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O Informador

Desaires de Cristina

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Cristina Ferreira em menos de dois anos saltou da TVI para a SIC e voltou ao canal onde se celebrizou. O público na primeira mudança aceitou e aplaudiu, já na segunda não foi bem assim e o rosto que todos gostavam de ver em qualquer horário regressou à casa mãe mas sem a força de outrora, estando agora a fazer um ano desde que voltou ao ecrã do canal que ajudou a derrubar com a sua transferência para a concorrência e com o seu Dia de Cristina voltou e até agora o que aconteceu foi somente uma subida das audiências do canal em alguns horários mas sem conseguir beliscar a liderança diária que existia há uns anos por parte da estação de Queluz. 

Cristina regressou à TVI cheia de esperança e projetos e o certo é que conseguiu subir alguns horários, no entanto ao mesmo tempo conseguiu deixar cair projetos que andavam a ser líderes, como é o caso do Somos Portugal que viu a equipa liderada por João Baião, na SIC, se tornar na preferência do público nas tardes de Domingo. Também as manhãs dos dias semanais levaram volta com a saída de Manuel Luís Goucha para as tardes com o seu Goucha que ora lidera, ora é derrubado pelo Júlia por serem formatos idênticos e sem grande entusiasmo junto do público. Nas manhãs, como dizia, entraram Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos, amigos fora do pequeno ecrã, mas sem a empatia como dupla necessária. No início parecia que as coisas iam correr bem mas os meses passaram e mais uma vez foi João Baião com a sua Diana a comandarem os números matinais. A química entre dois apresentadores em determinados horários é fundamental e o certo é que Cristina não percebeu que o Cláudio animado é elétrico demais para uma Maria mais séria que se esforça para acompanhar o colega mas a conjugação dos dois soa bastantes vezes a esforço e mais uma vez aqui quem está em casa não aceita tudo o que lhe é dado em televisão nos dias que correm e rejeita a dupla do Dois às 10 semana após semana. Já no final da tarde, o Cristina ComVida, que já devia ter sido colocado nas manhãs de fim-de-semana, continua a marcar pontos negativos e parece ter chegado para ficar. É sabido que existem contratos com a produtora a respeitar, mas será que vale assim tanto a pena manter um buraco nas tardes a prejudicar o acesso ao horário nobre? É que mesmo com a Cristina às 18h00 o formato que se segue tem de fazer um esforço a solo para subir os valores, o que é complicado para um horário tão exigente e onde a concorrência está bem fidelizada, levando o Jornal das 8 por arrasto e somente Festa é Festa vai conseguindo respirar dentro das apostas que Cristina fez desde que chegou ao canal, ajudando as duas novelas inéditas que se seguem a competir pela liderança, Bem Me Quer e Amar Demais. Não esqueço no meio de tanto desaire o Esta Manhã que devagar tem vindo a agarrar o público e liderado nas últimas partes em que o programa está no ar, mas neste campo não existe somente mão da diretora de entretenimento, existindo maior responsabilidade pela parte da informação do canal. Este formato está muito bem conseguido, numa união entre entretenimento e informação, existindo investimento e ideias para se fazer diferente com temas diários em destaque, dando às três primeiras horas do dia um programa com um bom andamento sem cansar na repetição das notícias e dos assuntos que vão sendo debatidos, mostrando que mesmo nos horários com menor público o fazer bem e diferente é fundamental para que a médio longo prazo os resultados sejam alcançados.  

Cristina ComVida na estreia

Cristina ferreira

 

Cristina Ferreira regressou aos finais de tarde da TVI e quando pensei que o Cristina ComVida não seria formato ideal para o horário das 19h00, eis que a diretora do canal de Queluz surpreende e consegue fazer uma hora de um talk show com os ingredientes certos para fechar a tarde e dar entrada ao Jornal das 8.

Transformando a antiga casa mais vigiada do país no seu novo estúdio de televisão, a casa da Venda do Pinheiro recebe agora o programa de Cristina, voltando assim ao ecrã o local onde vários edições do Big Brother e do Secret Story, entre outros, aconteceram ao longo dos últimos vinte anos. Com a casa vazia, a diretora e apresentadora resolveu criar reformulando e fazer assim o seu novo programa na casa, estando a menos de cinco minutos da sua própria casa, na Malveira.

Cristina estreou este formato bem parecido e numa versão que parece melhorada ao que apresentou na SIC, o Programa da Cristina, e no primeiro dia mostrou logo a garagem, as salas, o quarto, a casa de banho e a cozinha da moradia cenário. Convidou a Célia e o Telmo do primeiro Big Brother, onde se conheceram, para voltarem onde já foram felizes, foi também visitada pelo Toy e o cozinheiro Rúben Pacheco Correia lá deixou a SIC para se mudar de armas e bagagens para esta nova casa da Cristina que o descobriu. Dois jovens, irmãos e padres tocaram também à campainha e contaram a razão de seguirem o caminho religioso. Miguel Moura, o jovem fadista que conquistou jurados e público no All Together Now também foi visitar a sua madrinha televisiva e acabou por ser surpreendido pela presença de Pedro Abrunhosa, numa das suas raras aparições em programas deste estilo, para cantarem juntos. Nesta estreia Cristina até teve a surpresa da produção com um avião a passar nos céus da Venda do Pinheiro com a mensagem "Cristina, o sonho começa agora", isto ao mesmo tempo, segundo revelou, que ouviu no auricular as palavras "bora miúda, estamos juntos, de mãos dadas, a equipa sonha contigo", levando a apresentadora a emocionar-se em direto e logo nos primeiros minutos de programa.

Um estreia corrida, uma Cristina com o volume quase no máximo mas espontânea como sempre, um Eduardo Madeira a interpretar várias personagens em direto ou com sketches gravados e um bom ambiente ao longo de uma hora, nem mais nem menos, de programa sem pausas e momentos mortos, sem tempo para grandes conversas, mas para as longas entrevistas existe o Goucha a meio da tarde. Às 19h00 é necessário ritmo e na estreia de Cristina existiu esse tão necessário ritmo.