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O Informador

"Bom dia!" não custa

Bom dia

Será um custo muito grande ao cidadão comum em pronunciar, mesmo que por vezes não seja sentido, um simples "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite"? Acho tão feio as pessoas chegarem, ouvirem um ato de boa educação do outro lado e não retribuirem por se acharem acima dos demais somente porque existem.

Pessoas, todos somos mortais, um dia isto termina com a queda de todos os peões e enquanto por cá andarmos não custa nada seguir simplesmente os bons hábitos educacionais, deixando de lado o vosso lado durão que tentam transmitir, talvez por serem uns mal amados de primeira sem capacidade para darem a volta e perceberem que do outro lado estão pessoas comuns. 

Encontros indesejados

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Existem dias em que nem todos estamos para aturar certos cromos que nos aparecem pela frente. Estava num desses dias quando me apareceu pela frente uma antiga colega de trabalho daquelas que tanto fala para não dizer nada, que acaba por cansar só de saber que quando me vê ao longe já vem a pensar no tanto que tem para contar sobre a sua vida.

Foi uma situação deste género com que me deparei há uns dias. Tinha estacionado o carro para seguir a minha vida e eis que ainda no parque de estacionamento vejo de frente, ainda com alguma distância, a pessoa que desejava não ter encontrado naquele dia. Sei que de forma rápida o cérebro tentou que me escapasse para algum lado, mas o olhar foi fulcral e ao mesmo tempo que a vi também fui apanhado na ratoeira e tive de seguir em frente.

Naquele momento pensei que teria de ser simpático, dar um pouco, mas mesmo pouco, de conversa para não transmitir uma de mal educado e colocar a máscara de simpatia própria para o momento. Assim foi, lá segui o meu caminho, cumprimentamos-nos e fiquei uns bons vinte minutos a conversar, ou melhor, a ouvir um quase monólogo daqueles que têm direito a histórias do dia mas também a memórias do tempo de trabalho e de figuras que só ouvimos falar e nem sabemos quem são ao certo. 

Falsos desconhecidos familiares

Andar num local público, perceber que existem familiares a vir na nossa direcção, a comentarem que estou também a ir na sua direcção e quando o encontro está quase a acontecer, as pessoas mudam de sentido e quando passam a alguns metros de distância ainda conseguem olhar para o lado oposto, mesmo com o ar de comprometidas.

Não percebo como as pessoas conseguem ser assim! Quando estamos todos e precisam dos outros cumprimentam e parece que tudo é muito bonito, depois pela rua armam-se em vedetas conhecedoras do mundo e tão importantes como as pedras da calçada. As suas caras não enganam no momento do falso desconhecimento mas como a vida não segue sempre em linhas rectas, em algum dia haveremos de nos voltar a cruzar por esses locais e aí quero perceber se o olhar para o horizonte ou ter óculos de sol que mostram para onde os olhos estão virados conseguem disfarçar o embaraço do passado.

É triste acharem-se mais que os outros, mas pronto, o perdão também tem de acontecer e quando as pessoas se tornam indiferentes não custa nada cumprimentar só porque fica bem e não fazer assim as mesmas figuras que as vedetas. O tempo será revelador e quando as tiver que olhar de frente olharei e fingirei que nem as vi naquele dia em que andavam tão distraídas que podiam pisar caca de vaca sem darem por isso!