poderei então falar desta produção que tem mantido lotação esgotada desde a sua estreia!

Com um elenco numeroso mas com vários rostos desconhecidos do grande público, Cyrano de Bergerac conta com a interpretação exemplar do seu protagonista que raramente sai de cena, estando ao longo de quase três horas sempre em palco com várias cenas onde personagens saem e entram dando o revirar da acção numa história de amor e guerra. A paixão, o poeta, a filosofia e a religião em tempo de luta pelo bem são os pratos fortes desta produção com uma qualidade cenográfica única, com um décor sempre em movimento com passagens acima do que é normal ser feito pelo nosso país. As personagens circulam por vários cenários exemplarmente bem conseguidos, o que aliado à música e aos figurinos conseguem fazer desta peça a melhor a que já assiste pela sala nos últimos anos. Não posso dizer que tenha adorado, não, nada disso, isto por no início me sentir meio perdido pela história, no entanto na segunda parte consegui apanhar o enredo e perceber as personagens que entretanto evoluíram dentro da acção ao longo do tempo. 

Cyrano de Bergerac é daquelas personagens que só aparecem uma vez na vida de um ator e que Diogo Infante, mestre da representação, agarrou na perfeição com todo o profissionalismo que sempre tem mostrado ao longo da sua carreira! Sem dúvida que este espetáculo tem um rosto que se destaca entre tantos outros, principalmente do elenco feminino que consegue admiravelmente ficar atrás dos rostos masculinos, mostrando que o casting não foi equivalente para os dois lados. 

Gostei mas podia ser melhor! No entanto dentro do estilo bem impresso do Teatro Nacional D. Maria II é o normal, seguindo a mesma linha dos espetáculos anteriores, com tudo estudado e elaborado ao pormenor para mostrar a veracidade do que é representado num cenário deveras bem conseguido!